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Publicado em 24 de maio de 2023 às 18:12
A exposição "Paisagem Ainda Que", de Manfredo de Souzanetto, entra em cartaz na galeria Matias Brotas, na Mata da Praia, em Vitória, a partir desta quinta (25).
Esta é a primeira mostra individual do artista mineiro no Espírito Santo e reúne desenhos, pinturas e esculturas desenvolvidos por ele nos últimos dez anos. A coletânea fica em cartaz no espaço até 28 de julho, com visitação gratuita.
A vernissage contará com programação especial. Às 17h, será exibido um documentário que conta a vida e o processo criativo do artista e, às 17h30, os convidados poderão assistir a um de um bate-papo de Manfredo com Juarez Gustavo Soares, o primeiro capixaba a chegar ao cume do Monte Everest.
"Vocês verão um conjunto diversificado da minha produção dos últimos dez anos com esculturas, pinturas, obras sobre papel e serigrafias. Expor é sempre um exercício para reavaliar o que se produziu, retirar as obras do espaço do ateliê, ocasionando uma reavaliação e redirecionamento futuro. É mais uma reflexão que satisfação. Provavelmente tirarei lições para orientar produções futuras", disse o artista a HZ.
Explorando diferentes materiais, texturas e suportes, uma característica marcante do trabalho de Souzanetto, as obras exibidas são construídas a partir de duas paixões: a natureza e a geometria. O objetivo é fazer com que as pessoas enxerguem o mundo de uma forma diferente.
"Que as pessoas ampliem sua percepção do mundo em que vivem, ressignificando e percebendo o viver de outra maneira. E claro, vendo a beleza e alegria de estar no mundo", contou.
O apreço pela forma transparece no nome da mostra, "Paisagem Ainda Que". "Significa uma visão ampliada do conceito de paisagem que pode ser geográfico, mental, sentimental ou mesmo nostálgico. A indefinição do título deixa o conceito aberto para uma interpretação do espectador ampliando o conceito das obras expostas", explicou.
Com uma carreira que começou nas décadas de 1970 e 1980, o mineiro Manfredo de Souzanetto desenvolveu uma linguagem específica e personalizada. Considerado um dos mais promissores de sua geração, possui um amplo trânsito no Brasil, de onde vem construindo expressivo currículo, e na Europa, onde nos últimos anos expõe com regularidade.
Os primeiros trabalhos que despertaram a atenção da crítica e do público foram seus desenhos. Uma série sobre a paisagem mineira acompanhada do slogan "Olhe bem as montanhas" marcou o olhar de mais de uma geração de mineiros e recebeu uma crônica especial do poeta Carlos Drummond de Andrade.
A partir dos anos 1980, Souzanetto desenvolveu sua obra como um jogo de virtualidade e concretude, onde muitas vezes a moldura ultrapassa o limite da pintura e o suporte se fragmenta, refletindo a busca de novas possibilidades.
Usando pigmentos de terra, óxidos de ferro, resina acrílica, juta e madeira, o artista constrói composições abstratas e geométricas de impacto visual. São obras em que a pintura é um dos elementos constituintes e que procuram atuar no espaço real, sem o filtro da representação, buscando a tridimensionalidade.
Há no trabalho do mineiro um constante vai e vem entre a sensualidade da curva e a aresta viva do ângulo agudo, onde passamos do surdo ao vivaz, do orgânico ao geométrico. Formas trabalhadas em volume - como um corpo orgânico abstrato - vão criando descontinuidades, permitindo imaginar configurações a partir de uma estrutura fragmentada que invade o espaço.
No final dos anos 1990, o significado da obra de Manfredo é ampliado pela utilização de materiais não pictóricos, cujo objetivo é falar de cor, matéria e textura, vocabulário do fazer pictural, retirando da pintura seu caráter de superfície colorida. É também um trabalho que situa numa região fronteiriça entre a pintura e a escultura, o plano e o tridimensional, utilizando materiais como madeira, porcelana, vidro, couro, barbante, plástico, metais e pigmentos que vão produzir a cor e a matéria em seu trabalho.
*Com informações da assessoria de imprensa
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