Minissérie conta a história de fotos que marcaram o jornalismo capixaba

"Fato e Versão" terá quatro episódios exibidos na TV e no YouTube. Entre os acontecimentos, a rebelião num presídio de Vila Velha e um desabamento em Vitória

Publicado em 23/03/2023 às 08h19
Foto de Gildo Loyola sobre as manifestações das Diretas Já no ES integrante da série

Foto de Gildo Loyola sobre as manifestações das Diretas Já no ES integrante da série "Fato e Versão". Crédito: Gildo Loyola/Arquivo AG

Gildo Loyola, Nestor Müller, Antônio Moreira e Rogério Medeiros. Quatro nomes premiados do fotojornalismo capixaba que, com suas lentes, registraram fatos e notícias relevantes do cotidiano de nossa sociedade.

O trabalho desses profissionais serve de base para a minissérie "Fato e Versão", que relembra - por meio de imagens jornalísticas - registros de acontecimentos que marcaram os últimos 40 anos no Espírito Santo, ganhando o Brasil e o mundo.

Dirigido por Adriana Jacobsen e Bruno Zorzal, com realização do Instituto Marlin Azul, a atração - que estreia nesta sexta (24) - vai ao ar em quatro episódios, que serão exibidos às sextas, às 19h15, na TV Educativa do Espírito Santo, com reprise aos sábados, às 14h45, na mesma emissora. Na sequência, os capítulos serão disponibilizados no canal do Instituto Marlin Azul no YouTube.

Para a realização das entrevistas com os jornalistas, o projeto contou com um intenso trabalho de pesquisa, passando pelo Arquivo Público do Espírito Santo e acervos da Rede Gazeta, Rede Tribuna e do Jornal do Brasil.

"Trabalhar os arquivos é fazer com que dados sobre nossa história circulem. Esse movimento ajuda a fazer com que os arquivos não se confundam com um depósito. As informações precisam circular e precisamos aprender com elas”, destacam os diretores.

Ao rememorar histórias importantes e mesmo esquecidas, do tempo em que a fotografia era analógica e impressa em papel-jornal, a minissérie gera material inédito para consultas futuras.

A dupla de diretores também é responsável pela concepção do projeto. “O Bruno me apresentou a ideia original. O que mais me interessou foi a possibilidade de apresentar imagens de arquivo e o trabalho de pioneiros do fotojornalismo para as novas gerações", conta Adriana.

Gildo Loyola durante entrevista para a minissérie

Gildo Loyola durante entrevista para a minissérie "Fato e Versão". Crédito: Instituto Marlin Azul

Zorzal acredita que esta foi uma oportunidade de se aprofundar na construção do jornalismo: "A motivação deste trabalho veio das histórias que ouvia quando trabalhei com os fotojornalistas que agora entrevistamos. Precisamos conhecer como são feitas as imagens, as matérias e as notícias. Até mesmo para pensarmos como são construídas as narrativas e a história", pontua.

INTERAÇÃO

"Fato e Versão" evidencia um ponto em comum entre os jornalistas entrevistados: todos protagonizaram, também, a própria notícia. "Apesar de terem sido fatos marcantes para o Estado e se tratarem de profissionais muito importantes para a história, não contamos com livros, filmes e banco de dados a respeito. Temos sorte de tê-los conosco, eles que são simultaneamente autores das fotos e testemunhas dos fatos", ressaltam os diretores.

No primeiro episódio, "Capturado pelo Fato", Antônio Moreira é feito refém junto de outros profissionais da imprensa e do governo na Casa de Detenção de Vila Velha, em fevereiro de 1990. Ele consegue escapar saltando do segundo andar, e as imagens circularam amplamente na época.

Antônio Moreira escapa da Casa de Detenção de Vila Velhasaltando do segundo andar: imagens circularam o país

Antônio Moreira escapa da Casa de Detenção de Vila Velhasaltando do segundo andar: imagens circularam o país. Crédito: Carlos Palito/Arquivo TV Gazeta

Em "Do Porão à Praça", Gildo Loyola revela bastidores da cobertura das manifestações pelas Diretas Já, em 1984, e relata a tortura que sofreu pelo regime militar.

O episódio "Escombros da Cidade" entrevista Nestor Müller sobre um desabamento em Vitória, em 1988, que expôs um problema crônico enfrentado pelas capitais do país até hoje: o abandono de seus centros históricos.

Foto de Nestor Muller mostrou o desabamento de um prédio no Centro de Vitória em 1988

Foto de Nestor Muller mostrou o desabamento de um prédio no Centro de Vitória em 1988. Crédito: Nestor Muller/Arquivo AG

Rogério Medeiros, por sua vez, conta, em “Meninos, Eu Vi", a história de imagens que circularam o mundo: quando o ecologista e cientista Augusto Ruschi se submeteu a um tratamento com os indígenas Cacique Raoni e Pajé Sapaim, após ser infectado por um sapo venenoso na Amazônia. Medeiros foi convidado por Ruschi para acompanhar o procedimento, que estampou jornais de vários países.

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