Secult-ES lança 17 livros com distribuição gratuita no Palácio Anchieta

Presentes no lançamento coletivo desta quarta (25), autores como Lucas Albani e Lorraine Paixão dão detalhes das obras, que também vão compor acervos das bibliotecas públicas

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 25/05/2022 às 12h35
Secult/ES promove lançamento coletivo de 17 obras literárias no Palácio Anchieta

Secult/ES promove lançamento coletivo de 17 obras literárias no Palácio Anchieta. Crédito: Erika Piskac

"A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar". Com essa frase, o mestre português José Saramago define, de maneira onírica, o ato de ler como uma "porta" de possibilidades para o conhecimento, uma viagem de descobertas de novos mundos e diferentes realidades a serem vividas.

Sob esse mantra, o de vivenciar novas experiências, 17 obras literárias serão lançadas simultaneamente nesta quarta-feira (25), a partir das 18 horas, no Palácio Anchieta, em Vitória. O lançamento coletivo - que reúne um mosaico de gêneros como poesia, contos, romance e infantojuvenil - é fruto de duas categorias dos Editais de Literatura de 2019 da Secult/ES: o de Produção e Difusão de Obras Literárias e o de Produção e Publicação de Obras de História, Memória e Identidade Capixaba.

No encontro, os autores vão distribuir seus livros para o público. Além disso, as obras serão enviadas para as bibliotecas que compõem o Sistema Estadual de Bibliotecas do Espírito Santo nos 78 municípios capixabas.

Empolgado com o lançamento de sua primeira obra literária, "O Riso do Chico", o escritor Lucas Albani (um dos contemplados pelos editais) já teve sua publicação "adotada" por escolas da Grande Vitória e pela Prefeitura Municipal de Vila Velha para o ano letivo de 2022. 

Lucas Albani (à direita) com o irmão Luan Albani: dupla trabalhou na publicação  de

Lucas Albani (à direita) com o irmão Luan Albani: dupla trabalhou na publicação de "O Riso do Chico". Crédito: Divulgação

"O livro narra a história do palhaço Chico, que perde o riso, sua essência. A ideia (da publicação) era apostar na superação da busca desse palhaço e surpreender as crianças, especialmente pela forma como ele encontra o que tanto procura", define Albani, dizendo que, na trama, o riso se transforma em um novo personagem. Contar mais vai estragar a surpresa dos leitores. 

"Durante o caminho, vamos trabalhando sentimentos, e, com as ilustrações do Luan (Albani, que também participa do projeto), meu irmão, vai ficando tudo muito fácil de se absorver e envolver com essa trajetória. A publicação foi inspirada na história da minha família. Perdemos nosso pai muito cedo, e isso foi uma 'porrada' no astral. Superar através da arte foi fundamental e vejo como uma maneira de levar uma mensagem de força pra mais pessoas", define Lucas, que faz trabalhos educativos com "O Riso do Chico".

"Vamos aonde o livro nos leva. Participamos de palestras e oficinas em escolas e falamos com famílias, tudo incentivando a leitura, a escrita e a vivência com a literatura. Mas o mais legal é levar a mensagem de amizade".

Em primeira mão a "HZ", Lucas Albani dá detalhes sobre sua nova obra, ainda sem data a ser publicada, uma espécie, se assim podemos dizer, de continuação de "O Riso do Chico".

"O Chico vai encontrar uma amiga, que é diferente de todos. Eles não conseguem entender como lidar com a situação e irão aprender muito sobre o respeito e como aceitar as diferenças", adianta, dizendo que a futura obra está participando de um edital de cultura, que, se aprovada, ajudará bastante em sua publicação.

REALIDADE SOCIAL

Outro dos 17 selecionados nos editais da Secretaria Estadual de Cultura, "Desassossego – Histórias e Memórias do Bairro Central Carapina", de Lorraine Paixão, aposta na investigação jornalística, em formato de livro-reportagem, para contar a história do bairro da Serra, desde o seu início, quando se chamava Sossego, passando pelas trajetórias dos moradores. 

"A ideia nasce com meu trabalho de conclusão de curso de graduação em Jornalismo na Ufes e quis contar a história do bairro de onde vim. É um livro-reportagem que brinca com um mundo de poesia, pois uso a linguagem da crônica, aplicando algumas técnicas de jornalismo, em uma espécie de 'dançar das palavras'. Tento explorar o cotidiano de forma lírica", delineia Paixão, detalhando suas escolhas narrativas.

Lorraine Paixão é autora de

Lorraine Paixão é autora de "Desassossego – Histórias e Memórias do Bairro Central Carapina". Crédito: Naira Pinudo / Aya Fotonarrativas

"Optei em mesclar pesquisa histórica com entrevistas e depoimentos que fui recolhendo. Além disso, também usei muito da minha memória afetiva do território. O livro é dividido em duas partes. Em um primeiro momento, resgato a história de como surgiu Sossego, especialmente com os moradores mais antigos", adianta.

"Na segunda parte, conto algumas vivências enquanto jovem periférica moradora da região, como, por exemplo, uma passagem por um projeto social que ainda existe. Há, também, o resgate de vivência em relação à violência, da presença policial e da questão do tráfico. No título, brinco com o nome Sossego, levando um contrate para a palavra Desassossego. A partir daí, a gente produz, cria e se organiza em coletivos de projetos culturais e sociais", complementa.

