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De "Ataque dos Cães" a "Belfast": confira as apostas de HZ ao Oscar 2022

Festa do maior prêmio do cinema deve acontecer em 27 de março e "HZ" faz uma lista com algumas produções que devem bombar no evento

Publicado em 2 de janeiro de 2022 às 09:00

"O Ataque dos Cães", de neozelandesa Jane Campion, é um dos favoritos ao Oscar 2022 Crédito: Netflix

Um ano após louvar as produções independentes, com a vitória de "Nomadland", obra-prima intimista de Chloé Zhao, o Oscar 2022 promete ser uma cerimônia de transição para o cinema e, nos próximos parágrafos, "HZ" explica o motivo, além de listar os favoritos às estatuetas da Academia de Hollywood. A festa acontece no dia 27 de março, com indicações sendo reveladas em 8 de fevereiro.

A força do streaming ainda deve ser testada, com projetos de alta excelência técnica, como "Ataque dos Cães" e "A Filha Perdida", da Netflix, e "No Ritmo do Coração", da Apple +, entre os mais cotados, mas a indústria de Hollywood também comemora o tímido, porém evidente, crescimento das bilheterias nos Estados Unidos.

Com a reabertura de algumas salas, mesmo com a pandemia da Covid-19 ainda mostrando força no país, o mercado exibidor arrecadou US$ 4,3 bilhões, ainda pouco para uma indústria que, até 2019, movimentava cerca de U$ 11,3 bilhões.

Esse pequeno avanço deve impulsionar títulos elogiados, e lançados exclusivamente na tela grande, como "Belfast", "Amor, Sublime Amor" e "Spencer", considerados favoritos ao próximo Oscar. Também não podemos esquecer da estratégia certeira da Warner Bros, que optou por lançar hibridamente nos Estados Unidos (nos cinemas e na HBO Max) "Duna" e "King Richard - Criando Campeãs", outros cotados a levar algumas estatuetas. 

Cena do filme
Cena do filme "Belfast", um dos cotados ao Oscar 2022 Crédito: Universal

Com tantas opções e formatos de exibição, é evidente que o Oscar 2022 deve definir tendências do mercado para os próximos anos. Consagrar "Ataque dos Cães", de Jane Campion ("O Piano"), com a estatueta de Melhor Filme, é provar para a Netflix que a indústria está "abraçando" o streaming e dando bênçãos à nova forma de consumir cultura.

Mas tem uma tradição no meio do caminho... Nunca é demais lembrar que o Oscar é uma festa bancada pela indústria do cinema americano, o que inclui o seu imenso parque exibidor. Com eleitores em sua maioria conservadores, o home vídeo ainda precisa provar para os votantes da Academia de Hollywood que não é uma "ameaça" a um sistema de exibição centenário e bilionário.

Um dos atores mais populares de Hollywood, Will Smith pode vencer seu primeiro Oscar por sua atuação em
Um dos atores mais populares de Hollywood, Will Smith pode vencer seu primeiro Oscar por sua atuação em "King Richard" Crédito: Warner Bros

Se continuar privilegiando títulos lançados exclusivamente na sala escura, a opção seria dar o Oscar de Melhor Filme a "Belfast", excelente (e nostálgico) drama de época de Kenneth Branagh, ganhador do prêmio do público no último Festival de Toronto, de onde saem a maioria dos vencedores das estatuetas no ano seguinte.

Com as cartas na mesa, é importante ressaltar que os favoritos ao Oscar devem começar a ser definidos quando saírem os indicados, e os vencedores, de duas premiações importantes, a partir de janeiro: o Screen Actors Guild (SAG) e o Producers Guild of America (PGA), os sindicatos dos atores e produtores, respectivamente. Eles representam mais de 90% dos votantes da Academia de Hollywood. Vencer esses prêmios é praticamente colocar a mão em uma das estatuetas douradas.

 Abaixo, "HZ" lista os títulos cotados para o Oscar 2022 e também onde assisti-los. Façam suas apostas. 

ATAQUE DOS CÃES

Excelente drama de época da Netflix (já em cartaz) que ressalta o talento e a sensibilidade de Jane Campion ("O Piano") para dirigir tragédias familiares. É favorito aos Oscar de Melhor Filme, Direção, Ator Coadjuvante (Kodi Smit-McPhee, uma das revelações do ano) e Atriz Coadjuvante (Kirsten Dunst), além de vários prêmios técnicos. A visceral performance de Benedict Cumberbatch (mesmo não sendo favorito) não pode ser descartada para Melhor Ator.  Na trama, um dos irmãos proprietários da maior fazenda de Montana decide casar, fazendo com que o outro mude seu comportamento, passando a mostrar uma personalidade obsessiva.

