Plataforma da Aquazzura. Crédito: Instagram/@aquazzura
Moda, sociedade e seus movimentos culturais são conceitos que andam de mãos dadas e suas transformações têm um ótimo termômetro: os calçados. A história é antiga. Pesquisadores e arqueólogos apontam que os primeiros sapatos surgiram há mais de 40 mil anos, no período paleolítico. E como eram esses sapatos pré-históricos? Baixos e feitos de couro. Eles envolviam os pés e traziam sustentação e proteção. Em uma comparação com o mundo moderno, dá para dizer que esses eram como os mocassins e sandálias rasteiras que durante a pandemia nos mantiveram juntos ao chão, com conforto e praticidade.
O ser humano, no entanto, é um ser social, atraído pelo belo e com um desejo intrínseco de pertencimento e destaque. Não fica difícil de entender por que esses sapatos práticos deram lugar a modelos mais elaborados, com acabamentos brilhantes logo que pudemos voltar a sair de casa. Queríamos ver e sermos vistos e o "brilho" ganhou momentum que continua em ascensão. Mas, para o verão, o que se espera e que já deu as caras nos desfiles internacionais são os saltos altíssimos, aliados às conhecidíssimas plataformas. A bola da vez.
Ultracontemporâneas sim, mas não necessariamente novas, as plataformas estão por aí há milênios. Lá por cerca de 200 anos a C., vemos indícios de que atores gregos usavam plataformas feitas de rolha para parecerem mais altos no palco. Já no Oriente Médio as plataformas de madeira protegiam as mulheres do chão quente. A história segue.
EXALTAR O BELO
Na contemporaneidade elas também são hit. A sandália de salto de plataforma com as cores do arco-íris criada por Salvatore Ferragamo nos anos 1930, deixa clara uma de suas maiores funções na atualidade: elevar ânimos, exaltar o belo e convidar mulheres a subirem ao alto para viver e ver o mundo.
Em 2022, quem fez esse convite inicial foi a Valentino, mais precisamente na coleção apresentada em março por Pierpaolo Piccioli - que, além de trazer o novo rosa Valentino como cor de destaque, também trouxe mulheres que cruzaram a passarela em plataformas altíssimas em uma celebração ao novo mundo. É hora de subir no salto, erguer-se ao alto e cruzar as ruas com confiança e alegria.
O que começou na Valentino se ramificou pelo mundo. Outras marcas internacionais, como Aquazzura, Bottega Veneta e Gianvito Rossi já trazem em suas coleções as novas plataformas. O estilo varia e vai dos modelos mais elegantes com bico arredondado, maxfivelas e acabamento em verniz na Bottega aos metalizados coloridos de Aquazzura e Gianvito, estes prontos para a festa.
No Brasil não é diferente. Por aqui temos marcas como a independente e moderna Okoko & Abel, que conquistou celebridades como Duda Beat, Anitta e Majur com seus modelos ousados, muitas vezes estampados e perfeitos para o palco.
Já para quem busca integrar a tendência ao dia a dia de forma mais harmônica existem etiquetas como Paula Torres, que em sua nova coleção trouxe como destaque o modelo Caterine - salto bloco e plataforma alta, porém em tons neutros de couro com um detalhe acolchoado na frente, que traz feminilidade graça e conforto.
O cenário está montado, mas, diferentemente dos atores gregos, as plataformas não chegam só para trazer alguns centímetros a mais à altura de quem as usa. Agora, elas vêm para elevar ânimos e acompanhar passos de retorno triunfal à vida em sociedade.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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