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Roberto Carlos proíbe uso de música Amada Amante em filme da Netflix

Documentário sobre crimes financeiros - produzido pela gigante do streaming - queria usar a canção no trecho em que doleira Nelma Kodama canta os versos da música ao depor da CPI da Petrobras

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 15:19

Roberto Carlos se apresenta na Praça do Papa, em Vitória, dois dias após comemorar 82 anos em Cachoeiro
Assessoria de Roberto Carlos firma que capixaba recebe cerca de 200 pedidos de regravações de suas obras por mês Crédito: Carlos Alberto Silva

O cantor e compositor Roberto Carlos vetou o uso de Amada Amante, lançada em 1971, para um filme que está sendo produzido para a Netflix.

A produção, que vai falar sobre crimes financeiros, queria usar a faixa do cantor capixaba no instante em que a doleira Nelma Kodama, que foi presa pela primeira vez em 2014, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos na calcinha, surgia cantando a canção. À época, ela havia sido acusada de participar de um esquema de lavagem de dinheiro com o doleiro Alberto Youssef. Uma condenação em primeira instância previa 18 anos de prisão.

Foi durante um interrogatório feito pela CPI da Petrobras, em 2015, que Nelma, que estava presa, evocou Roberto Carlos cantando Amada Amante e falando sobre a canção para explicar sua relação afetiva com Youssef.

"Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga", disse ela. "Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela."

LEI

O depoimento foi amplamente divulgado nas redes sociais e nos jornais de TV da época, que destacavam o uso da música de Roberto Carlos por Nelma. Mas, no caso de um filme com lançamento comercial, como o documentário para Netflix, a lei brasileira exige que o compositor dê uma autorização prévia para o uso da música.

Ao receber o pedido feito pela produtora responsável pelo filme, a equipe do cantor analisou primeiro a sinopse. "A música seria usada para ilustrar as cenas de uma mulher estelionatária que já havia sido presa. Roberto não libera mesmo", informou à reportagem a assessoria de imprensa do artista.

O cantor recebe, segundo sua assessoria, cerca de 200 pedidos de regravações de suas obras por mês, e sempre os submete a uma triagem. Se os pedidos forem para uso em trilhas de filme, uma sinopse precisa detalhar o contexto em que a canção será usada, e as características dos personagens envolvidos com a música.

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