Amazon é acusada de usar IA e infringir direitos autorais em 'Matador de Aluguel'

A produtora é acusada de ter utilizado inteligência artificial na greve dos atores em Hollywood para dar continuidade as gravações do filme

Publicado em 29/02/2024 às 13h33
Dalton (Jake Gyllenhaal) em releitura de 'Matador de Aluguel'

Dalton (Jake Gyllenhaal) em releitura de 'Matador de Aluguel'. Crédito: Divulgação

Uma polêmica ronda o filme "Matador de Aluguel", releitura do clássico de 1989 com estreia prevista para este ano. A Amazon, produtora do longa, é acusada de ter utilizado inteligência artificial durante a greve dos atores em Hollywood, no ano passado, para dar continuidade as gravações do filme.

Na terça-feira, 27, R. Lance Hill, o roteirista do filme de 1989, processou o estúdio MGM, controlado pela Amazon, por violação de direitos autorais. Segundo ele, o estúdio ignorou o seu direito de autor sobre a história criada há mais de 30 anos.

O conflito joga luz sobre as ramificações da nova Hollywood. Originalmente, os direitos de "Matador de Aluguel" eram da United Artists, produtora formada há mais de um século por estrelas como Charlie Chaplin e Mary Pickford. Em 1981, a MGM comprou a United Artists --e, em 2022, a Amazon comprou a MGM por US$ 8,5 bilhões.

Hill pediu para que os direitos autorais de "Matador de Aluguel" fossem revertidos para ele em 2021, através da Secretária de Direitos Autorais dos Estados Unidos, já que a United Artists perderia os direitos sobre o filme em novembro de 2023.

Mas a Amazon, segundo Hill, teria ignorado o seu pedido e tomou medidas para contornar a greve de Hollywood e terminar as filmagens do longa antes que seus direitos autorais da United Artists espirassem, informa o LA Times.

Segundo Hill, a Amazon "chegou ao ponto de tomar medidas extremas para cumprir o prazo de 10 de novembro de 2023, inclusive recorrendo a inteligência artificial" para "replicar as vozes" dos atores.

Ainda assim, o filme foi concluído em janeiro, ele alega, dois meses após o prazo final dos direitos autorais. Uma pessoa próxima ao estúdio falou em condição de anonimato para o LA Times que a IA teria sido utilizada apenas nos primeiros cortes do filme, e que os executivos do estúdio instruíram a equipe a remover todas as edições que utilizavam a tecnologia da versão final.

Em resposta às acusações, a Amazon afirmou que a ação movida por Hill possui "inúmeras alegações falsas". "O filme não usa nenhuma IA no lugar das vozes dos atores. Vamos nos defender contra essas acusações", respondeu o estúdio.

A ação de Hill pretende impedir a distribuição do longa, prevista para o dia 21 de março no Prime Video.

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