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Publicado em 14 de maio de 2023 às 08:00
Com a chegada do CD e depois as plataformas de streaming com ajuda da internet, muitos pensaram que o vinil estaria "morto". Se enganaram, pois os amantes do "bolachão" estão mais ativos do nunca. Em Colatina, tem uma turma que mantém a tradição e se reúne com frequência para ouvir os discos, apreciar o som e colocar a conversa em dia.
Eduardo Monteiro é radialista e apaixonado pelos vinis. Atualmente sua coleção conta com cerca de 1.500 discos. Colecionador de discos há mais de 40 anos, ele garante que a qualidade do som obtida no vinil é superior aos demais, além de carregar uma memória afetiva. "Existe uma mágica por trás de cada disco. Cada capa tem uma história e são recheadas de conteúdo."
Eduardo tem a sua própria vitrola e, sempre que possível, se reúne com os amigos para apreciarem o som que eles tanto gostam.
Claúdio Gouvea faz parte da turma que mantém a tradição viva em Colatina. O empresário não gosta da palavra colecionador para se descrever pois se considera apenas um bom ouvinte. Ele coleciona os vinis há 15 anos. Apesar de ouvir as bandas preferidas por outras mídias, os discos de vinil são a sua grande paixão por "apresentarem um som real e sem modificações".
"O som do disco é limpo, real e sem modificações, tem muito mais frequências e nuances que as outras mídias", conta.
Vinicius Colombo também faz parte dessa turma apaixonada pelos discos. Apesar de não ter nascido na época em que os discos eram febre entre a rapaziada, ele não abre mão de ouvir uma boa música no "bolachão".
E pelo jeito, apesar de toda a modernidade com a facilidade da internet e das plataformas de streaming, a paixão pelos discos de vinil está longe de acabar. Uma pesquisa realizada em 2022 mostra que, pela primeira vez desde 1987, as vendas dos discos ultrapassaram as vendas de CD. Os dados são do mercado americano.
DISCOS DE VINIL
Segundo a Associação da Indústria Fonográfica Americana, no ano passado, foram 41 milhões de discos de vinil vendidos, oito milhões a mais que CDs. No Brasil, a situação é diferente dos Estados Unidos. Relatório da Pró-Música, que reúne empresas fonográficas, mostra que aqui no país foram faturados R$ 4,7 milhões no ano passado com vendas de LPs. R$ 2 milhões a menos que com CDs.
Apesar de menor que o dos CDs, o faturamento com discos de vinil no Brasil dobrou no ano passado em relação a 2021. E não pense que são apenas raridades encontradas em vinil. Artistas renomados fazem questão de lançar seus trabalhos no bolachão e a turma mais jovem é adepta. Prova que, em 2021, os discos de Adele, Taylor Swift, Harry Styles, Billie Eilish e Kendrick Lamar ranquearam na lista dos mais vendidos.
A onda do vinil também parece estar voltando por aqui. Para os fãs, o aumento na comercialização reflete a experiência sonora e a estética dos discos.
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