Publicado em 28 de abril de 2023 às 11:00
"Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe" chegou às salas do Estado nesta quinta (27) realizando um sonho antigo de Nicolas Cage, interpretar conde Drácula. Normalmente, o ator só topa rodar um filme sendo o protagonista, mas, desta vez, resolveu abrir uma exceção. Tudo para realizar o desejo de viver um dos personagens mais populares do cinema e da literatura de horror.
Cage, astro de filmes como "Con Air" e vencedor do Oscar com "Despedida em Las Vegas", ficou tão satisfeito com o papel que nem se importou com o tempo em que foi obrigado a ficar sentado na cadeira do maquiador, criando o visual do personagem clássico. Haja paciência!
"No filme, tivemos quatro visuais diferentes para Drácula. O que precisou de mais tempo para fazer a maquiagem foi o visual que chamo de 'Picasso', quando o vampiro retorna após ser queimado. Tudo estava no lugar errado, como num quadro do artista espanhol. Enquanto Drácula começa a se curar, o tempo para a maquiagem vai diminuindo. De oito para quatro horas, depois para duas horas. Mas gostei, era bastante 'relaxante'. Era como uma massagem shiatsu, bem relaxante. Cheguei a cochilar. O pessoal me acordava (risos)", conta o ator, um dos mais populares da indústria de Hollywood.
Nicholas Hoult (que brilhou recentemente em "O Menu") interpreta o protagonista, Renfield. Os dois realizam um reencontro nas telas. Quando tinha apenas 14 anos, Hoult interpretou o filho do personagem de Nicolas em "O Sol De Cada Manhã", dirigido pelo sempre inventivo Gore Verbinski em 2005.
O filme tem a direção de Chris Mckay ("Lego Batman: O Filme"). A trama - que mistura horror e comédia - versa sobre a vida de Renfield, o fiel escudeiro de Drácula. Paciente de um manicômio há vários séculos, sonha com a fuga e deseja viver longe do vampirão.
Nicolas Cage explica seu maior desafio para fazer o filme. "Acho que foi mais tentar encontrar o tom. Estou tentando encontrar o equilíbrio entre a comédia e o terror", afirma, citando o clássico de John Landis, lançado em 1981, "Um Lobisomem Americano em Londres", como produção que encontra o tom ideal entre comédia e terror.
"É uma fantasia para menores, mas é hilário. E esse é um equilíbrio que você precisa encontrar. Felizmente, o Nic (Hoult, colega de cena) é alguém que tem uma ótima veia cômica, então somos capazes de nos ajudar mutualmente. Estava sempre pensando nisso".
A primeira vez que a lenda de Drácula chegou aos cinemas foi em 1931. O inesquecível ator romeno Bela Lugosi interpretou o ser da noite na produção que leva o nome do personagem.
Desde então, muitos dos grandes nomes da dramaturgia viveram o temido conde, entre eles Christopher Lee, Gary Oldman, Morgan Freeman, Gerard Butler e George Hamilton.
Nicolas Cage revela que se inspirou em um dos grandes nomes desta galeria para criar o personagem, além do próprio pai, já falecido, August Coppola. Irmão de Francis Ford Coppola, August foi escritor, professor, executivo de cinema e um dos nomes de destaque na promoção da arte nos Estados Unidos.
"Queria canalizar um pouco daquela voz da Transilvânia. De modo geral, meu Drácula favorito é Christopher Lee, que tinha um sotaque britânico. Meu pai foi a maior influência para o Drácula, que tinha um sotaque meio americano, meio britânico. O que eu não queria era ter um sotaque ridículo. Este foi um ótimo ponto de partida para criar o personagem", detalha Cage.
Lee viveu o ser da noite pela primeira vez em "Drácula", de 1958, da Hammer Film Productions. Ele iria interpretar o personagem em seis sequências para a Hammer, bem como em produções espanholas, francesas e americanas.
Christopher também desempenhou papéis de vilão em "A Maldição de Frankenstein", "A Múmia e Rasputin" e "O Monge Louco" para a Hammer, consolidando sua reputação como um ícone do cinema de terror. Ele acabaria se mudando para Hollywood e aparecendo em franquias de grande sucesso, como "Star Wars" e a trilogia "O Senhor dos Anéis", além de várias colaborações com Tim Burton. Lee foi nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth da Inglaterra por seus serviços em 2009 e faleceu de causas naturais em 2015, aos 93 anos.
O autor irlandês Abraham “Bram” Stoker lançou a novela de terror gótico "Drácula", em 1897. Nicolas Cage e Nicholas Hoult realizaram uma pesquisa sobre a história do personagem desde sua origem para criar a versão atual, como explica Hoult.
"Voltamos muito ao romance para entender como Renfield começou, até para ver como esses personagens (o conde e seu fiel escudeiro) se desenvolvem ao longo do tempo", revela.
Hoult, compara o estado emocional de Renfield com o estado mental de alguém que vive a intensidade do começo de um romance. "Acho que Renfield, quando está pela primeira vez sob o controle de Drácula, várias vezes vive entre a selvageria e a loucura, perdendo um pouco os sentidos", acrescenta.
“Acho que, nesta história, a loucura é como o começo de um amor, quando as substâncias químicas dentro do seu cérebro estão agindo e você não tem certeza do que está acontecendo. Então, quando esses sentimentos diminuem, ele fica mais subjugado", finaliza o jovem ator.
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