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Publicado em 19 de setembro de 2024 às 19:41
A segunda semana do Rock in Rio, que começa nesta quinta-feira (19), tem como um dos destaques o palco Sunset, copatrocinado pela Natura. Segundo maior do festival carioca, o espaço neste ano mudou de lugar e cresceu de importância.
Agora, o palco Sunset fica logo aos fundos do Mundo, o principal do Rock in Rio, e não mais ao lado dele -como era anteriormente. Nele, é possível ver ao fundo os shows do palco maior, e a sensação é de que, se os alto-falantes ainda não têm a potência do espaço principal, esse local já tradicional do festival agora comporta plateias maiores.
Nas edições da década passada, o Sunset funcionava exatamente como seu nome anuncia -fechava logo após o pôr do Sol. Agora, sua programação se estende noite adentro, com os últimos shows começando sempre depois das 22h, intercalado com as duas principais atrações do palco Mundo a cada dia.
Conhecido por promover encontros entre artistas e trazer nomes de destaque, mas não tão populares como os do palco Mundo, o Sunset no primeiro fim de semana abrigou alguns dos melhores shows do Rock in Rio até agora. Entre eles estão Orochi com Oruam e Chefin, e MC Cabelinho, no dia do trap, a sexta (13), NX Zero no sábado (14), e Planet Hemp com Pitty e Deep Purple, no dia do rock, o domingo (15).
Também contou com shows menos prestigiados, casos do guitarrista de blues americano Christone "Kingfish" Ingran e da banda inglesa James no sábado (14). Naquele dia, o espaço ficou esvaziado e teve uma plateia desinteressada, com gente sentada e batendo papo.
Mas essa não é a regra no Sunset. Para esta segunda semana de Rock in Rio, estão marcadas apresentações de gente como Gloria Groove, Iza, Gloria Gaynor, Ney Matogrosso, Olodum com BaianaSystem e até Mariah Carey, entre outros, até domingo (22). O espaço também vai receber seu primeiro show de pagode, de Ferrugem, em parceria com os Gilsons, nesta quinta-feira (19).
Uma das apresentações que melhor representa o espírito do Sunset, espaço criado em 2011, é o de Luedji Luna com Xênia França e Tássia Reis, que cantam na sexta (20). Como é comum no histórico do palco, o show traz artistas relevantes da música brasileira contemporânea que não estão no mainstream, entre os nomes com mais reproduções nas plataformas de streaming e nas rádios.
Luedji Luna, que cantou no Sunset há dois anos como convidada de Liniker, destaca a importância dessa vitrine. "Aquela participação já foi bastante importante para mim, para as pessoas me conhecerem", ela diz. "Embora tenha cantado só três canções, me ajudou muito."
A baiana, um dos nomes mais interessantes da cena atual da música brasileira, diz que há muita coisa boa sendo feita fora dos holofotes na produção fonográfica nacional. "Esse ano o Brasil vai ter uma chance de entender o que está acontecendo com a nossa música, nossa indústria, para além do que já é mais mostrado, para além do pop. Tem muita coisa boa."
O show será baseado na versão deluxe de "Bom Mesmo é Estar Debaixo D'água", lançado no fim de 2022. Seu terceiro disco, o trabalho é apresentado como uma versão expandida do segundo, de 2020, mas na verdade trouxe dez músicas inéditas, a levou a fazer turnês no exterior e solidificou a carreira da cantora, que despontou em 2017 com o álbum "Um Corpo no Mundo", do hit "Banho de Folhas".
"Vou levar o show do 'Bom Mesmo é Estar Debaixo D'água' deluxe, mas numa versão Rock in Rio", ela diz. "Vamos ter arranjos novos e uma banda maior, mas nada distante do que tenho apresentado ao Brasil e ao mundo nesses últimos anos. Serão três sopros, seis backing vocals -estou levando um coral- além da banda base."
Seus encontros no palco, diz Luedji, não serão forçados, já que colaborou outras vezes e conhece as duas cantoras há anos. Destaca a importância de Xênia -com quem gravou a música "Lua Soberana", de Ivan Lins, para a abertura da novela "Renascer", da Globo- para a população negra e a noite de São Paulo, e se diz fã do rap cantado e baseado no jazz de Tássia Reis.
A cantora também ressalta a importância da Natura Musical, a plataforma de cultura da marca, que viabiliza discos, mantém uma casa de shows na capital paulista e agora é copatrocinadora o palco Sunset. Segundo ela, diferente de outras marcas, há uma preocupação com dar visibilidade para artistas menos privilegiados no mainstream.
"Já fui contemplada e fui curadora no edital da Natura, o que acho muito interessante, porque você desloca o lugar do artista também para a decisão, o poder de escolha. Temos essa competência também", ela diz. "Isso implica na seleção, que contempla artistas diversos, de todo o Brasil, de vários estados. Essa política de incentivo foi essencial para a minha carreira -só por causa dele consegui fazer uma turnê nacional do meu primeiro disco. Outras marcas podem se inspirar nisso e deslocar essa concentração de dinheiro num só tipo de artista e de música."
Atualmente, Luedji prepara seu quarto álbum de inéditas, previsto para ser lançado no ano que vem. Ela afirma que será recheado de novas parcerias, terá colaborações com diversos produtores, trabalhando individualmente nas faixas, e trará novos timbres -em especial, texturas mais sintéticas, sem abandonar a instrumentação orgânica. Também deve tratar de desejo. "Não só o carnal e sexual. Mas o desejo como um todo."
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