"HZ" lista 5 produções para entender o conflito armado entre Rússia e Ucrânia

Entre as dicas, está a premiada série "Chernobyl" (2019) e o elogiado documentário ucraniano indicado ao Oscar da categoria em 2016, "Winter on Fire" (2015)

Rivais históricos antes da formação da União Soviética, em rusgas que se intensificaram após a segunda unificação dos ucranianos ao território soviético em 1944, sob o poder de Joseph Stalin, Rússia e Ucrânia estão com relações estremecidas desde 2014, quando russos anexaram a Crimeia, território então pertencente aos ucranianos, uma forte região econômica - com grandes parques industriais e robusta produção de energia - e política - possui um posicionamento estratégico, às margens do Mar Negro.

E a tensão entre os dois países chegou ao limite máximo em 2022. Alegando que a aproximação da Ucrânia com o Ocidente - e sua iminente entrada na OTAN - poderia ameaçar a soberania do território russo, o presidente Vladimir Putin invadiu a nação vizinha, iniciando um conflito armado que, desde 24 de fevereiro, já matou mais de dois mil civis ucranianos, segundo dados do Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia.

Como o audiovisual é uma espécie de "espelho" da realidade, quase sempre tentando desvendar, de forma documental ou fictícia, o cotidiano da sociedade, "HZ" listou cinco produções que tentam explicar o clima hostil e os embates armados entre ucranianos e russos. Programe-se.

• Winter on Fire (2015)

  Impossível não começar a lista com o documentário de Evgeny Afineevsky, indicado ao Oscar da categoria e disponível na Netflix. Trata-se de um forte relato dos tumultos na Ucrânia durante 2013 e 2014, quando as manifestações de estudantes em apoio à integração europeia se transformaram em uma revolução de 93 dias, exigindo a saída do então presidente Viktor Yanukovych. Uma narrativa ágil e bem atual. 

• Catarina, A Grande (2019)

  Superprodução disponível na HBO Max, a minissérie retrata o Império Russo do século XVIII, mais precisamente os últimos anos de governo da monarca Catarina (brilhantemente interpretada por Helen Mirren). Entre os destaques da história, o plano que leva à expansão do território russo sobre áreas então ucranianas, como a região da Crimeia, ponto estratégico para ambos os países. Como dito no início do texto, a área está sob domínio russo novamente desde 2014, após invasão do Governo Putin.

• Chernobyl (2019)

  Obra-prima em formato de minissérie que retrata o mais trágico acidente nuclear da história, acontecido em 1986, na usina Chernobyl, na Ucrânia. A produção de Craig Mazin mostra em detalhes como o governo soviético - com sua burocracia - tentou esconder a dimensão do acidente, que matou milhares de civis, para o resto do mundo.  A área - que fica a 90 km da capital Kiev - continua inabitada, uma espécie de "cidade fantasma". Estrategicamente, foi uma das primeiras regiões da Ucrânia atacadas pela Rússia no atual conflito armado. Pode ser conferida na HBO Max.

• O Senhor das Armas (2005)

  Em uma das melhores atuações de Nicolas Cage, o ator interpreta Yuri Orlov, traficante russo de armas que acaba ficando milionário ao aumentar sua cartela de clientes com o fim da Guerra Fria, no final dos anos 1980; o colapso da União Soviética; e o crescimento do terrorismo internacional. Grande trabalho de direção de Andrew Niccol, premiado pela National Board of Review por sua Excelência Técnica. Disponível no Amazon Prime Vídeo. 

• A Sombra de Stalin (2019)

  Baseado na vida do jornalista Gareth Jones, o filme de Agnieszka Holland retrata os dilemas de um repórter (interpretado por James Norton) que viaja clandestinamente a União Soviética para investigar o "sucesso" econômico do governo de Josef Stalin, na década de 1930. Entre as passagens do longa, está o retrato do chamado "genocídio da fome" praticado na Ucrânia em 1933, onde Stalin supostamente teria deixado civis sem comida, expostos ao frio e à morte. Disponível na Netflix.