Novo disco de Paulo Miklos, 'Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém' exalta as relações

Álbum, que conta com 12 faixas inéditas, está disponível nas plataformas digitais. Uma delas, "É Assim Que Eu Sei", conta com videoclipe estrelado por Mariana Xavier

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 30/05/2022 às 08h00
Paulo Miklos está lançando seu quarto disco solo,

Paulo Miklos está lançando seu quarto disco solo, "Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém". Crédito: Jose De Holanda

"Nossas roupas misturadas / Os sapatos nos pés trocados / Toalhas molhadas nos travesseiros / É assim que adivinho seus desejos". Dessa forma, falando de amor e de pequenas intimidades de casal, que Paulo Miklos apresenta "É Assim Que Eu Sei", faixa de trabalho de seu quarto álbum solo (o segundo desde a saída do Titãs, em 2016), "Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém", disponível nas plataformas digitais. 

Com seu novo disco, Miklos, sempre ligado ao rock - talvez pelos muitos anos à frente do Titãs -, repete a vibe de "A Gente Mora no Agora”, de 2017, trazendo uma sonoridade mais pop, com letras românticas e que transpiram simplicidade. "Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém", em suas 12 faixas, é um trabalho que exala delicadeza, traz um frescor de "boas novas" para um país ainda tentando vencer as agruras da pandemia da Covid-19.

O álbum foi concebido durante o isolamento social e, de acordo com o artista, nasceu com a necessidade de trazer leveza ao caos. "O disco traz uma sensação de bem estar", ressalta Paulo Miklos, em entrevista a "HZ". "Estávamos vivendo uma situação claustrofóbica, marcada pela incerteza. Queria 'abrir' um portal para outro lugar e decidi me refugiar em minhas canções", enfatiza.

"Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém" é pontuado pelo lirismo. Desde o encantamento da paixão, em "Todo Esse Querer", passando pela homenagem ao rapper Sabotage (amigo das filmagens de "O Invasor"), em "Sabotage Está Aqui", até a reinvenção de um casal, por meio de um jogo de cartas, em "Se o Amor Ainda Existir", Paulo nos mostra caminhos para construir uma vida melhor.

"Fui compondo aos poucos e sentindo como isso estava fazendo bem à minha saúde mental, especialmente diante da frustração de não poder encontrar com meus parceiros. Na verdade, acabei me reencontrando com as pessoas que amo escrevendo essas músicas", reitera.

A gente é mais eficaz em transformar a realidade difícil quando transbordamos afeto"

"É Assim Que Eu Sei" vem acompanhada de um bônus, um clipe estrelado por Mariana Xavier e seu parceiro na vida real, Diego Braga. A dupla traz a intimidade que a música exala.

"A composição trata exatamente dos sinais que a pessoa deixa para a gente descobrir. Não tem aquela coisa da toalha molhada em cima da cama (risos)? É basicamente isso", responde, elogiando a parceria com Mariana e Diego.

"Mariana é uma ótima atriz. Trouxe a potência dramática que a faixa exigia. Ela e Diego sempre dizem que querem se casar de papel passado. No clipe, eles foram meio que obrigados a isso", brinca o artista, que, esbanjando versatilidade, também ganha cada vez mais espaço na área da atuação.

ESPAÇO NAS TELONAS

Depois de “O Invasor” (2001), projeto que marcou sua estreia atrás das câmeras ("embarquei em um convite do Beto Brant e, mesmo inseguro, me encantei"), Miklos, entre filmes e séries, participou de 14 produções.

Chegou a receber o Kikito de Melhor Ator no Festival de Gramado, com "O Homem Cordial" (2019), de Iberê Carvalho, além de participações de destaque em projetos como "É Proibido Fumar" (2009), de Anna Muylaert, e na série "Manhãs de Setembro", da Amazon Prime, cuja segunda temporada estreia no segundo semestre.

"Tenho mais alguns projetos interessantes que estão vindo por aí. 'Jesus Kid', de Aly Muritiba, uma comédia ácida sobre a realidade política e social em que o país está vivendo, chega aos cinemas em junho. Também gravei uma participação em 'Estômago 2', de Marcos Jorge. Um filme que tem um roteiro fantástico, fruto da cabeça genial do diretor", elogia. 

"Acho que atuar é igual a cantar e compor. Pelo menos penso assim, pois a essência da paixão é a mesma", suspira, completando sua linha de raciocínio.

"É tudo um 'start'. Dá uma paixão quando a gente percebe a magia que é fazer um filme e vê-lo sendo exibido na tela grande, ao lado do público. É o mesmo sentimento quando ouço uma música minha sendo tocada no rádio, com todo mundo ouvindo ao mesmo tempo", explana, em tom poético.

Paulo Miklos não esconde sua oposição ao governo Jair Bolsonaro

Paulo Miklos não esconde sua oposição ao governo Jair Bolsonaro. Crédito: Jose De Holanda

Politizado, Paulo Miklos nunca escondeu sua oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, participou da seleta cerimônia de casamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Janja e não esconde que pretende apoiar o futuro candidato petista nas eleições de outubro.

"Estou botando a minha cara, até para mostrar a indignação com a forma como o país está sendo conduzido. Quero afastar a  'nuvem' de autoritarismo que está pairando pelo país. Para isso, precisamos montar uma frente ampla, que lute contra o machismo, o racismo e a homofobia. A cultura e a ciência não podem continuar sendo desmontadas", alerta, afirmando que, mesmo com sua atuação política, não condena artistas que preferem não se manifestar.

"O voto é secreto e cada um defende seu lado", complementa, com o tom "paz e amor" que lhe é peculiar. 

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