Publicado em 25 de novembro de 2021 às 19:07
O cineasta Ridley Scott vinha tentando trazer a história da família Gucci para o cinema há vários anos, mas não encontrava o roteirista certo. Finalmente, o público brasileiro verá o resultado do trabalho com a estreia de "Casa Gucci" nos cinemas, nesta quinta-feira (25).
O elenco traz nos papéis principais, Lady Gaga como Patrizia Reggiani e Adam Driver como Maurizio Gucci, o casal que vive uma relação intensa e trágica. Al Pacino, Jared Leton , Jeremy Irons, completam os grandes nomes do elenco. A direção é de Ridley Scott.
"Esta história é uma crônica de tudo o que aconteceu. Desde o tempo em que eles (Patrizia e Maurizio) se conheceram até a morte dele", conta Lady Gaga.
"O que aconteceu com os negócios da família, como ela (Patrizia) se envolveu, como as coisas se complicaram, como ele (Maurizio) mudou, se transformou. E como ela ficou magoada. Acho que a história mostra uma mulher empurrada aos limites, uma mulher presa num choque de classes sociais, que está tentando superar a sua classe mas não tem o brilho dos Gucci. Ela sempre é tratada como uma estranha, nunca é aceita completamente. Todos estão obcecados por algo que é inerentemente mal, que é dinheiro, privilégio e poder. Enquanto todos estão lutando pela Gucci, eles não reconhecem o verdadeiro desastre, que ela está caindo pedaços”, completa a atriz.
O cineasta Ridley conta que a idéia para o filme foi da mulher dele, a produtora Giannina Facio. "O filme é baseado no livro da Sarah Gay Forden, "A Casa de Gucci - Uma História Sensacional de Assassinato, Loucura, Glamour e Ganância". Engraçado, isto chegou ao meu conhecimento pela minha mulher, que é uma produtora, já fez várias coisas. Não comigo. Este é o primeiro filme que eu faço com a Giannina (Facio)", diz o diretor.
“Ela falou, esta é uma história muito interessante. E isto foi há 20 anos. Então, neste tempo estamos tentando escrever, mantendo um equilíbrio com o que realmente aconteceu e o lado pessoal da história, que está constantemente se desenvolvendo com a evolução do negócio. A história de uma família importante, quase como uma realeza italiana na indústria da moda, e o que levou à destruição da família", observa o diretor e co-produtor.
O roteirista que finalmente conseguiu agradar aos produtores é o escritor Roberto Bentivegna. "Eu tinha escrito um roteiro intitulado 'A Enguia'. O cineasta Kevin Walsh, que estava produzindo o filme, foi contratado pela Scott Free (produtora do cineasta Ridley Scott) e me apresentou ao Ridley e à Giannina (produtora, esposa do diretor Ridley Scott)", conta o escritor.
“Conversamos sobre este filme do Gucci que eles estavam tentando produzir por algum tempo, tentaram diversos escritores e não deu certo. Eu estava familiarizado com a história porque eu cresci na Itália e a minha mãe é uma estilista de moda. Lembro-me de ler sobre os Gucci e pensar: 'Uau, isto seria um filme incrível'. Eu e a Giannina de imediato nos demos bem. Ela cresceu na Costa Rica, mas também morou na Itália. Então, estávamos muito sincronizados. Foi um processo muito orgânico. Realmente, senti a história. Eu conhecia bem muitos dos lugares que os Gucci frequentavam e moravam. O resultado veio naturalmente", diz o roteirista.
O roteirista conta que pesquisou os jornais da época para ajudar a elaborar a história. Roberto observa que filmes como Casa de Gucci, infelizmente, são raros hoje em dia.
"Não se faz mais muitos filmes assim como Casa de Gucci. Eles são, realmente, um luxo. Então, pra termos este tipo de filme, este tipo de história, contada da maneira como é contada, com o alcance que ela é contada é algo surpreendente. Acho que o Ridley estava animado pra contar uma história que acontece ao longo de 30 anos, com essa abrangência enorme, essas incríveis reviravoltas. Tem também o gênero do filme. É um suspense criminal, ação, biografia, história de um amor que deu errado. Tantos tons diferentes. Acho que ele se sentia como uma criança numa loja de doces", diz o escritor.
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