IBU é a primeira informação que um fã de cervejas amargas busca em um rótulo ou na descrição em um tap bar.
A sigla, que significa International Bitterness Units - ou, em português, unidade internacional de amargor, é o principal indicativo dessa característica.
E quem gosta de lupuladas já sabe: quanto maior o IBU, mais amarga é a bebida.
Oficialmente, a escala de IBU de uma cerveja vai de 0 a 120, porém, é só buscar no Google para encontrar diversos rótulos com IBU acima de 200 e até de 2 mil!
Escala de IBU em uma cerveja vai de 0 a 120. Crédito: Rawpixel/Freepik
A competição pelo amargor mais alto é um desafio para os paladares menos treinados. É que, aparentemente, 120 de IBU é o teor máximo possível de ser identificado por nossas papilas gustativas.
Mas, como sabemos, os números podem não ser limitadores para os cervejeiros mais entusiasmados e criativos.
AS MAIS AMARGAS DO MUNDO
Entre as cervejas com amargor acima da média, podemos mencionar a Invicta 1000 IBU, uma India Pale Ale nacional lançada no aniversário da cervejaria homônima e que ganhou renome como a mais amarga do Brasil.
Além da Invicta, a cervejaria dinamarquesa Mikkeller também deu o que falar quando lançou a Mikkeller 1000 IBU Ultramate.
Porém, até o momento, o título de cerveja mais amarga do mundo pertence à Alpha-Fornication, da cervejaria canadense Flying Monkeys Craft Brewery.
A bebida, uma Imperial IPA lançada em 2011 e apelidada de "The Happiest Beer in The World" ("a cerveja mais feliz do mundo") tem impressionantes 2.500 IBUS.
Se pensarmos em amargor de acordo com o estilo, podemos ter alguns indicadores:
- Lambics - têm até 5 ou 6 de IBU;
- Lagers leves - atingem até 20 de IBU;
- Red Ale, Blonde Ale e outras de estilos mais tradicionais - têm até 40 de IBU;
- Porters e Pale Ale, India Pale Ale e seus muitos subestilos - essas costumam ter o amargor bem acima de 40, chegando até 100 (ou 120!).
DE ONDE VEM O AMARGOR?
O amargor de uma cerveja vem principalmente do lúpulo, mas sei que disso você já sabe.
Quando o insumo, seja em forma de pellet ou em flor, é adicionado à brassagem, libera uma espécie de óleo presente nas pétalas da planta. Nesse óleo essencial (que também pode parecer uma resina) temos os alfa-ácidos, que são liberados na bebida e trazem amargor.
Existem diferentes índices de alfa-ácido em um lúpulo, já que há várias espécies da planta cultivadas em terroirs diferentes.
O tipo de lúpulo, a densidade do mosto (a cerveja em processo de cozimento, sem ir para a fermentação), a etapa de adição da planta na receita, o tempo de fervura e muitos outros fatores reunidos criam essa característica, tão desejada pelos apaixonados por cervejas amargas.
Vale lembrar também que, além de todas essas questões, fazer cerveja é como cozinhar, ou seja: todos os ingredientes influenciam no resultado final.
O tipo, a quantidade e a torrefação dos maltes usados na receita também influenciam no amargor, já que o cereal é responsável por adicionar dulçor e equilíbrio à bebida. Outros ingredientes adicionais ou adjuntos também podem trazer à tona mais ou menos amargor.
Afinal de contas, a graça de uma cerveja vem do equilíbrio, e é um tipo de arte. A combinação de todos os seus elementos é que traz resultados incríveis.
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