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'Kasa Branca': um filme sensível que desafia os estereótipos sobre homens pretos

Sob direção de Luciano Vidigal, premiado filme 'Kasa Branca' chega aos cinemas nesta quinta (30) e rompe com clichês

Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 14:58

Nesta quinta-feira, 30 de janeiro, estreou nos cinemas o filme ‘Kasa Branca’, dirigido e roteirizado por Luciano Vidigal. A obra acompanha a emocionante história de três adolescentes negros da periferia da Chatuba, em Mesquita, no Rio de Janeiro: Dé (Big Jaum), Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco). Entre as tramas que envolvem amizade, desafios e sonhos, destaca-se a relação de cuidado entre Dé e sua avó, Dona Almerinda, que vive com Alzheimer. O filme, inspirado em histórias reais, rompe com clichês ao tratar de afeto, sensibilidade e solidariedade em corpos negros.

Uma das grandes potências de ‘Kasa Branca’ é justamente trazer à tela uma narrativa que foge ao estereótipo da violência e da marginalidade frequentemente imposto às periferias e à população negra. No filme a gente vê amor, amizade e a luta diária para preservar os laços familiares e a dignidade, mesmo diante das adversidades sociais e econômicas.

Dé, como cuidador da avó, enfrenta não apenas as dificuldades financeiras, com aluguéis atrasados e remédios caros, mas também a dor de saber que ela está em fase terminal da doença. Diante dessa realidade cruel, decide aproveitar ao máximo o tempo que lhe resta ao lado de Dona Almerinda e de seus amigos, momentos que arrancam muitas risadas e, também, muitas lágrimas dos telespectadores.

Filme Kasa Branca
O filme acompanha a história de três amigos e o cuidado com a avó de um deles, a dona Almerinda Crédito: Reprodução "Kasa Branca"

O filme destaca um aspecto muitas vezes negligenciado nas produções audiovisuais: a ternura e a sensibilidade de homens negros. A narrativa sublinha que corpos negros também amam, também cuidam e precisam de cuidado.

A solidariedade é outro ponto alto da trama. O filme retrata com beleza a dinâmica das comunidades periféricas, onde as pessoas muitas vezes só podem contar umas com as outras. Os personagens não enfrentam seus dilemas sozinhos; encontram apoio e força na amizade e nos laços comunitários.

‘Kasa Branca’ não apenas emociona, mas também faz história. Luciano Vidigal tornou-se o primeiro diretor negro premiado na competição principal de longa de ficção do Festival do Rio, onde a obra conquistou os prêmios de Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Com uma trajetória de sucesso que inclui estreias internacionais no Festival de Torino, na Itália, e participações em eventos como a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o filme carrega uma relevância que transcende a tela.

Filme Kasa Branca
Filme Kasa Branca Crédito: Reprodução "Kasa Branca"

Além disso, ‘Kasa Branca’ marca a estreia do rapper L7nnon e do DJ Zullu no cinema, trazendo novos rostos e vozes para o universo audiovisual. Vidigal, que já atuou em filmes como ‘Tropa de Elite 2’ e dirigiu ‘5x Favela: Agora por Nós Mesmos’, assina seu primeiro longa-metragem solo com uma direção madura e sensível.

Com o selo da Sessão Vitrine Petrobras, ‘Kasa Branca’ chega aos cinemas como uma obra imprescindível. Confira no vídeo acima a entrevista com o diretor Luciano Vidigal e com o ator Diego Francisco, que interpreta o personagem Adrianim.

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