• Aquiles Reis

    Aquiles Reis é músico e vocalista do MPB4. Nascido em Niterói, em 1948, viu a música correr em suas veias em 1965, quando o grupo se profissionalizou. Há quinze anos Aquiles passou a escrever sobre música em jornais. Neste mesmo período, lançou o livro "O Gogó de Aquiles" (Editora A Girafa)

Sidney Mattos faz um brinde à MPB com o disco "Vem Pra Feira"

Publicado em 07/12/2022 às 10h36
O músico Sidney Mattos

O músico Sidney Mattos. Crédito: Reprodução/YouTube

  • De: Aquiles
  • Para: Sidney Mattos


Salve, Sidney! Pra começar, confessarei a minha admiração pela sua música, ofício ao qual você se dedica com talentoso e independente afinco há mais de cinquenta anos.

Mas com esta cartinha quero também saudar "Vem Pra Feira", o seu 17º trabalho autoral independente. Por você sempre demonstrar justificável orgulho de compor e comprovar sua obra com uma ação inesgotável de autêntica resistência musical e cultural, e por considerá-lo coberto de razão, brindo a mais esse digno ato.

Gravado em seu home studio, o disco, que como sempre tem a participação de grandes músicos, traz duas faixas instrumentais, uma com Beto Saroldi, outra com Nivaldo Ornelas.

É, companheiro, o CD rodou e a tampa abriu com “Vem Pra Feira” (sua e de Ivan Wrigg), embalada por efeitos do teclado. O suingue rola entremeado por vocais abertos (destaque em muitos arranjos) e sua voz dobrada.

“Sonhos” (sua e de Luiz Alfredo Millecco), uma das músicas em versão bônus instrumental, inicia com a letra original vocalizada, enquanto guitarra, baixo e batera vibram o arranjo.

“Esperançar / Pro Charles Loyd” é seu belo louvor ao saxofonista de jazz americano. Amparada pelo violão, sua voz está firme.

“Expediente Integral” (seu e Renato Rocha), após intro do sax tenor, traz as palavras sempre atiladas de seu novo parceiro.

“Murundum”, sua e Xico Chaves, é a faixa do CD. Com o coro sacudindo a levada, a letra esperta de Xico tem em você uma interpretação quente e arrasadora, à la Clementina de Jesus.

Bem sei da admiração que um expressivo time de grandes profissionais de destaque na cena musical brasileira nutre por ti. Sendo assim, faço questão de nomear os que gravaram com você e os seus vocais, teclado, baixo, efeitos e voz: Fernando Moraes, Itamar Assiére e João Carlos Coutinho (teclados), Flávio Pereira (baixo e violão), Carlito Gepê, Adriano Giffoni, Dirceu Seabra e Sérgio Castanheira (baixo), João Cortez (bateria e bongô), Elly Werneck e Fernando Pereira (bateria), Eurico Zen, Suami Shopa, Eduardo Reis e Guido Sabença (percussão), Fernando Trocado (saxes tenor e soprano e flautas), Rubinho Jacob (violão e violão de aço), Patrick Ângelo (violão e violão de 7 cordas), Thiago Guzzo (violão e guitarra), Marcelo Pfeil (guitarra), Adriana Passos, Bia Bessa, Hamilton Catete e Poíko (coro).

Participações especiais: Bia Bedran (voz), Betto Saroldi (sax tenor), Nivaldo Ornelas (saxes tenor e soprano) e Orieta Castillo (voz).

Parcerias: Renato Rocha, Luiz Alfredo Millecco, Xico Chaves, Bia Bedran e Ivan Wrigg.

Aproveito para também apresentar a ficha técnica. Gravação: Sidney Mattos e Flávio Pereira; coordenação poética: Ivan Wrigg; projeto gráfico: Guilherme Bedran; gravado no estúdio neae: junho / julho e agosto de 2020 e janeiro, fevereiro e março de 2022; e produzido, mixado e arranjado por você, grande Sidney.

Sidney, embora ainda dependente de quem o ouça para admirá-lo tanto quanto eu e tantos mais, reafirmo: você é um incansável trabalhador da MPB.

Fique bem, amigo.

Aquiles

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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