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Publicado em 11 de novembro de 2024 às 14:06
O Marien Calixte Jazz Music Festival, único festival totalmente instrumental do Espírito Santo, está de volta para sua quinta edição nos dias 7 e 8 de dezembro, no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha. HZ trouxe em primeira mão as atrações que já estão confirmadas: a renomada big band paulistana Bixiga 70, Luccas Martins Quarteto e a banda potiguar Camarones Orquestra Guitarrística.
A Bixiga 70, conhecida internacionalmente como “visionários do groove”, mistura influências nacionais, africanas e latinas. Formada em 2010 no bairro Bixiga, em São Paulo, a banda traz consigo um mosaico de referências culturais e históricas. Atualmente, o grupo é composto por Amanda Teles, Cris Scabello, Cuca Ferreira, Daniel Nogueira, Daniel Verano, Douglas Antunes, Marcelo Dworecki, Pedro Regada, Simone Sou e Valentina Facury. Eles apresentarão a turnê de seu mais recente álbum, “Vapor”, que reflete as transformações tanto no mundo quanto na própria banda desde o lançamento de “Quebra-Cabeça” em 2018.
Luccas Martins, multi-instrumentista e produtor musical, trará ao festival o show "Tambores de Vento" com o Luccas Martins Quarteto. Acompanhado por Rafael Amarante (violão e guitarra), Vanessa Ferreira (baixo acústico e elétrico) e Dô de Carvalho (sax e flauta), Luccas vai encantar o público com sua experimentação e originalidade, apresentando uma performance envolvente com handpan, percussão, composição e arranjos.
A Camarones Orquestra Guitarrística, banda potiguar conhecida por suas performances energéticas e som inovador, também se junta ao line-up do festival. Com uma abordagem instrumental única, a banda promete uma apresentação vibrante que mescla diversas influências musicais, proporcionando uma experiência sonora inesquecível para o público.
Ao longo das quatro edições anteriores, o Marien Calixte Jazz Music Festival se firmou como um dos eventos mais importantes do Estado, reunindo gerações de instrumentistas brasileiros. “A música instrumental brasileira é poderosa e respeitada mundialmente. O festival celebra essa diversidade e riqueza ao trazer grandes artistas para o público capixaba”, destaca Daniel Morelo, diretor da MM Projetos Culturais.
O festival teve sua primeira edição em 2019, com Hermeto Pascoal e Jonathan Ferr se apresentando na Praça Therezinha Grecchi, no Bairro República. Na segunda edição, em 2022, no Parque Pedra da Cebola, em Vitória, nomes como Chico Chagas, Torcuato Mariano Quarteto, Amaro Freitas e o duo Madela foram destaques. A terceira edição, também em 2022, levou o evento ao Parque Cultural Casa do Governador, com apresentações de Hamilton de Holanda, Joabe Reis e Nômade Orquestra. Em 2023, Azymuth e Ana Karina Sebastião foram os headliners da quarta edição do festival.
Com transmissões ao vivo pela TVE e online, as edições passadas do festival podem ser revisitadas no canal do festival no YouTube. Ao longo dos anos, o evento já contou com a presença de renomados músicos do jazz capixaba, como Pedro de Alcântara, Alexandre Borges Quinteto, Quarteto Zuri, Wanderson Lopez e Thaysa Pizzolato, atingindo um público de mais de 10 mil pessoas.
Em entrevista para HZ, Ana Morena, baixista da Camarones Orquestra Guitarrística, compartilhou sobre a importancia do festival e a alegria em tocar no Marien Calixte:
1) A banda Camarones Orquestra Guitarrística tem uma trajetória marcada por diversas influências musicais. Como vocês descreveriam a evolução sonora da banda desde o início até agora?
"O Camarones sempre teve em sua veia criativa a mistura de ritmos. O rock sempre foi a base que virava punk rock, surfmusic, mas, à medida que fomos circulando e conhecendo artistas e nos misturando com as cenas por onde passamos, esse leque abriu muito. Hoje é uma grande mistura de rock, com surf, com cúmbia, com punk, com indie... É uma banda muito brasileira que tem a preocupação em ter um show divertido, dançante e com muita pegada."
2) Vocês já se apresentaram no Espírito Santo antes? Qual a expectativa de vocês para vir ao Estado?
"Nunca nos apresentamos. É um desejo antigo que sempre batia na trave por causa da agenda. Eu fui muitas vezes à Vitória/Vila Velha por causa de projetos como Formemus. Voltar tocando vai ser lindo, finalmente! E como também somos produtores culturais, musicais, temos selos e fazemos curadoria, a música do Espírito Santo está muito conectada com a gente. Desde a turma dos rock doido da Laja, até a pluralidade de artistas que conheci no Formemus, além dos vários artistas com carreiras sólidas. Foca e eu fazemos o Festival DoSol em Natal, e sempre recebemos artistas capixabas. A cena do Espírito Santo é muito plural e excelente."
3) O que o público pode esperar da apresentação de vocês?
"Quando criamos a banda, há 16 anos, brincamos com essa história de “Orquestra Guitarrística” porque o mundo da música instrumental era muito fechado em artistas incríveis da cena erudita e orquestral, com poucas exceções. Então, ter uma banda de rock e de ritmos dançantes, era uma forma de quebrar isso e trazer outras possiblidades para a música instrumental. Hoje temos uma cena muito plural de música instrumental. Então, podem esperar um show bem divertido, roqueiro, dançante e feliz. O Camarones é uma banda que adora estar no palco e se misturar por onde vai."
4) Como vocês veem a cena da música instrumental no Brasil atualmente? Acreditam que eventos como o Marien Calixte Jazz Music Festival ajudam a fortalecer e divulgar esse gênero?
"O Marien Calixte Jazz Music Festival é um evento incrível que está na nossa mira há alguns anos. Os Festivais de música focados em novos artistas e em linguagens que não estão nas grandes mídias, são importantes para ampliarmos a nossa visão de mundo. Projetos que fomentam público e artistas são fundamentais para a gente conseguir construir uma sociedade mais crítica e plural. Ser impactado por algo que não é convencional, que não vem enlatado e que tira a gente do local onde somos encaixados, é algo revolucionário. Todo mundo ganha e ainda se diverte."
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