BELFAST

A nostálgica história irlandesa de Kenneth Branagh, ao lado de "Ataque dos Cães", se coloca como o favorito a Melhor Filme, sendo a opção para os votantes mais conservadores da Academia de Hollywood. Deve conseguir várias indicações técnicas e também nas categorias de Melhor Diretor, Atriz Coadjuvante (Caitriona Balfe) e Ator Coadjuvante (Ciaran Hinds e Jamie Dornan). Em Belfast, no final dos tumultuosos anos de 1960, na Irlanda do Norte, o jovem Buddy (Jude Hill) percorre a paisagem das lutas da classe trabalhadora, em meio a mudanças culturais e violência. Buddy sonha com um futuro melhor, que vai tirá-lo dos problemas sociais que enfrenta. Para isso, conta com a ajuda da família. Estreia nos cinemas em 24 de fevereiro.

AMOR, SUBLIME AMOR

Em cartaz nos cinemas brasileiros, a adaptação do musical da Broadway, dirigida com rigor estético por Steven Spielberg, conta uma história de amor e rivalidade juvenil que se passa na Nova Iorque de 1957. Caiu nas graças da crítica americana, ganhando elogios efusivos e se colocando na briga pelo Oscar. Deve ser um dos recordistas de indicações, conseguindo nomeações para Melhor Filme, Diretor, Atriz (a novata Rachel Zegler) e Atriz Coadjuvante (Ariana DeBose e Rita Moreno), além de categorias técnicas. Deve estrear na HBO Max em fevereiro. A trama também foi adaptada para a telona, com direção de Robert Wise e Jerome Robbins, em 1961, vencendo dez Oscar. 

SPENCER

Kristen Stewart deve vencer o Oscar de Melhor Atriz por sua minimalista performance de Lady Di em "Spencer", de Pablo Larrain. A história se passa nos anos 1990, com Diana "enfrentando" o feriado de Natal com a família na propriedade de Sandringham, em Norfolk. Aparentemente, o divórcio de Charles já era definitivo. Stewart tem como adversárias diretas Olivia Colman ("A Filha Perdida"), Lady Gaga ("Casa Gucci"), Jessica Chastain ("The Eyes of Tammy Faye") e Penelope Cruz ("Madres Paralelas"). "Spencer" estreia nos cinemas do Brasil em 3 de fevereiro.

KING RICHARD - CRIANDO CAMPEÃS

Um dos atores mais populares da história, Will Smith, finalmente, deve vencer um Oscar por sua performance como pai, treinador e mentor das tenistas Venus e Serena Williams, nesta cinebiografia assinada com competência por Reinaldo Marcus Green. Smith tem como adversários Benedict Cumberbatch ("Ataque dos Cães") e Andrew Garfield ("Tick, Tick... Boom!"), ambos da Netflix. "King Richard" continua em exibição dos cinemas e deve entrar no catálogo da HBO Max em fevereiro. Ah, sim: a novata Aunjanue Ellis, encarnando a mãe das tenistas, corre por fora na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, com boas chances de surpreender.

DUNA

Em cartaz na HBO Max, "Duna" é mais uma bola dentro na carreira de Denis Villeneuve ("Incêndios"), que conseguiu adaptar com maestria a literatura de Frank Herbert, considerada por muitos infilmável. É o blockbuster do Oscar 2022, sendo favorito em várias categorias técnicas, como Fotografia, Montagem e Desenho de Produção. Não possuiu grandes chances nas categorias de atuação.

NO RITMO DO CORAÇÃO

Vencedor do Festival de Sundance (2021), o edificante filme de Siân Heder é um remake do francês "A Família Belier". Faz sucesso por onde passa e está conquistando os votantes do Oscar. A história conta a vida de uma família com deficiência auditiva que comanda um negócio de pesca nos Estados Unidos. Ruby (Emilia Jones), a única pessoa da família que escuta, ajuda os pais e o irmão surdo com as atividades do dia-a-dia. Troy Kotsur, deficiente auditivo que interpreta o pai da protagonista, é um dos favoritos ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Pode ser alugado no iTunes, Now e Google Play.

A FILHA PERDIDA

Pode ser a grata surpresa do ano. Elogiado pela crítica e pelo público, o drama de estreia de Maggie Gyllenhaal na direção chegou a Netflix na última sexta-feira (31). Olivia Colman ("The Crown"), até o momento, parece ser a única capaz de tirar o Oscar de Melhor Atriz de Kristen Stewart. Na trama, Colman (vencedora do prêmio com "A Favorita") dá vida a uma mulher solitária e divorciada que precisa repensar o seu passado após encontrar uma família na Itália durante uma viagem. 

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