- Jânio Nazareth
- É jornalista, direto de Los Angeles (Twitter @janionazareth)
O cineasta Steven Spielberg sonhava fazer um filme baseado no musical da Broadway, "Westside Story" (1967), desde criança. O sonho finalmente vira realidade com a chegada de "Amor Sublime Amor", em cartaz nos cinemas do país.
O filme é uma adaptação do musical, que conta a história de dois adolescentes pertencentes a gangues rivais que se apaixonam. Os Jets são formados por adolescentes brancos, enquanto os membros dos Sharks são porto-riquenhos.
Tony é interpretado pelo ator Ansel Elgort (A Culpa É Das Estrelas) . A namorada Maria, é vivida pela atriz Rachel Zegler, que já se prepara para interpretar Branca de Neve no filme "Branca de Neve e os Sete Anões", previsto para chegar aos cinemas em 2023. O elenco de "Amor Sublime Amor" traz também a atriz Rita Moreno, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante como Anita na primeira versão para o cinema, lançada em 1961.
O musical foi criado pelo produtor Jerome Robbins com música de Leonard Bernstein, letra de Stephen Sondheim e libreto de Arthur Laurents. O cineasta Steven Spielberg revela que nunca ficou tão contente e realizado ao fazer um filme.
"Esta foi uma experiência muito feliz. Não alcanço este nível de felicidade em todos os filmes que eu faço. Já fiquei louco de felicidade no meio de uma tomada, no meio do dia ou no final de uma filmagem, mas tem algo muito especial sobre este filme que não consigo descrever com palavras. É difícil expressar o sentimento e a realização que este filme me deu. Tenho vivido com estas canções desde que eu era um menino, de 10 anos, no Arizona. Consegui realizar um sonho e uma promessa que eu fiz pra mim mesmo. A minha mulher, Kate, sempre me lembrava: 'Não quebre aquela promessa, você tem que fazer Westside Story'. Sou muito agradecido. Vou ser pra sempre agradecido”, revela Spielberg.
Mesmo com uma produção cinematográfica lançada em 1961, com direção de Jerome Robbins e Robert Wise e elenco principal formado por Richard Beymer e Natalie Woods, Steven Spielberg conta que preferiu usar como referência o musical do teatro.
"Tudo o que fiz foi baseado no musical original da Broadway. Não me baseei em nada no filme musical do (diretor) Robert Wise, embora eu adore aquele filme. Já vi várias vezes, como todos da minha idade já viram, mas eu tinha um amor mais profundo com o original da Broadway. Até quando eu estava planejando as minhas tomadas e tentando decidir como fazer Westside Story, só usei como referência a montagem da Broadway. Nunca usei a trilha musical do Leonard Berstein para o cinema", conta o cineasta.
Cena do filme "Amor Sublime Amor", dirigido por Steven Spielberg. Crédito: 20th Century Studios
O diretor faz um paralelo entre a história do filme e o momento de divisões que vivemos hoje. "Acho que divisões entre pessoas de diferentes opiniões são tão antigas quanto o próprio tempo. As divisões entre os Sharks e os Jets, em 1957, que inspiraram aqueles quatro gênios a transformar eventos atuais num musical, eram profundas, mas não tão divisíveis quanto o que vemos hoje”, observa ele.
O cineasta acredita as gerações futuras merecem também ver a história de "Amor , Sublime Amor". "Deveriam fazer 'Amor, Sublime Amor' de novo em 20, 30 anos porque a história fala para todas as gerações. É eterna , no sentido de que deveriam nos fazer lembrar esta história sempre que possível. Sinto que estou oferecendo uma grande peça clássica de teatro musical, mais uma vez para o mundo, 60 anos depois", afirma Spielberg.
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