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Publicado em 27 de julho de 2023 às 18:14
Um dos maiores intérpretes da contemporaneidade, Pedro Mariano chega ao Espírito Santo nesta sexta (28) para sua primeira apresentação aberta ao público capixaba. A convite da Orquestra Filarmônica Moderna Brasileira, o músico participa do segundo ato do espetáculo "Pra Todo Mundo Cantar", a partir das 20h, no Teatro Universitário da Ufes, em Vitória.
Fazendo jus ao nome do concerto, o repertório traz clássicos da MPB adaptados aos arranjos da música clássica. No setlist, as canções "Certas Coisas", de Lulu Santos, e "Sangrando", de Gonzaguinha, estão confirmadas. O clássico "Casa no Campo", canção de Zé Rodrix e Tavito, eternizada na voz de Elis Regina, também será performado no palco.
"A ideia é fazer a música sinfônica, a música clássica, chegar mais perto das pessoas, porém de uma forma em que eles compreendam o papel dessa linguagem dentro da própria música", contou Pedro Mariano, em entrevista a HZ.
Sob regência do maestro Tiago Padim, o concerto contará com mais de 40 artistas presentes no palco. Antes da entrada de Pedro Mariano, a Orquestra Filarmônica Moderna Brasileira apresenta outros clássicos da MPB e uma homenagem a Rita Lee, com a participação especial dos cantores Luiza Dutra e Marcus Paulo.
Os ingressos para a apresentação estão sendo vendidos pela internet e em alguns pontos físicos, como a bilheteria do Teatro. Os valores variam de R$ 60 a R$ 180.
Filho de Elis Regina e do músico Cesar Camargo Mariano, Pedro Mariano tem 26 anos de carreira, quatro indicações ao Grammy Latino e 13 álbuns gravados. Entre os checklists da carreira, o artista tinha o sonho de gravar um projeto orquestral, feito que conseguiu entre 2014 e 2017, com os CDs e DVDs "Pedro Mariano e Orquestra" e "Pedro Mariano e Orquestra Show DNA".
Durante o bate-papo com HZ, Pedro contou como foi crescer assistindo aos pais, o que pensa sobre a união da música clássica à MPB e suas expectativas para o primeiro show em terras capixabas.
Fiquei superlisonjeado de ter sido convidado pelo Maestro Tiago Padim. Converge em todos os sentidos com a ideia inicial dos dois projetos de Orquestra que fiz. A ideia é fazer a música sinfônica, a música clássica, chegar mais perto das pessoas, porém de uma forma em que eles compreendam o papel dessa linguagem dentro da própria música. A música erudita sempre foi a música de todos, sempre foi a música que era a fonte, a essência de tudo. Fazer a ponte entre a música popular e o erudito, mediante linguagens e arranjos que unam os dois mundos, sempre foi uma coisa que me emocionou e que me interessou. Quando veio o convite, meio que fechou o ciclo.
É basicamente o mesmo propósito, porém tem uma didática por trás que é sempre muito interessante. Quando o jovem ouve a trilha de um filme, simplesmente está sendo atingido por toda aquela informação, seja a imagem, o áudio. Ele não para pra pensar como foi concebida aquela trilha ou a regimentação de tudo aquilo. Quando vai ao teatro e vê a orquestra tocando a trilha de "Harry Potter", por exemplo, começa a ver um valor agregado, a entender que para chegar naquilo, precisa daquela galera toda. Ele passa a ter uma valoração real de como chegar naquele som, de que tem um trabalho por trás daquilo. O mesmo quando você está ouvindo um disco. As pessoas simplesmente vão e flutuam sobre aquele acontecimento. Consomem, absorvem aquela informação. Quando vão ao show, com oportunidade de ver aquele arranjo acontecer com aquele monte de gente, acontece o mesmo. Começam a ter uma valoração. É emocionante. Quanto mais gente no palco tocando, mais difícil, mais complexo, porém extremamente mais emocionante. São mais energias sendo somadas e, para quem está assistindo, é uma massa sonora, uma mágica.
Quando faço uma volta pelo tempo e tento buscar minhas essências, tudo o que me direcionou ou o que me orientou na música, de certa forma, passa por eles, em todos os sentidos. Se gosto de The Fire, Steve Wonder e Prince, foi por causa deles. Eles que me apresentaram, que ouviam em casa. E se tenho a minha postura como artista, como profissional, como músico, foi porque tive exemplo em casa. Os ensaios aconteciam lá. Minha mãe raramente ensaiava fora. Lembro pouco porque era muito pequeno, mas tenho recordações da casa sempre cheia de músicos, de produtores. O mesmo com o meu pai. Ele também raramente ensaiava fora. A gente sempre morou em casas espaçosas, então ele montava equipamentos e, quando tinha que ensaiar, a turma ia para a minha casa. A gente estava sempre viajando junto e acompanhando... então, você tem oportunidade de estar muito perto da história, de acontecimentos importantes e isso realmente te molda em todos os sentidos. O curioso é que você só se dá conta disso muito tempo depois (risos). Até hoje continuo ouvindo o trabalho deles. Continuo sendo influenciado pelo trabalho deles.
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