LANÇAMENTO COLETIVO DE 17 LIVROS LANÇADOS PELA SECULT/ES

  • QUANDO: Quarta (25), a partir das 18h, no Palácio Anchieta. Praça João Clímaco, 142, Centro, Vitória
  • INGRESSO: Entrada franca

CONHEÇA AS OBRAS 

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  • "Experiências", do autor Lobo Pasolini, é o primeiro livro de uma série de escritos baseados nos diários do autor.  A escrita diarista é a base para se criar ficções e parte do pressuposto que lembrar é ficcionalizar a realidade, porque a lembrança é sempre fictícia.

  • "História da Moda no Espírito Santo: do século XVI ao século XXI", de Bruna Breguez, é um livro pioneiro que procura analisar sobre a perspectiva da história cultural como as roupas e o vestuário surgiram e se desenvolveram em solo capixaba desde a chegada dos portugueses no século XVI até os dias de hoje.

  • O romance de estreia "A condição Urbana", de Filipe Ferreira Ghidetti, traz o dilema do homem fazendo face ao poder das circunstâncias, nos chamando a pensar se somos a essência capaz de amoldar a realidade a nossa condição humana, ou se somos determinados pela realidade.
      
  • No livro de poesias "Post Its de Carne e Putrefação", de Mara Coradello, há um respeito à vida, ao que se nos apresenta como vivo, mesmo que já seja passado ou que tenha, digamos “morrido”, mas vivo na memória.

  • "O cachorro que fugiu do aquário e voou", de Geusa Gomes, é um livro infantil narrado em primeira pessoa: uma menina chamada Maria que relata a sua tentativa de compreender o universo dos adultos e também as transformações na vida das crianças.

  • "Minhas Vianas: a cidade como lugar dos afetos", do autor e também arquiteto Gustavo Pimenta, foi desenvolvido a partir da dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), tendo seu título e metodologia criados ao pensar nas possíveis relações que cada cidadão pode construir com a cidade quando permeados por variados estímulos e sensações em seus espaços de vida urbanos.

  • "O 'Grupo dos Onze': elites políticas e anticomunismo no município de Muniz Freire", de Herbert Soares, traça um panorama da história local, passa pela instabilidade política da época e detalha as consequências que o golpe de 1964 e a ditadura militar causaram na vida dos integrantes do grupo.

  • O livro de poemas "Quando borboletas carnívoras dançam no estômago", da autora Ingrid Carrafa, conta com poemas que elevam a voz feminina e toda a sua potência para falar do cotidiano, das dores e dos amores vividos e superados.

  • Em "Os Sons da Memória - Uma Leitura Crítica de 40 Discos que marcaram época na Música do Espírito Santo", o autor de José Roberto Santos Neves, apresenta uma extensa pesquisa sobre a MPB produzida no Estado, com foco em seus principais personagens: cantores, compositores, regentes, instrumentistas, arranjadores, letristas e bandas, para a construção da historiografia musical do Espírito Santo.

  • "Desassossego – histórias e memórias do bairro Central Carapina", de Lorraine Paixão, obra remonta a história do bairro, desde o início, quando se chamava Sossego, passando pelas trajetórias dos moradores. Um texto sobre pessoas comuns de vidas extraordinárias, textos que tiram poesia das narrativas que costuram a história da região.

  • "O Riso do Chico", escrito por Lucas Albani, livro foi adotado por escolas da Grande Vitória e pela Prefeitura Municipal de Vila Velha para o ano letivo de 2022. Chico, um palhaço muito querido, tem uma surpresa gigantesca: um evento inesperado o separa de seu maior companheiro. Sem saber o que esperar pelo caminho, ele sobe em seu monociclo-voador e começa sua jornada de busca e de muito aprendizado sobre a amizade.

  • "A menina que pintava carneiros", de Luiz F. Bernardes é um livro infantil lúdico e educativo, ao mesmo tempo que é um livro de colorir, a obra ensina sobre as cores e conta uma história que incentiva a imaginação e o poder criativo.

  • "Paisagem e fé: espaços sagrados nos caminhos de Anchieta", escrito pelo arquiteto e autor Marcelo Seidel, é uma pesquisa sobre o valor espiritual da paisagem de grande relevância religiosa: a cidade de Anchieta, localizada no Município de Anchieta.

  • "Um pássaro de fogo: reconto" apresenta uma nova versão da famosa lenda capixaba "O pássaro de fogo". No livro de Paulo Roberto Sodré, um pai narra a seu filho a conhecida história da figura do pássaro de pedra, no Moxuara, em Cariacica. 

  • "Verbetes (im)perfeitos para corpos im(perfeitos)", de Raquel Falk, é uma série de Verbetes sobre o corpo e suas superfícies, histórias e sensações. A autora projeta e revela, sem medo suas vivências na pele que habita.   

  • "O coração da Medusa", a autora Renata Bomfim, propõe um olhar para a mulher a partir de uma ótica feminista a questão do feminino é problematizada a partir de variadas vozes que lançam o seu grito.

  • O livro de contos "Sobrenome Perigo", é de Ricardo Maurício Gonzaga, artista plástico e performático e escritor. Pesquisador na área de artes, história e teoria da arte e linguagens visuais e afins, com produção bibliográfica resultante destas atividades.  

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