“Meu microfone é arma para combater o errado”, diz Iza, que faz show no ES domingo

Em entrevista ao HZ, cantora fala sobre a expectativa para a apresentação no Kleber Andrade e sobre experiência no Palco Mundo do Rock in Rio

A cantora Iza se apresenta no BKDP Festival neste domingo (25), no Estádio Kleber Andrade.

A cantora Iza se apresenta no BKDP Festival neste domingo (25), no Estádio Kleber Andrade. Crédito: Carol Caminha

"Deixo a minha fé guiar, sei que um dia chego lá"... E ela chegou mesmo! A cantora Iza, que no último dia 4 se apresentou no Palco Mundo do Rock in Rio, promete tirar os capixabas do chão neste domingo (25), segundo e último dia do "BKDP Festival". O evento acontece no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica.

Com mais de 1,6 bilhão de streaming no Spotify e mais de 16 milhões de seguidores nas redes sociais, Iza é uma mulher forte, com letras impactantes e estéticas que retratam as suas origens e temas como racismo e empoderamento feminino. Com presença e autenticidade, a artista se tornou uma legítima representatividade para milhões de mulheres.

Ela contou para o "HZ" sobre as expectativas para a apresentação neste domingo e sobre como é ser uma referência para muitas pessoas, sobretudo meninas e mulheres negras. 

"Eu falo de temas como racismo ou empoderamento feminino porque é o que eu vivi, não posso fugir disso. Seria muita hipocrisia da minha parte viver tudo o que eu vivi e não falar sobre isso, não apontar as coisas que são importantes, não usar o meu espaço privilegiado para discutir esses temas", disse Iza.  Confira a seguir a entrevista;

O BKDP Festival prega o protagonismo negro feminino e periférico na sociedade. Esse é o único festival musical capixaba 100% preto e com uma line-up 80% formada por identidades femininas. Diante disso, como você enxerga a importância de estar presente em um evento como esse? Como é fazer parte disso?

É gratificante, sem dúvida. Meu microfone é uma arma, e ele precisa ser usado com sabedoria, não só para realizar meus sonhos, para pagar as minhas contas, mas também para combater o que está errado. Me sinto lisonjeada em participar desse festival e estou muito feliz em fazer parte do line-up e de poder levar a minha música e a minha mensagem.

No último dia 4, você se apresentou no Rock in Rio. Como foi pra você ser a primeira mulher preta brasileira a estar no Palco Mundo? O que isso representa pra você e pra sua história? E sobre cantar ao lado de sua mãe? Como foi ter a sua mãe no palco com você e o que significou aquele momento pra você?

Foi um dos dias mais felizes da minha vida por vários motivos: pela volta do festival depois de tudo o que passamos, por ser uma conquista profissional, por eu ser fã do festival, por saber o quão seleto é o Palco Mundo e, claro, por eu ter sido a primeira cantora negra brasileira a cantar nesse palco. Foi muito representativo. Minha mãe foi a pessoa que mais me apoiou, ela sempre disse que eu deveria estar no lugar que eu quisesse estar. Foi muito importante ela estar comigo nesse momento. Foi emocionante demais e eu sou muito grata por ela ser minha mãe.

Que mensagem você passa para as fãs e jovens negras que hoje veem o lugar a que você chegou?

Eu sempre digo que só temos a noção do papel que exercemos na vida das pessoas quando elas nos retornam as vivências delas com a nossa música ou as experiências que elas tiveram lendo uma entrevista nossa ou nos vendo na TV. Tem sido especial demais saber que algumas pessoas me têm como representante, porque eu senti muita falta de me sentir representada quando era mais nova. Quando as pessoas me procuram para falar que se inspiram em mim, é um combustível muito forte e potente que me estimula a seguir meu caminho. Eu falo de temas como racismo ou empoderamento feminino porque é o que eu vivi, não posso fugir disso. Seria muita hipocrisia da minha parte viver tudo o que eu vivi e não falar sobre isso, não apontar as coisas que são importantes, não usar o meu espaço privilegiado para discutir esses temas.

Qual a expectativa para a chegada ao Espírito Santo?

Me aguardem que estou ansiosa para esse show e com saudades do público capixaba.

E, para finalizarmos, um dos shows mais aguardados é o seu. O que você pode adiantar para os capixabas que estão ansiosos para sua apresentação? Vai ser um repertório novo ou nostalgia dos primeiros hits?

Vai ser um pouco de tudo. Vai ter “Pesadão”, “Dona de Mim” e também as mais recentes, como “Sem Filtro” e as músicas do projeto “Três”, que lancei no dia do meu aniversário.

  • SERVIÇO 
  • "BKDP Festival"
  • Quando: neste sábado (24) e domingo (25)
  • Onde: Estádio Kleber Andrade, Rua Rio Branco - Rio Branco, Cariacica
  • Horário: A partir das 14h00
  • Atrações: Baco Exu do Blues, BK, Budah, Liniker, Dudu MC, Tati Quebra Barraco, Afronta, Flora Matos e mais.
  • Ingressos: R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira).
  • Pontos de venda: no site do BKDP

*Gedyson Viana é aluno do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Esta matéria teve orientação da editora de conteúdo do programa, Andréia Pegoretti.

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