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Publicado em 3 de novembro de 2022 às 14:53
Não é exagero dizer que Zeca Pagodinho é um vencedor. Após pegar Covid-19 em duas ocasiões - sendo que em uma delas chegou a ficar internado em estado grave -, vencer duplamente a doença e ficar longe dos palcos (como também dos botecos), o sambista de 63 anos voltou para a estrada com a turnê de seu novo disco, "Mais Feliz", um nome bem sugestivo para definir o atual estágio de sua vida e carreira.
Sempre "deixando a vida levar", como descreve uma de suas músicas mais populares, Zeca conversou com "HZ" para detalhar sua apresentação em Vitória, que acontece sábado (5), no Gordinho Sambão, em comemoração do aniversário da produtora Aquarius.
Irreverente, o artista comparou as terras capixabas a Xerém (Duque de Caxias/RJ), local onde o cantor tem um sítio e passa seus melhores momentos durante as folgas, sempre acompanhado de uma cerva estupidamente gelada, é claro!
"Me sinto em casa (referindo-se ao ES). Em Xerém, tem muita gente do Espírito Santo. Sempre somos bem recebidos por vocês. Vamos fazer um show bacana para alegrar o povo capixaba", apontou, sem esconder a alegria de trazer seu novo espetáculo para o Estado.
Por falar na apresentação, "Mais Feliz", o show, mostra um pouco do novo disco do cantor, que traz 14 músicas, sendo 11 inéditas e três regravações: "Peregrinação", do Fundo de Quintal; "O Sol Nascerá (A Sorrir)", de Cartola e Elton Medeiros; e "Apelo", de Vinicius de Moraes e Baden Powell. Ótimas escolhas para homenagear gênios da MPB.
O espetáculo também deve trazer grandes sucessos, como "Coração Em Desalinho", "Vai Vadiar", "Deixa A Vida Me Levar", "Verdade", "Maneiras", "Lama Nas Ruas" e "Seu Balancê". Todos clássicos (e muito queridas pelos fãs) de Pagodinho.
"A gente sempre mescla músicas do trabalho que está sendo lançado com sucessos que o público não deixa sair do repertório dos shows", adiantou, meio que tentando fazer mistério sobre o que vai ser apresentado por aqui.
Com habitual franqueza, Zeca lamentou a interrupção da turnê de "Mais Feliz" por conta do novo coronavírus. E afirmou que, mesmo padecendo duas vezes com a Covid-19, nunca perdeu a esperança de vencer a doença ou teve medo da morte.
"Só agora, do início do ano para cá, que estamos viajando pelo Brasil com "Mais Feliz". Superar a Covid-19 é uma vitória não só minha, mas de todos que passaram pela pandemia. Não tive medo de morrer, mas fiquei preocupado comigo e com as pessoas. Também fiquei triste com a perda de alguns amigos", lamentou.
"Nuvens Brancas de Paz", que consta no novo disco de Zeca, têm a parceria de Arlindo Cruz na composição. A faixa foi composta em 2017, no que seria um dos últimos encontros de Pagodinho com Arlindo antes de ele sofrer um AVC. Hoje, Cruz se recupera da doença ao lado da família.
"Tenho esperança que ainda verei meu amigo cantando, contando histórias... Para Deus nada é impossível!", responde Pagodinho, com sua habitual positividade.
Em 2023, o sambista carioca faz 40 anos de carreira. Tudo começou em 1983, quando a "madrinha" Beth Carvalho deu destaque a "Camarão que Dorme a Onda Leva", com quem Zeca cantou em dueto. Depois disso, foi só sucesso...
"Pois é, costumo dizer que a música me escolheu. Não tinha nenhuma pretensão de ter sucesso. Queria era compor, ouvir meus sambas nas rádios e nas vozes de outros artistas, mas eis que chegou a Beth Carvalho e me jogou nesta vida...", responde, em tom bem-humorado e nostálgico.
Por falar no próximo ano, Pagodinho terá a honra se ser enredo da atual campeã do carnaval carioca, a Acadêmicos do Grande Rio. "Samba do Quintadinha de Erê" vai mostrar a trajetória de Zeca na Marquês de Sapucaí.
"A emoção é grande! Feliz da escola ter me escolhido, um portelense, para homenagear. Não me envolvo em nada. Tudo é com eles que são profissionais competentes do carnaval. Sou amigo de toda a diretoria, conheci e gostei muito dos carnavalescos (Leonardo Bora e Gabriel Haddad). Agora é esperar o desfile", complementa, tentando esconder a ansiedade.
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