Lenira Borges tinha 100 anos e morte foi anunciada pelo perfil de sua academia de dança nas redes sociais . Crédito: Instagram@leniraborgesballetstudio
Responsável pela formação de muitos bailarinos capixabas que hoje brilham nos palcos de todo o mundo, Lenira Borges morreu aos 100 anos. A informação foi confirmada pelo perfil de sua academia de dança no Instagram, a Lenir Borges Ballet Studio, na manhã desta segunda-feira (28). A causa da morte não foi informada.
O velório acontece a partir das 13h desta segunda (28), no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, com sepultamento previsto para começar às 17h. Entre autoridades e artistas que manifestaram pesar pela morte está o governador Renato Casagrande (PSB).
"Recebo com muito pesar a notícia da morte bailarina Lenira Borges. Seu talento e paixão pela dança encantaram gerações, deixando uma grande marca. Suas performances continuarão a inspirar. Meus sentimentos a sua família e amigos Descanse em paz, Lenira", escreveu o governador do Espírito Santo, no X.
Gaúcha de Porto Alegre, mas capixaba de coração, a bailarina - nascida em dia 1 de maio de 1923 - chegou ao Espírito Sato em 1961, onde formou sua pioneira e tradicional Academia Lenira Borges - Ballet Studio.
Grandes nomes da dança capixaba se formaram por lá, como Karla Ferreira, Mitzi Martucci, Judith Ottoni e Ingrid Mendonça. Professora de talento, Borges também ensinou bailarinos que participam ou participaram de grandes companhias do Brasil e do mundo, como Josenir Coutinho, Armando Aurich, Letícia Muniz, Inês Bogéa e Lívia Rangel.
Em 1963, Lenira se formou pela Royal Academy of Dancing, passando a adotar o método clássico da renomada escola britânica. Entre seus professores, nomes como Tony Seitz Petzhold e os mestres Vaslav Veltchek, Tatiana Leskova, Walter Nickes, Valery Taylor, Claude Newman e Vera Kumpera.
PIONEIRISMO
Lenira sempre convidou grandes nomes da dança para darem cursos em sua academia, como Eliana Karin (RJ) e Mônica Gordilho (BA). Ciente da importância do contato dos artistas com o palco, formou o Grupo Experimental de Dança do Espírito Santo em 1976, trazendo coreógrafos de relevância na cena nacional e internacional como Renato Magalhães, Renato Vieira, Otis Blockington, Dalal Achcar, Mercedes Baptista, Ciro Barcelos, Sylvio Dufrayer, Tíndaro Silvano e Lúcia Vieira.
Borges também foi atuante em relação à construção e manutenção dos aparelhos culturais do Estado. Em 1970, por exemplo, foi uma das responsáveis pela reinauguração do Theatro Carlos Gomes, na gestão de Cristiano Dias Lopez. Desta maneira, colocou em contato com o mundo da dança não só alunos, mas também o público que assistia a seus espetáculos.
Lenira recebeu vários títulos. Como destaques, o de cidadã vitoriense, em 1987; o de cidadã espírito-santense, em 1989; a medalha de mérito artístico de dança - CBDD; o diploma de personalidade feminina capixaba da AFESL; e o título de honra ao mérito pelo Dia Internacional da Mulher, concedido pela Câmara Municipal de Vitória. Em 2002 foi homenageada no V Festival Nacional de Monólogos, da Secretaria de Cultura de Vitória.
* Com informações da Secult/ES
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