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Publicado em 24 de maio de 2024 às 13:52
Um reencontro com ele mesmo. Isso é o que retrata ‘Encantado’, novo álbum do cantor Silva, lançado nesta quinta-feira (23). Desta vez, o capixaba explora seu lado compositor para contar histórias - que levam certa melancolia - com diferentes referências musicais, que vão do samba ao jazz, passando pelo hip hop e a MPB.
“O significado do nome ‘Encantado’ é bem extenso e profundo. Essa questão do reencontro, foi bem importante. Eu estava precisando fazer uma leitura interna sobre : ‘O que eu estou fazendo? Por que eu gosto disso?’. Ter uma carreira é muito difícil, porque ela não pode parar”, destacou Silva.
Veja abaixo a entrevista em vídeo:
Em conversa com HZ, Silva abriu o coração sobre a construção do disco. Por sinal, antes de chegar na lista com 16 faixas, muito trabalho foi preciso ser feito - inclusive de voltar a querer fazer música autoral. “Deixei de lado o meu processo de criação. Nesse tempo todo, quando a minha carreira cresceu, fiquei desconcentrado do jeito que criava. Quando estive distante da música, tive crise existencial, saúde mental péssima”, revelou.
Ou seja, essa é uma retomada para o capixaba. Como o próprio chegou a dizer em suas rede sociais: “‘Encantado’ é um novo ‘muito prazer’. Segundo ele, as canções começaram a ser produzidas junto com o irmão, Lucas Silva, há dois anos. E foi só após sair a primeira composição que tudo começou a fluir.
“Eu voltei para compor. Eu e o Lucas fizemos umas 30 músicas, algumas no esboço, mas a maioria eram boas ideias. Comecei a compor esse álbum em 2022, no meio do tumulto da minha vida, muita coisa acontecendo. Até que saiu uma música ‘Girassóis’, que amarrou o álbum. Depois que veio essa música, parece que abriu a caixa de pandora”.
Em ‘Encantado’, Silva canta, toca piano, sintetizador, guitarra, violão, baixo e violino - instrumento no qual é formado pela Faculdade de Música do Espírito Santo - além de assumir a produção musical, ao lado de André Paste. Mas apesar de fazer tudo - ou quase tudo - ele não está sozinho.
O disco conta com diversas parcerias, como Arthur Verocai, Marcos Valle, Carminho, Jorge Drexler e Leci Brandão. Entre as curiosidades, está o nome da música com a sambista, ‘Amanhã de manhã (Para Lecy)’, que conta com uma homenagem tanto à avó de Silva quanto à mãe de Leci Brandão. Ambas têm o mesmo nome, Lecy.
“Leci foi a última que tive contato. Foi o Criolo que me apresentou a dona Leci Brandão durante um samba dele. A gente se cumprimentou, disse que a sobrinha era muito minha fã. Até mostrei para ela a minha tatuagem em homenagem a minha avó, que se chama Lecy, com ‘y’. Foi um momento lindo”, revelou.
Em “Recomenzar” Silva conta com uma parceria inédita com o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, onde grava em espanhol pela primeira vez na carreira. Já em ‘Mad Machine’, o capixaba canta em inglês, numa clássica balada de voz e violão. Por trás das gravações, o artista contou como criou coragem para se aventurar em outras línguas.
“Eu tinha pavor de gravar em inglês no começo. Eu achava o meu acento muito ruim, muito forte. Depois comecei a ouvir de outras pessoas falando: ‘Você tem que gravar em inglês. É tão charmoso’. Os meus sobrinhos que foram criados na Flórida, e hoje moram aqui, me falaram no início: ‘Tio, não está bom não’ (risos). E aí fui fazendo todo um trabalho”, contou.
Com 11 datas por todo Brasil, a nova turnê de Silva começará, é claro, em terras capixabas. “Abram alas” - nome da primeira música do álbum -, que a primeira apresentação da tour “Encantado” acontecerá no dia 18 de agosto, no Festival Movimento Cidade, na Prainha, em Vila Velha.
A turnê também irá passar por Belém, São Paulo, Curitiba, Salvador, Aracajú, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Brasília. A postagem de Silva diz ainda que novas datas serão anunciadas em breve.
Mas quem não quiser esperar até o segundo semestre, o capixaba será a próxima atração do Parque Cultural Casa do Governador, no dia 18 de junho, no programa “Sílabas & Sons”, com entrada gratuita. “É um show mais informal, só voz e violão. É só umas quatro músicas, capaz da galera querer mais (risos). Mas eu vou tocar do novo álbum, vai ser importante. Pelo menos uma vai ter”, disse.
Feliz e orgulhoso de sua trajetória - que leva na bagagem projetos como "Brasileiro", "Silva Canta Marisa" e "Bloco do Silva" -, o artista afirmou que gosta de olhar apenas para frente quando o assunto é a sua carreira. E disse ainda que seu amor por Vitória ultrapassa barreiras, uma espécie de refúgio quando precisar se ‘encantar’ por ele mesmo.
“A minha história é aqui, sou nascido e criado em Vitória. Minha formação musical foi aqui, depois virou quase uma cultura minha de começar as turnês em Vitória. É sempre uma oportunidade dos meus pais, minha família e meus amigos verem o show. Gosto tanto dessa cidade, que nunca me mudei. Quero retribuir tudo que Vitória já me deu”, finalizou.
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