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Publicado em 15 de julho de 2022 às 08:00
Quem nunca se perdeu nas lembranças (meio bizarras) da adolescência nos anos 1990, se for o seu caso, claro? Na época, "pipocavam" na TV programas de humor ácido, como "Casseta & Planeta, Urgente!", ou mesmo a polêmica banheira do Gugu, do "Domingo Legal", em que moças e rapazes seminus lutavam para segurar um sabonete, que teimava sempre em escorregar...
Tentações à parte, memórias dos anos 1990 e 2000 permeiam o espetáculo do humorista capixaba Renato Albani, "Novo Show", em cartaz neste domingo (17), em três sessões, no Centro de Convenções de Vitória. O sucesso é tanto que os ingressos já estão esgotados.
"O show, na verdade, aborda como minha geração foi criada (Renato tem 37 anos), fazendo comparação com a criação da geração dos dias atuais, especialmente as diferenças comportamentais entre elas", adiantou Albani, em entrevista a "HZ".
Os anos 1990 são conhecidos por promover um humor mais "despudorado" e sem censura, especialmente em programas de TV. Hoje, muitas destas piadas seriam consideradas politicamente incorretas. Perguntamos a Renato se o humor (ou o público?) ficou "mais careta".
"O mundo mudou e a sociedade acompanhou esse ritmo. Antigamente, por exemplo, 'Os Trapalhões' faziam piadas consideradas racistas e homofóbicas. Acredito que hoje isso já não caiba mais. Inclusive, isso é um dos assuntos a serem mostrados no show: como a sociedade - e humor - precisou se adequar aos novos tempos", afirma, dando mais detalhes do que será apresentado na noite.
"Vamos relembrar, por exemplo, o que a criança consumia antigamente, tanto nos programas de TV, nos desenhos e suas amizades. Em outros tempos, a gente tinha muitos irmãos, por exemplo. Hoje é diferente, pois as famílias estão menores, com menos filhos. A educação dada para as crianças hoje é muito diferente, mesmo não existindo, a meu ver, uma educação certa. Isso acaba moldando o caráter e o comportamento de cada um", define.
Em entrevista a "HZ", quanto trouxe para o ES a turnê de "Me Tornei Quem eu Mais Queria", Renato aproveitou para falar sobre os limites do humor.
"O limite é a risada, pois existe diferença entre fazer piada e ofender pessoas. Precisamos achar a forma certa de fazer humor relacionado à qualquer assunto sem seremos ofensivos. Não posso me privar da criatividade, pois sempre vai existir uma pessoa chata, que acha problema em qualquer assunto. Minhas piadas não são para agredir, faço o que gosto de fazer", disparou, sem medo de causar polêmicas, na entrevista do ano passado.
Em uma sociedade cada vez mais tendendo ao conservadorismo (e um tanto politicamente correta), Albani diz não ter receio de enfrentar o "paredão" do cancelamento nas redes sociais, pânico de dez entre dez celebridades.
"Levo isso numa boa. Em alguns casos, a pessoa que te cancela tem alguma questão para ser resolvida e acaba projetando em você. Não me privo por conta disso", complementou no papo de 2021.
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