Mário Frias é secretário especial da cultura do governo Jair Bolsonaro. Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Secretário Especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro (PL), Mario Frias respondeu nesta sexta-feira (18) à reportagem do jornal Folha de S.Paulo que revelou que ele deu um cargo para a noiva de Carlos Jordy (PSL-RJ), deputado bolsonarista que é seu aliado.
Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, Frias foi confrontado com o tema da nomeação e respondeu com uma pergunta.
"Preferia que eu tivesse nomeado a esposa do Lula? Você preferia que eu tivesse proximidade com a esposa do Lula? É um cargo comissionado, um DAS-3, a menina preenche todos os currículos, é do grupo político, está aqui trabalhando com a gente", disse Frias.
Carlos Jordy (PSL-RJ) e sua noiva, Lais Sant'Anna Soares. Crédito: Reprodução/Instagram
Como mostrou a reportagem, Lais é advogada e, segundo seu perfil no LinkedIN, vinha trabalhando em escritório da família. Não há qualquer menção a atuação na área de inovação para a qual foi contratada.
Questionado a respeito disso, Frias retrucou o entrevistador da Jovem Pan: "de repente você tinha, mas eu não te conheço e não vou te contratar aqui, pô".
Lais Sant'Anna Soares foi nomeada para o cargo de Coordenadora de Inovação no departamento de Empreendedorismo Cultural em 1º de fevereiro.
Treze dias depois, em 14 de fevereiro, Jordy a pediu em casamento, segundo publicação nas redes sociais.
Jordy e Frias são bastante próximos, trocam elogios com frequência nas redes sociais e têm como elo principal com o Planalto o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.
A reportagem entrou em contato com Lais na Secretaria de Cultura. Ela disse que não tinha tempo para falar assim que a reportagem se identificou. A assessoria de imprensa de Jordy deixou de responder após ser informada do tema desta matéria.
Frias recentemente trocou o comando da Secretaria de Economia Criativa e Diversidade Cultural, ao qual o departamento no qual Lais trabalha está subordinada.
Ele exonerou Aldo Valentim, que estava na pasta antes de sua chegada, e levou Rafael Nogueira, olavista que era presidente da Biblioteca Nacional.
Como nesta semana mostrou o jornal Metrópoles, o cunhado de Frias, Christiano Camatti da Silva, está na folha de pagamento de Embratur, como coordenador de infraestrutura e serviços, um cargo de confiança com salário de quase R$ 18,4 mil por mês.
A Embratur, o Instituto Brasileiro do Turismo, é uma autarquia do Ministério do Turismo, pasta à qual Frias é subordinado, responsável pela promoção de pontos turísticos brasileiros no exterior.
Frias também tem sido alvo de críticas relacionadas à viagem que fez à Nova York em dezembro do ano passado. Ela custou R$ 39 mil e teve apenas três reuniões ao longo de quatro dias.
Além do lutador brasileiro Renzo Gracie, o secretário e um auxiliar se reuniram com Simone Genatt e Marc Routh, produtores da Broadway, e com Bruno Garcia, dono de empresa de turismo que escreveu que cuidou de traslados do secretário na cidade e o ajudou com problema de bagagens extraviadas.
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