Prestes a completar 80 anos, sendo 55 deles só de carreira, a atriz e cantora Zezé Motta desembarcou no Espírito Santo e conversou com HZ. Ela esteve em Vitória para o Sílaba & Sons, um bate-papo musical. Na entrevista, a artista relembrou quando foi homenageada no Festival de Cinema de Vitória, em 2017, falou sobre como escolhe os papéis para atuar e destacou próximos planos. Confira na entrevista acima.
Zezé é uma das principais artistas da atualidade e tem em seu currículo atuações na dramaturgia como Xica da Silva e também como a personagem Sônia Rangel na novela de horário nobre da TV Globo, em 1984, Corpo a Corpo. A artista também tem forte atuação com o movimento negro e é representante de mulheres há gerações.
Neste ano, Zezé regravou a música "Tigresa", de Caetano Veloso, feita em sua homenagem e também teve sua trajetória eternizada mais uma vez na série "Tributo", do Globoplay, que mostra a vida e carreira de grandes nomes da TV brasileira. Um dos trabalhos mais recentes como atriz é a interpretação de uma personagem com câncer terminal no filme "Por um fio", baseado no livro homônimo de Drauzio Varella.
Confira entrevista completa:
Zezé, você já foi homenageada no Festival de Cinema de Vitória, em 2017. Como é essa sua relação com o Espírito Santo?
É tanta coisa, são 55 anos de carreira. Tem coisas que não me lembro, mas da premiação eu não posso esquecer nunca na vida. É uma grande emoção, é sempre emocionante vir ao Espírito Santo.
Prestes a completar 80 anos, você autorizou um musical que conta sua trajetória. Como será?
Para mim, também vai ser meio surpresa, mas eu achei muito legal a ideia. Acho melhor ser homenageada em vida, né. E, são jovens entrando nessa carreira já me homenageando. Fiquei muito feliz.
Zezé, você é atriz de cinema e televisão, além de cantora. Qual das artes prefere?
Eu me sinto em estado de graça quando estou representando e me sinto em estado de graça quando estou cantando. E na verdade as pessoas falam assim "ah, você abandonou um pouco a coisa de atriz para se dedicar à música”, mas eu não tenho essa sensação porque para o meu show de cantora a atriz vai junto. Cada música que eu recebo, que eu resolvo incluir no repertório, eu sempre procuro o personagem da música. Então a "Rita Baiana" é muito assanhada, a "Trocando em Miúdos" é aquela mulher sofrida que às vezes até choro no final, dependendo se eu estiver muito emotiva. Eu não sinto que abandonei o teatro e ultimamente teve um crítico que criou uma expressão chamada "cantriz" e é assim que eu me sinto.
Já tendo tantas conquistas e uma carreira sólida, como faz hoje para escolher suas personagens?
Eu não tenho precisado me preocupar muito com isso não porque Graças a Deus eu conquistei um respeito já que ninguém me convida para fazer qualquer coisa. São sempre personagens muito fortes, muito importantes. E no caso desse último filme, "Por um fio", foi um dos trabalhos mais dramáticos que eu fiz na vida, e sofridos, foi difícil.
Zezé, quais são os próximos planos? Eles incluem o Espírito Santo?
São tantos planos, mas um deles é fazer um show com músicas do repertório só do Caetano.
Depois de tantos anos, ainda fica nervosa para entrar em cena?
Eu estava comentando há pouco que uma vez eu fui cumprimentar minha saudosa amiga, minha comadre Marília Pêra e eu fui desejar um bom espetáculo para ela, ela estava com a mão gelada eu falei “sua mão tá gelada?” e ela “claro, vou entrar em cena”. Não tem jeito.
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