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Publicado em 1 de agosto de 2022 às 08:00
O vitiligo é uma doença cutânea caracterizada pelo surgimento de manchas brancas na pele, que, apesar de benigna e não contagiosa, ainda é cercada de preconceitos e estigmas.
Hoje é o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo, data que serve para conscientizar sobre condição e pregar a aceitação do corpo com vitiligo. Muitas celebridades falam sobre suas vivências com a condição, como a atriz Luiza Brunet, a blogueira Sophia Alckmin, a ex-BBB Natália Deodato e a modelo Winnie Harlow.
“As lesões provocadas pelo vitiligo geram um impacto significativo na qualidade de vida, no emocional, no psicológico e na autoestima do paciente, podendo, em alguns casos, prejudicar até mesmo a convivência profissional e social do indivíduo”, diz a dermatologista Jaqueline Zmijevski.
Segundo médica, o vitiligo é caracterizado pela perda de pigmentação da pele devido à diminuição da produção de melanina por mecanismos diversos e ainda não totalmente compreendidos, levando à formação de manchas brancas de tamanhos variados, em lugares como face, cotovelos, mãos, joelhos, axilas.
A classificação da doença é baseada na distribuição das manchas. O tipo mais comum pode afetar os dois lados do corpo de maneira localizada ou generalizada. Ele pode vir associado a doenças autoimunes e as lesões costumam ser simétricas. "O segundo tipo é o vitiligo segmentar, uma forma da doença em que as lesões são localizadas em um único lado do corpo, afeta pessoas mais jovens e geralmente não está associado a doenças autoimunes", diz a dermatologista Giane Giro.
A médica também diz que a causa do vitiligo é desconhecida. "Existe um componente genético nas pessoas predispostas. Ele é considerado uma doença autoimune, e inclusive pode vir associado a outras doenças autoimunes como as tireoidites e o diabetes mellitus. Além disso existem fatores do ambiente que podem desencadear as manchas", ressalta Giane.
A dermatologista Pauline Lyrio conta que a doença se manifesta basicamente através de uma ou mais manchas despigmentadas de tamanhos variados na pele, podendo haver despigmentação também de pelos e cabelos no local afetado. "As áreas mais afetadas são aquelas ricas em melanócitos e mais sujeitas a atrito, como dorso das mãos, axilas, joelhos, tornozelo, pés, regiões inguinais, genitais, aréolas, face e axilas", conta.
A médica diz que o diagnóstico é clínico, devido ao padrão das manchas acrômicas (ausência de cor na pele) e por apresentarem localização e distribuição bastante características. "Em alguns casos, podemos usar uma lâmpada UV, conhecida como luz de Wood, que destaca uma fluorescência branco-azulada nas manchas do vitiligo. E, se o aspecto clínico das lesões não for esclarecedor para o diagnóstico, pode-se realizar uma biópsia da pele".
A dermatologista Jaqueline Zmijevski ressalta que ainda não existem maneiras cientificamente comprovadas para evitar o aparecimento das manchas brancas. “No entanto, é recomendado que pacientes com histórico familiar da doença evitem fatores associados ao surgimento ou piora das lesões, como atrito, exposição solar desprotegida e estresse”.
É possível tratá-lo através de terapias que visam controlar o tamanho das lesões e devolver a pigmentação à pele. “O tratamento do vitiligo pode incluir, por exemplo, fototerapia com radiação UVA e UVB, medicamentos tópicos e orais, como corticosteroides, laser e, em alguns casos, até mesmo cirurgia para transplante de melanócitos”, lista Jaqueline Zmijevski.
A médica ressalta que é preciso cuidado com produtos milagrosos e receitas caseiras que prometem a repigmentação da pele. "O mais importante ao notar o surgimento das manchas brancas é consultar o dermatologista para receber o diagnóstico e tratamento adequado, individualizado para cada caso, com os resultados variando consideravelmente para cada paciente, sendo que, quanto mais cedo o tratamento for realizado, melhores serão os resultados”, finaliza.
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