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Documentário conta histórias e lendas da Igreja dos Reis Magos no ES

'Histórias Ocultas da Igreja dos Reis Magos', do cineasta Rogério Morais, reúne fatos e curiosidades sobre o patrimônio de Nova Almeida, na Serra

Felipe Khoury

Administrador / [email protected]

Publicado em 7 de março de 2022 às 18:18

Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra
Igreja dos Reis Magos Crédito: Everaldo Santos

Histórias de assombração e lendas misteriosas sobre um dos maiores cartões postais de Nova Almeida, na Serra. O documentário 'Histórias Ocultas da Igreja dos Reis Magos', do cineasta Rogério Morais, lançado no final de fevereiro deste ano, reúne diversas curiosidades para lá de assustadoras do monumento histórico. Disponível no Youtube, o projeto audiovisual foi pensado com caráter mais didático e lúdico para ser exibido em escolas.

“A ideia do projeto surgiu visando levar as histórias do patrimônio para as escolas. Eu também sou professor e percebo que muitas crianças não conhecem as histórias do nosso município. Quis contar as curiosidades, as lendas, as ocasiões e a cultura da Serra. E para fazer todo esse mistério, logo pensei nas histórias ocultas da Igreja dos Reis Magos. A cultura popular tem que continuar percorrendo de geração em geração”, conta Rogério sobre a iniciativa de fazer o documentário.

O projeto foi realizado com recursos da Lei de Incentivo Aldir Blanc e contém a participação dos historiadores Teodorico Boa Morte, Roberto Vasco e Clério José Borges. Com 13 meses de produção, o vídeo é uma coletânea de lendas sobre o local, como por exemplo, as assombrações dos ex-presidiários e o homem que virava lobisomem.

Bastidores do documentário 'Histórias Ocultas da Igreja dos Reis Magos'
Bastidores do documentário 'Histórias Ocultas da Igreja dos Reis Magos' Crédito: Everaldo Santos

“No passado, o local onde é Igreja já foi uma prisão. Então, era comum a morte de negros, que foram jogados naquele lugar. Reza a lenda que as pessoas viam uma fumaça e esta era chamada de fogo fato, que saia dos cadáveres do cemitério. A população dizia que ouvia negros gritando, que eram fantasmas, assombrações, devido esse gás. Também contam que um homem, ao ser preso na sexta-feira de lua cheia, começava a uivar, transformando-se em cachorro, e durante a madrugada ficava uivando igual a um lobisomem, era chamado de ‘o lobisomem de Nova Almeida’”, revelou o cineasta.

Outras histórias curiosas também são contadas no documentário de 28 minutos de Rogério. 

“Conta-se que havia um túnel debaixo da igreja que visava a fuga dos jesuítas quando houvesse uma invasão ou ataque. Além disso, acredita-se que tinha um túnel ali na igreja que teria ouro. Nunca ninguém encontrou nenhum dos dois (risos). Também tem a história de que o padre José de Anchieta tenha feito um milagre na igreja, curando um índio que estava com lepra"

ARQUITETURA E OBJETOS 

Além dos mistérios que cercam o patrimônio da Serra, o documentário também traz detalhes da arquitetura histórica. Rogério revela que o telhado da igreja possui o formato de fundo de um navio por causa de uma crença dos jesuítas de que seria eterno. Outra curiosidade é o altar-mor, altar principal da igreja, que é um retábulo – escultura feita de madeira cravo e canela - feito totalmente em terras capixabas e que só existe na Igreja dos Reis Magos.

Ainda no interior do monumento, uma das primeiras pinturas à óleo feitas no Brasil, assinada pelo jesuíta Belchior Paulo. Entre os objetos sacros, uma estátua de Jesus Cristo é conhecida por atender aos pedidos dos fiéis que rezam com fé. E falando em pedido, no segundo pavimento da Igreja, existe um “banco casamenteiro”. De acordo com o mito, quem senta no banco e pede a Deus um amor verdadeiro, consegue.

Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra
Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra Crédito: Everaldo Santos

O 'Histórias Ocultas da Igreja dos Reis Magos' é o segundo documentário de Rogério Morais sobre um monumento histórico da Serra. No ano passado, o professor lançou o filme ‘Queimado – A luta pela liberdade’, que traz a Insurreição de Queimado.

“Eu costumo fazer meus documentários nesse tempo de 28 minutos para poder encaixar dentro de uma aula. É feito para que os professores possam se organizar. Além disso, o filme possui classificação livre. Gosto de trabalhar com uma linguagem simples, a pegada é seguir no caminho do mistério, que pode aguçar a imaginação do monumento”, finalizou Rogério.

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