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Publicado em 1 de abril de 2024 às 15:07
Previsto para ser entregue em dezembro de 2025, o Teatro Carlos Gomes passa por uma intensa reforma desde julho de 2023. Fechado há mais de cinco anos, o importante aparelho cultural do Centro de Vitória revelou uma surpresa nas últimas semanas.
Tudo porque foram descobertas pinturas em douramento em dois locais do teatro: na boca do proscênio - que se refere à frente do palco central - e também em alguns camarotes. A informação foi revelada pela diretora-presidente do Instituto Modus Vivendi, responsável pelas obras, Erika Kunkel.
“Em todo projeto aparece surpresas. Um restauro não é uma obra comum e dessa vez não foi diferente. Assim que descobrimos essas pinturas em douramento com ouro, tivemos que recalcular algumas coisas e fazer novas pesquisas sobre a parte estética”, afirmou Erika.
A douração ou douramento é uma técnica de pintura que utiliza uma camada finíssima de ouro. Entre outras palavras, o metal é transformado em folhas de ouro e depois aplicado a uma superfície. Segundo o professor de história da arquitetura, Nelson Porto, o Carlos Gomes foi projetado com base na arquitetura eclética - época em que esse tipo de procedimento era bastante utilizado.
“Eu não fiquei espantado com essa descoberta. Quando você encontra um prédio histórico com apenas uma cor, é possível que tenha outras camadas por baixo. Sobre o douramento, já tinha fotografias mostrando que essas pinturas existiam no teatro, mas eram em preto e branco. Normalmente quando se pinta não arranca o que tá fixo, apenas o que está solto", contou Porto.
Ainda de acordo com Nelson, haverá novos estudos sobre a descoberta. Além disso, após a conclusão das obras do teatro será colocada uma moldura transparente no entorno da pintura. O objetivo é que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer a história do local.
“Vamos ampliar o nosso conhecimento acerca das pinturas e depois não vamos restaurar como era no passado. Vamos deixar esses registros para as pessoas conhecerem e verem como era feito antigamente”, ressaltou.
HZ também procurou o secretário de Cultura do Espírito Santo, Fabricio Noronha, para buscar novas atualizações sobre a reforma. Segundo ele, o restauro está dentro do cronograma estabelecido e já está com 38% do processo executado.
“O projeto está andando bem. É uma obra que envolve uma pesquisa especializada, com uma equipe diversa. Nas últimas semanas, foram colocadas as varas cênicas que sustentam o cenário e as luzes do palco. Além disso, 50% dos lustres foram restaurados”, afirmou o secretário.
Noronha ainda disse que está sendo feita a instalação do ar-condicionado e da infraestrutura de sonorização. Cortinas corta-fogo também foram instaladas no interior do teatro para garantir maior proteção contra incêndios.
Ao todo, o investimento do restauro é de R$ 20 milhões, captados pela Lei Rouanet com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da EDP Brasil. A obra irá contemplar itens de modernização, mais acessibilidade, além de um café no segundo andar e uma sala de exposição.
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