[ É o bicho ] A enfermeira Carolina Sanches cuida de animais. Crédito: Acervo pessoal
Todos os dias, a enfermeira Carolina Sanches, gerente de Assistência Ambulatorial Especializada, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), sai de casa para assumir sua gestão dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), marcada pelo cuidado e atenção aos pacientes. Mas em suas horas vagas, ela aproveita o tempo, também, para dar assistência aos animais em situação de rua.
Tudo começou quando ela, e a irmã, a farmacêutica Aline Marcondes Rezende Sanches, resgataram um filhotinho de gato-frajola. Foi só o primeiro de tantos outros que viriam. “Em 2019 soubemos de uma colônia de mais de 20 gatinhos que estavam correndo risco e nos empenhamos em resolver a situação e ajudá-los. Ficaram sob nossa responsabilidade 36 gatinhos. Todos foram castrados, receberam os cuidados necessários e, o melhor, conseguimos adoções responsáveis para a turma inteira. A partir daí nos envolvemos cada vez mais com a causa animal”, lembra.
O gatinho Pudim está para adoção. Crédito: Acervo pessoal
A partir daí que surgiu o projeto FeirinhaPet. Carolina Sanches lembra que desde criança sua família abrigava animais. “Tivemos duas cadelinhas e sempre foram muito amadas. Mas o meu primeiro contato de fato com gatos foi quando minha irmã adotou o nosso primogênito, em 2017, o Rag. E desde então, nosso amor por eles cresceu absurdamente, como nunca imaginei que seria. São nossa vida! E poder mudar o destino de animais que estão em situação de rua, doentes, em risco, e vê-los se recuperarem e ganharem um lar, uma caminha e barriguinha cheia faz tudo valer a pena”, garante.
A rotina das duas é intensa. “Minha irmã Aline, inclusive, era servidora pública em Guarapari, onde atuava como farmacêutica, mas preferiu sair e mudar para uma profissão mais flexível para cuidar de nossos resgatados, principalmente com o resgate do Horus, um gatinho paraplégico que até hoje está com a gente e precisa de cuidados especiais, como, por exemplo, trocar a fralda várias vezes por dia”, explica Carolina Sanches, que atualmente cuida de mais de 50 cães e gatos.
[ É o bicho ]Horus, gato resgatado, é paraplégico. Crédito: Acervo pessoal
A enfermeira ressalta que a parte mais difícil é a dificuldade em conseguir recursos para serem destinados aos animais resgatados pelo projeto. “Os gastos são altos, geralmente. Então, através de rifas e da divulgação nas redes sociais, principalmente na página do Instagram do projeto (@feirinhapet), tentamos pedir ajuda e doações de ração, areia, remédios, entre outras coisas. Infelizmente, conseguir uma adoção responsável pode demorar meses ou até anos e até lá envolve muito cuidado, tempo e recursos”, destaca.
Carolina explica que na hora da adoção, procura deixar o adotante bem ciente de que caso algo dê errado, deve, de qualquer maneira, devolver sempre para o projeto. “Nosso maior medo é que sejam abandonados ou que a guarda seja repassada a pessoas sem os mesmos critérios que temos. Gostaria de dar um recado: só deve adotar um animal de estimação, as pessoas que realmente querem ter mais um membro dentro da família, mesmo que seja um gatinho ou um cachorrinho, ou qualquer outro pet, que como tal deve ser amado e amparado pelo resto de sua vida e, principalmente, caber no orçamento e nos planos familiares para sempre”, conclui.
A enfermeira Carolina Sanches e seus animais resgatados
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