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Vinhos fortificados: conheça tipos, características e modo de produção

Porto, Xerez, Madeira e Marsala são bebidas diferenciadas, com sabor marcante e personalidade única

Evelize Calmon

Editora de Gastronomia / [email protected]

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 04:00

Vinhos fortificados: conheça tipos, características e modo de produção
Vinhos fortificados: conheça tipos, características e modo de produção Crédito: barmalini/Shutterstock

Com rica tradição no universo vinícola e perfis de sabor que os tornam únicos, os vinhos fortificados ocupam um lugar especial entre os apreciadores da bebida.

Esse estilo de vinho é diferenciado, tem sabor marcante e um processo de produção distinto, com a adição de um destilado, geralmente aguardente vínica, durante ou logo após o processo de fermentação. Isso eleva o teor alcoólico da bebida e modifica suas características de sabor e textura.

"A fortificação ajuda a preservar o vinho, o que era essencial antigamente, quando o transporte marítimo era uma questão", explica o especialista em vinhos Raphael Zanette. A prática surgiu em regiões produtoras como Portugal e Espanha, mas se expandiu globalmente.

Processo de produção

A produção de vinhos fortificados é semelhante à vinificação tradicional, mas a adição de álcool define o caráter final da bebida. A aguardente vínica é adicionada em diferentes etapas da fermentação, influenciando o resultado. "Se a aguardente é adicionada no início da fermentação, ela interrompe o processo, resultando em vinhos mais doces, como o Porto. Se a adição é feita ao final, temos vinhos mais secos e robustos", detalha Raphael.

Entre os vinhos fortificados mais conhecidos estão o Porto e o Madeira, ambos de Portugal; o Xerez, da Espanha; e o Marsala, da Itália. Cada um tem um processo de produção específico e expressa um estilo regional único.

Tipos de fortificados e suas características

  • 1

    Vinho do Porto

    Produzido na região do Douro, o Vinho do Porto é adocicado, encorpado e marcado por sabores de frutas secas e especiarias. Ele é classificado em tipos como Tawny e Ruby, de acordo com o envelhecimento e com o estilo.

  • 2

    Xerez (Sherry)

    Original da região de Jerez, na Espanha, o Xerez pode ser seco ou doce, com variações que vão do leve e refrescante Fino ao intenso e robusto Oloroso. "É um vinho complexo e versátil, que combina bem com alimentos variados", destaca Raphael.

  • 3

    Madeira

    Originário da Ilha da Madeira, o vinho Madeira é famoso por sua resistência e durabilidade. Com sabores de nozes e caramelos, é produzido através de um processo de aquecimento chamado estufagem, que contribui para o seu perfil robusto e característico.

  • 4

    Marsala

    Esse vinho fortificado da Sicília, na Itália, pode variar entre seco e doce, com notas de figo, amêndoa e caramelo. O Marsala é frequentemente utilizado na culinária, mas também brilha como vinho de sobremesa.

Como identificar

Segundo Raphael Zanette, os vinhos fortificados são facilmente reconhecíveis por seu teor alcoólico elevado, que varia de 18% a 20%. No entanto, cada um tem sua própria identidade, com rótulos que indicam a categoria e o tempo de envelhecimento.

"No Vinho do Porto, por exemplo, os rótulos indicam se é Ruby, Tawny ou LBV, cada um representando uma forma de envelhecimento e perfil de sabor", explica Raphael. No caso do Xerez, a classificação inclui termos como Fino, Amontillado e Pedro Ximénez, permitindo ao consumidor entender melhor o que esperar.

Fortificados na gastronomia

Os vinhos fortificados são extremamente versáteis na harmonização, acompanhando bem pratos complexos ou sobremesas. “O Porto Tawny combina com sobremesas de chocolate ou com queijos azuis, enquanto o Xerez seco é excelente com tapas e frutos do mar”, recomenda Raphael.

Já o Madeira e o Marsala são ideais para harmonizar com preparações fortes, como carnes assadas e pratos italianos com molhos ricos. Também são frequentemente usados na culinária, devido à sua intensidade e perfil aromático, enriquecendo receitas com sabores profundos.

Armazenamento e envelhecimento

Uma das características mais fascinantes dos fortificados é sua capacidade de envelhecimento. "O teor alcoólico elevado e o processo de fortificação permitem que esses vinhos durem décadas", destaca Raphael. "Mesmo depois de abertos, vinhos como o Porto e o Madeira mantêm suas qualidades por meses ou até anos, algo incomum em vinhos de mesa tradicionais."

Raphael ressalta que, em geral, o armazenamento dos fortificados deve ser feito em locais frescos e longe da luz direta. Alguns tipos, como o Vinho do Porto Vintage, melhoram com o envelhecimento na garrafa, enquanto outros, como o Xerez, são ideais para consumir após engarrafados.

Rótulos para iniciantes

O mercado de vinhos fortificados está em expansão, e muitos produtores têm investido em variedades inovadoras para conquistar novos consumidores. 

Com sabores intensos, longevidade impressionante e uma história rica, esses vinhos são ideais para quem busca explorar diferentes estilos e enriquecer o paladar. 

6 dicas do especialista

  1. Jerez Barbadillo Fino Sherry - Fino seco e pálido, com aroma fresco e levedado, corpo leve e acidez viva.
  2. Jerez Barbadillo Oloroso Sherry - Oloroso seco, envelhecido oxidativamente, apresentando sabores de melaço, caramelo e nozes torradas, com final marcante.
  3. Jerez Barbadillo Pale Cream Sherry - Manzanilla jovem, envelhecida por três anos em carvalho americano, misturada com vinho Moscatel doce, resultando em um sherry suave e adocicado.
  4. Porto Tecedeira Tawny Reserve - Porto Tawny Reserva envelhecido em barris de carvalho, exibe notas de frutas secas, nozes e caramelo, com final suave e equilibrado.
  5. Porto Royal Oporto Ruby - Porto Ruby jovem, de cor rubi intensa, com sabores de frutas vermelhas maduras e final doce e frutado.
  6. Licor de Tannat Vinha Eden - Licor de vinho produzido a partir da uva Tannat, conhecido por seu sabor encorpado e notas de frutas escuras, típico da região de Vinha Eden.

Com informações da assessoria de imprensa do Grupo Vino!. 

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