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Publicado em 20 de agosto de 2022 às 07:00
Você sabe o que é Cosplay? Essa forma de expressão consiste em uma intensa caracterização de uma pessoa com algum personagem, seja dos filmes, séries, animes ou quadrinhos. Além do figurino fiel aos detalhes, o cosplay é uma “imitação” real de todas as caraterísticas físicas e emocionais do personagem.
A palavra Cosplay é um termo em inglês, que junta as palavras costume (fantasia) e roleplay (brincadeira ou interpretação). Apesar disso, há quem defenda que a prática não é uma fantasia, uma vez que representa uma realidade do personagem em questão. A capixaba Pâmela Zardim, conhecida como Pammy, faz Cosplay há 11 anos e defende que a prática não é se fantasiar.
“Cosplay não é fantasia. A fantasia é quando você se veste de um personagem genérico, como se vestir de monstro no Halloween. Já o cosplay é quando você se transforma em um personagem específico com todos detalhes. E quando está com o traje completo, você se torna o personagem”, explicou Pammy.
O Cosplay começou por volta de 1970, nos Estados Unidos, após pessoas comparecerem em convenções vestidas de super-heróis. A ideia foi pegando ao redor do mundo e ganhando cada vez mais adeptos, como no Espírito Santo. Nos últimos dez anos, os eventos destinados a Cosplay no Estado foram crescendo e se popularizando em várias cidades.
“Há uns 10 anos, os eventos eram muito simples e com pouca estrutura. Mesmo assim, dava para perceber que existia um público muito grande, bandas que tocavam músicas de animes. Hoje em dia, as nossas reuniões dão cerca de 70, 80 e até 100 Cosplayers”, relatou Pammy.
Uma coisa é certa, não há idade para começar. O interesse no mundo Cosplay pode surgir a qualquer momento, basta mergulhar na história e no universo de algum personagem. O engenheiro Tiago Martins se transforma em diversos personagens, como o Charada - vilão de Batman -. Para ele, a dica principal para iniciar nesse hobbie é pesquisar todas as informações de quem você deseja interpretar.
“A primeira dica é procurar algum personagem ou ‘universo’ que você goste e se identifique. Então você pensa se gostaria de ser esse personagem por um dia e passa a pesquisar a história dele para compreender como ele surgiu. A partir daí, é muito bom participar de eventos Cosplay para buscar inspiração”, disse Tiago.
Os eventos cosplay são importantes para quem busca construir o figurino de um determinado personagem. Seja herói ou vilão, é possível criar o traje de várias maneiras e até mesmo usando muita criatividade. Além de fazer cosplay, a Pammy também trabalha com peças específicas de vários costumes - chamado Cosmaker. Ela contou que desenha e fabrica as chamadas “props”, que são armas, cajados, espadas, entre outros.
“Eu sou uma Cosmaker de props, que são os acessórios e armas dos personagens. Eu faço armaduras, espadas, cajados, tudo com EVA e com a base em um cano PVC para deixar mais firme por dentro. As pessoas me procuram e pedem um orçamento de alguma peça”, contou Pammy.
Nos últimos anos, o cosplay cresceu ao redor do mundo devido a popularização de conteúdos “geek” nos serviços de streaming e também no cinema. Para além dos quadrinhos, os personagens ganharam vida no audiovisual e atingiram muitas pessoas com seus universos. Prova disso são os filmes da Marvel e DC, que batem recordes de bilheteria com suas produções.
Com mais adeptos, os eventos também cresceram e ganharam até concursos com premiações. No mundo do cosplay, há dois principais concursos: o desfile, no qual são avaliados o figurino e a maquiagem; e as performances, que julgam uma apresentação da pessoa imitando o personagem.
Para Pammy, o futuro do cosplay no Espírito Santo e também no Brasil é bastante promissor. Segundo ela, essa comunidade ajuda muitas pessoas com dificuldade em socializar a encontrarem novos amigos. É mais do que um hobbie, mas um estilo de vida que permite novas possibilidades de convívio social.
“Acredito que vamos vencer o preconceito. Infelizmente ainda existem muitas pessoas que não entendem o nosso amor pelo personagem. O cosplay ajuda muita gente a sair da depressão, da ansiedade e a se soltar mais. Pessoas com fobia social e crianças com dificuldade de conversar são alguns dos exemplos que o cosplay já ajudou”, finalizou Pammy.
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