Repórter / lsampaio@redegazeta.com.br
Publicado em 3 de maio de 2024 às 09:00
Prestes a completar 80 anos, sendo 55 deles só de carreira, a atriz e cantora Zezé Motta desembarcou no Espírito Santo e conversou com HZ. Ela esteve em Vitória para o Sílaba & Sons, um bate-papo musical. Na entrevista, a artista relembrou quando foi homenageada no Festival de Cinema de Vitória, em 2017, falou sobre como escolhe os papéis para atuar e destacou próximos planos. Confira na entrevista acima.
Zezé é uma das principais artistas da atualidade e tem em seu currículo atuações na dramaturgia como Xica da Silva e também como a personagem Sônia Rangel na novela de horário nobre da TV Globo, em 1984, Corpo a Corpo. A artista também tem forte atuação com o movimento negro e é representante de mulheres há gerações.
Neste ano, Zezé regravou a música "Tigresa", de Caetano Veloso, feita em sua homenagem e também teve sua trajetória eternizada mais uma vez na série "Tributo", do Globoplay, que mostra a vida e carreira de grandes nomes da TV brasileira. Um dos trabalhos mais recentes como atriz é a interpretação de uma personagem com câncer terminal no filme "Por um fio", baseado no livro homônimo de Drauzio Varella.
É tanta coisa, são 55 anos de carreira. Tem coisas que não me lembro, mas da premiação eu não posso esquecer nunca na vida. É uma grande emoção, é sempre emocionante vir ao Espírito Santo.
Para mim, também vai ser meio surpresa, mas eu achei muito legal a ideia. Acho melhor ser homenageada em vida, né. E, são jovens entrando nessa carreira já me homenageando. Fiquei muito feliz.
Eu me sinto em estado de graça quando estou representando e me sinto em estado de graça quando estou cantando. E na verdade as pessoas falam assim "ah, você abandonou um pouco a coisa de atriz para se dedicar à música”, mas eu não tenho essa sensação porque para o meu show de cantora a atriz vai junto. Cada música que eu recebo, que eu resolvo incluir no repertório, eu sempre procuro o personagem da música. Então a "Rita Baiana" é muito assanhada, a "Trocando em Miúdos" é aquela mulher sofrida que às vezes até choro no final, dependendo se eu estiver muito emotiva. Eu não sinto que abandonei o teatro e ultimamente teve um crítico que criou uma expressão chamada "cantriz" e é assim que eu me sinto.
Eu não tenho precisado me preocupar muito com isso não porque Graças a Deus eu conquistei um respeito já que ninguém me convida para fazer qualquer coisa. São sempre personagens muito fortes, muito importantes. E no caso desse último filme, "Por um fio", foi um dos trabalhos mais dramáticos que eu fiz na vida, e sofridos, foi difícil.
São tantos planos, mas um deles é fazer um show com músicas do repertório só do Caetano.
Eu estava comentando há pouco que uma vez eu fui cumprimentar minha saudosa amiga, minha comadre Marília Pêra e eu fui desejar um bom espetáculo para ela, ela estava com a mão gelada eu falei “sua mão tá gelada?” e ela “claro, vou entrar em cena”. Não tem jeito.
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