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Estilista Lenny Niemeyer lança coleção em Vitória e relembra sua história

A estilista buscou inspiração nos afetos para a nova coleção. Na entrevista, ela fala sobre a fama de festeira e do amor pelo mar

Publicado em 24 de maio de 2024 às 09:00

 Lenny Niemeyer
Lenny Niemeyer buscou inspiração nos afetos para a nova coleção Crédito: Divulgação Lenny Niemeyer

A estilista Lenny Niemeyer se tornou a principal referência de moda praia chique no Brasil. A santista, que começou sua carreira em 1979 produzindo biquínis para grandes grifes e abriu sua marca própria em 1991, traz o lifestyle do Rio de Janeiro em suas criações.

Ela buscou inspiração nos afetos para a nova coleção. A temporada olha para prints que tem um lugar especial na memória da Lenny como a Itacaré, que é uma reedição icônica do verão 2005 e chega aquarelada em fundo de linho natural, a Monet, que é uma releitura da estampa do verão 2015 e volta numa coloração mais fresca em fundo off-white. A marca apostou numa linha de kaftans e tricôs. 

Além da moda, as festas na sua casa são velhas conhecidas de quem acompanha as colunas e redes sociais. "Comecei a fazer as festas quando eu mudei para o Rio de Janeiro. Casei com um carioca e por acaso fui cair na moda praia, e eu achava muito estranha essa coisa das pessoas fazerem um desfile que você se dedica durante meses e depois ninguém se encontra após o evento".

Lenny esteve em Vitória para lançar a nova coleção e reinaugurar a loja, aberta em 2010. "Eu acho que a capixaba se assemelha muito ao DNA da minha marca. Ela gosta de ir à praia, de vestir uma roupa descontraída, atemporal, que ela possa estar pronta a qualquer hora do dia. Eu tenho muita admiração pela capixaba". Confira os melhores trechos da entrevista.

Como se renovar na criação por tantos anos?

Eu acho que a renovação se dá por você ter uma equipe sempre mais jovem e sempre alinhada com as novas tendências, além de possíveis parcerias que a gente faz no decorrer da coleção. Eu acho que a marca não pode envelhecer e não envelhece por isso.

Você já teve nomes como Gisele Bündchen e Naomi Campbell, entre outras, em seus desfiles. Muitas histórias?

Sempre tem muitas histórias, principalmente em uma época em que era importante e que os eventos podiam dar o suporte para termos modelos muito conhecidas. Eu acho que o importante é a modelo ser bonita. Eu acho que a Gisele e a Naomi são duas mulheres incríveis, cada uma na sua maneira de ser, que elas brilham como modelos, por saber andar, por serem bonitas, por saber vestir uma roupa e valorizar o que vestem. Tem muitas histórias, mas mais histórias boas, porque elas não são estrelas e eu acho que modelos têm que serem bem tratadas sempre. Adoro a Naomi até hoje, adoro a Gisele, só tenho boas lembranças.

Coleção Lenny Niemeyer por Divulgação Lenny Niemeyer

Você tem o título de Embaixadora do Rio pelas festas memoráveis que sempre fez. Como surgiu o gosto de receber?

Eu acho que sempre a minha família, mesmo em Santos (SP), sempre adorou receber pessoas. Eu acho que o primeiro quesito para isso é você gostar de gente, gostar de reunir as pessoas. Essas festas... vamos dizer, memoráveis que fiz no Rio, eu comecei quando mudei para a cidade. Casei com um carioca e por acaso caí na moda praia, e eu achava muito estranha essa coisa das pessoas fazerem um desfile que você se dedica durante meses e depois ninguém se encontra após o evento. A gente gosta de ouvir a opinião das pessoas, reunir. E eu comecei a notar que entre os próprios jornalistas de moda, eles acabavam não tendo conexão. Cada um ia para um restaurante, para um lugar ou para um hotel. Então, eu sempre tive como norma receber para as festas, para unir as pessoas de diferentes gerações, de diferentes turmas, para poderem estar juntas, falarem, beberem, fazerem o que bem entenderem e sem preocupação.

Com certeza viveu histórias incríveis em suas festas. Pode contar algumas?

Eu tive duas histórias memoráveis: A primeira foi de um táxi parando na porta de casa, dois alemães lindos descendo e falando: “A gente tá procurando (em inglês), onde é a Lenny's House”, e eu falei: “Lenny's House é aqui, é minha casa”, e eles responderam: “é porque falaram que tinha uma música maravilhosa nessa cidade, nessa boate”. Disse então para entrarem e aproveitarem!

Outra história, era de um amigo meu que eu nunca vou citar o nome! Eu sempre tive mania de colocar uma toalha na mesa depois de todas as festas, eu não gosto que a casa acorde bagunçada. Sempre acordei muito cedo e quando vi, a assistente da minha casa estava com o olho arregalado, pois quando ela foi tirar a toalha da mesa, ela viu que tinha uma pessoa dormindo toda aconchegada (risos) embaixo da mesa. É uma história que ficou marcada, porque antes disso, durante a festa, a mulher o procurou, pois ele tinha sumido. Ele estava dormindo!

Como é o seu dia a dia, no Rio de Janeiro?

Eu levo uma vida de quem mora no Rio. Faço exercício logo cedo e amo ficar em casa. Trabalho todos os dias, desde que comecei o meu negócio, eu gosto do convívio com todas as pessoas, com todo o meu time, que são muito a minha família.

Você ainda tem o primeiro biquíni, aquele com o detalhe de osso de boi cortado na lateral?

Por acaso tenho, nunca guardei, mas outro dia uma amiga minha da época que eu mudei para o Rio, por acaso me ligou, falou que tinha esse biquíni e mandou para mim essas argolinhas. Então a gente montou um outro biquíni que está no acervo agora, e eu sou muito apegada a ele.

Qual é o seu biquíni preferido?

Com certeza o meu biquíni preferido não é o que eu usava quando era adolescente, né?! Outro peso, outra coisa, mas eu acho que eu gosto sempre de um biquíni que tem uma faixinha lateral, que não realça as gorduras (que eu tenho poucas, mas com a idade a gente sempre adquire). E o sutiã triângulo, que eu mais gosto, eu acho mais confortável e você pode abaixar se tomar sol.

Você nasceu em Santos, morou em São Paulo, virou "carioca". Como é sua relação com o mar?

Eu amo o mar, eu acho que o mar é fonte de energia. Eu fui criada no mar, todas as minhas lembranças desde que eu era muito pequena eram na praia com meu pai, andando, caminhando, em Santos. E morar em São Paulo no início foi um terror, mas eu tinha muita vontade de trabalhar e eu acho que era um campo maravilhoso. Mudar para o Rio, eu achei que era como estar de férias e voltar às minhas origens. Eu gosto do mar e eu amo especialmente a cidade do Rio com a topografia linda. Eu amo mais o mar para olhar do que para mergulhar. Eu não sou muito de água fria, mas eu amo o Rio de Janeiro.

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