Administrador / [email protected]
Publicado em 2 de maio de 2022 às 10:00
O resgate da cultura presente e quase extinta na região do Caparaó, no Sul do Espírito Santo, é o ponto de partida para "Antes Que Me Esqueçam: A Cena Cultural do Caparaó Capixaba", documentário que estreou na última semana e segue em cartaz no YouTube.
Segundo Thiago Cleiton Silva Soares, que dividiu a direção com Lucas de Almeida Moço Fioreze, o projeto é um registro da luta constante dos grupos culturais que fazem parte do Caparaó Capixaba, contra o esquecimento e a perda de suas manifestações artísticas, culturais e de fé, que são transmitidas de geração para geração. Para isso, foram entrevistados 11 grupos culturais de 11 municípios da região.
"A ideia do documentário surgiu no momento em que percebemos que diversas manifestações culturais, que acompanhávamos na infância, não se apresentavam com a frequência que víamos no passado. E, com a vinda da pandemia, a impressão que tínhamos era que estes grupos haviam se extinguido. Foi aí que, com apoio da Secretaria de Cultura do Estado (SECULT-ES), através da Lei Aldir Blanc, conseguimos ir até estes grupos, dar voz a eles e entender o que se passava", conta Thiago.
Gravada em 2021, a obra da produtora Zero 28 capta diversas manifestações culturais, algumas não vistas com tanta frequência nos últimos anos. Dentre estes grupos entrevistados, estão Capoeira, Bate Flecha, Boi Pintadinho, Quadrilha e Folia de Reis, onde membros falaram sobre os desafios de se manter a cultura popular, sobre a fé e sobre os impactos da pandemia em suas atividades.
"O que mais nos surpreendeu durante a captação das imagens foi a simplicidade e acolhimento destas pessoas. Onde passávamos, éramos recebidos com muito carinho, mesa farta e com um sentimento de estarem sendo reconhecidos e valorizados pelo que fazem, porque a queixa da maioria dos grupos é a falta de apoio em suas atividades. Outro fato que nos surpreendeu muito e causa enorme tristeza é ver que alguns grupos estão em sua última geração e não tem crianças para dar continuidade em sua manifestação cultural milenar, como é o caso da folia de Reis", destaca o diretor.
Segundo Thiago, o material ficará no YouTube por no mínimo um ano, podendo ser arquivado após este prazo apenas para participação de festivais de cinema ou em caso de contrato com plataformas de vídeo. Então vale dar uma olhada na obra abaixo o quanto antes.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta