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Projeto ensina indígenas de Aracruz a gravarem sua próprias músicas

Músicos capixabas promovem workshops e oficinas em uma aldeia no projeto “Fortalecendo Tradições: Imersão musical com jovens indígenas"

Felipe Khoury

Administrador / [email protected]

Publicado em 8 de julho de 2024 às 20:00

Projeto “Fortalecendo Tradições: Imersão musical com jovens indígenas”
Projeto “Fortalecendo Tradições: Imersão musical com jovens indígenas” Crédito: Reprodução/Instagram/@associacao_aitupaira

Um projeto musical tem feito a diferença em uma aldeia indígena de Aracruz, a Irajá. Com o nome “Fortalecendo Tradições: Imersão musical com jovens indígenas”, músicos capixabas promovem ações, workshops e oficinas com a finalidade de aprofundar os conhecimentos técnicos e teóricos sobre uma carreira no ramo da música.

A primeira edição do projeto, aprovado pela Lei Paulo Gustavo, começou em março e foi promovida pelo estúdio VVS. Ao todo, as imersões acontecem dentro de quatro finais de semana, com previsão de término em agosto. Segundo a cantora Bella Mattar, o objetivo é fazer a gravação de músicas autorais dos jovens tupiniquins.

Projeto “Fortalecendo Tradições: Imersão musical com jovens indígenas”
A primeira edição do projeto começou em março deste ano Crédito: Reprodução/Instagram/@associacao_aitupaira

“Eles têm um grupo chamado Guerreiros e Guerreiras Guararatã. A gente fez um trabalho com 12 jovens da aldeia. Foi a primeira vez que eles se ouviram gravados. O interessante é fazer com que eles despertem esse interesse de perpetuar a cultura deles, de valorização”, contou.

Um dos idealizadores do projeto é o vocalista da banda Macucos, Fred Nery - que também é sócio da VVS. Segundo ele, outras duas gravações foram feitas além das autorais. “Gravamos uma música de trap e outra de MPB no projeto. A gente se surpreendeu muito, até porque eles estão acostumados com instrumentos do congo. Inclusive, faremos um trap congo”, disse. 

HZ também conversou com a îasy Uli, da aldeia Irajá. Para ela, fazer parte do "Fortalecendo Tradições" foi gratificante.

“Sempre pensamos em gravar o nosso canto. É a nossa história, a nossa vivência como indígena que está gravado nessas letras. Tivemos a oportunidade de gravar quatro faixas, duas autorais e duas que construímos no projeto. Foram duas emoções diferentes”, reforçou.

E um detalhe: não precisava ser artista. Cada jovem teve seu papel no projeto, com funções que passavam desde instrumentistas a produtores musicais. Segundo os organizadores, o intuito era mostrar como funciona uma carreira musical na prática. Além do produto, também foram realizadas algumas formações.

O produtor musical Bruno Signorelli, sócio da VVS, reforça que o trabalho visa na capacitação e formação profissional dos indígenas. "Temos trabalhos de gestão de mídias sociais, de carreira artística. Agora o projeto visa crescer, fazer um intercâmbio com outras aldeias. Estamos inscrevendo o projeto em mais leis de incentivo e procurando mais apoio”.

“Falamos sobre carreira musical, marketing musical, produção, direitos autorais, lançamentos. Também foi instalado na aldeia um estúdio de música. A ideia era fazer com que eles aprendessem a mexer e dar continuidade com o projeto”, completou Bella.

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