Maria Callas, Maria Bonita, Maria Antonieta . Crédito: Divulgação
As gatinhas Maria Antonieta, Maria Bonita e Maria Callas, e seus oito filhotes, Manolo, Merlin, Mateo, Murilo, Morgan, Milo, Simba e Marie, foram resgatadas pelo projeto Salvando Gatinhos. Confira 10 dicas de como realizar com segurança o resgate de um animal em situação de rua.
Quem trabalha com a causa animal recebe, diariamente, mensagens com pedidos de resgate de cães e gatos em situação de rua. Mas a demanda é sempre maior do que a capacidade para acolher esses seres vivos tão vulneráveis. E entre uma escolha em detrimento da outra, os protetores (que já são ONG's ou não), vão vencendo os desafios e recolhendo-os, na medida do possível. Mas, na maioria das vezes, o coração se sobrepõe à razão. Afinal, a missão de vida dos engajados na causa animal é salvar vidinhas e contar histórias felizes.
Foi o que aconteceu com o resgate das três Marias, Maria Antonieta, Maria Bonita e Maria Callas e seus oito filhotes, Manolo, Merlin, Mateo, Murilo, Morgan, Milo, Simba e Marie, quando o coração falou mais alto que a razão e o projeto Salvando Gatinhos resolveu tirá-los das ruas.
A arquiteta e protetora voluntária do projeto, Heloisa Santos, explica que todo resgate é uma caixinha de surpresas. “A maioria das pessoas pensa que é só tirar da rua, oferecer alimento e água e colocar para adoção. Mas passamos por muitas situações desafiadoras e no caso das três Marias não foi diferente. As três mãezinhas e seus filhotes foram abandonadas no jardim de um condomínio e a primeira coisa que nos tocou o coração, quando vimos as fotos, foi vê-las reunidas compartilhando a maternidade, protegendo seus filhotes”, lembra.
Heloisa Santos conta que ela e outras protetoras voluntárias do projeto estiveram, posteriormente, no local para fazer mais registros e divulgar.
"Não era a nossa intenção assumir o resgate naquele momento pela nossa situação financeira. Mas a cena in-loco nos emocionou demais, enquanto uma mãezinha saía para comer, as outras cuidavam dos filhotes. Foi daí que surgiram os nomes das três Marias, mãezinhas protetoras"
Heloisa Santos
Ela explica que o resgate pode, muitas vezes, ser bem complicado. Neste caso, inclusive, o local era aberto e os moradores ameaçavam jogar os gatinhos na rua. “Naquele momento, não tínhamos um local para abrigá-los, mas diante das ameaças, eles definitivamente não podiam ficar ali. Trancaram o portão de acesso, tivemos que pular o muro, levamos gatoeiras para a captura, as mães estavam bastante assustadas e, para piorar, chovia. Foram três dias intensos até conseguir resgatá-los e encaminhá-los para a clínica veterinária para que passassem por exames, entre outros cuidados necessários. Ficaram internados alguns dias para estabilizar até serem encaminhados a lares temporários solidários. Ainda estamos administrando os onze gatinhos e as despesas. As Marias ainda estão bem reativas, mas nos conforta saber que estão todos salvos”, garante.
O projeto Salvando Gatinhos, conta Heloisa Santos, começou há cinco anos, unindo pessoas com um mesmo propósito. Cada uma já desempenhava ações independentes até que começaram juntas a missão de ajudar as mãezinhas felinas em situação de rua, com o objetivo de reduzir o sofrimento de gatas parindo na rua..
Gatos para adoção
“Como não temos um espaço físico/abrigo, usamos as nossas casas como lares temporários para os animais resgatados por nós e oferecemos todos os cuidados necessários até a adoção. Hoje, somos nove voluntárias. Os animais resgatados pelo projeto, na maioria das vezes, vêm de situação de maus-tratos e abandono. São casos difíceis e custosos”, frisa Heloisa Santos.
A arquiteta e protetora voluntária ressalta, ainda, que todos os membros do projeto têm consciência que cada ação é muito pequena diante da necessidade dos animais em situação de rua. “Mas não desistimos jamais, porque acreditamos que cada vidinha salva é uma vitória. Se cada um contribuir de acordo com as suas possibilidades, faremos a diferença no mundo. Infelizmente, não existe, atualmente, um local que receba um animal em situação de rua, vulnerável a todos os tipos de maus-tratos. Os protetores estão exaustos, com abrigos lotados, cheios de dívidas e, o pior, com muitos animais sem adotantes. A grande verdade, é que somos pessoas comuns que resolvemos unir forças para somarmos com foco na causa animal. Nosso trabalho também vai muito na direção de orientar as pessoas a fazer o mínimo: acolher, cuidar, castrar e buscar uma adoção responsável”, explica Heloisa Santos
Todos os resgates, lembra a arquiteta e protetora voluntária, precisam vir acompanhados de muita responsabilidade, porque aquele animal vai precisar de cuidados, cada caso é um. “Hoje compartilhamos nossos resgates no instagram (clique aqui) e recebemos doações de seguidores que acabam se comovendo com as histórias. Fazemos isso, sempre, com toda a transparência, divulgando as ações e despesas de cada animal resgatado. Além disso, oferecemos o nosso delicioso Alfajor, receita criada por uma das nossas voluntárias. A produção é semanal e as vendas ajudam na manutenção dos gatinhos de lar temporário. Eventualmente, também criamos rifas com brindes doados por empresas parceiras, vendemos mantinhas pet e temos um bazar on-line. Sempre estamos promovendo ações para levantar recursos para mantermos o projeto funcionando, e isso é fundamental”, conclui.
Encontrou um animal na rua? Quer resgatá-lo? Então, siga 10 dias para fazer isso da melhor maneira possível, garantindo a sua segurança, assim como a do pet:
- Busque apoio e orientação de quem tem experiência em resgate;
- Procure tranquilizar o animal, ofereça alimento, fale baixo, tenha paciência;
- Não faça o resgate sozinho, procure companhia, uma rede de apoio;
- Verifique se o local é seguro, tenha recursos para captura (gatoeira, caixa de transporte, guia peitoral ou focinheira);
- Em casos de maus-tratos, chame a polícia, faça um registro de ocorrência;
- Busque ajuda dos recursos disponíveis que a prefeitura e a sua gerência de bem-estar animal da cidade disponibiliza;
- Busque informações, referências, leve o animal para atendimento em clínicas com profissionais habilitados, realize os exames e os cuidados necessários. Isso é muito importante;
- O animal resgatado deve ficar separado de outros da casa até concluir tratamento e fazer a adaptação correta;
- Tenha consciência que ao tirar um animal da rua, a responsabilidade é sua, até a completa recuperação e encaminhamento dele;
- Não é um trabalho fácil, se não resgatar, tudo bem, apenas o alimente e forneça água, não maltrate, jamais. Procure ajuda, divulgue o máximo que for possível. Os animais merecem nosso respeito e amor!
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.
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