Os pets também doam sangue e salvam vidas. Crédito: Shutterstock
Em fevereiro deste ano, durante o carnaval, a cachorrinha Kiara, da raça poodle toy, adotada pela designer Priscila Guarnier da Costa, começou a passar mal e foi levada para uma clínica veterinária e a suspeita foi da doença do carrapato.
“Como ela tinha feito exame fazia uns 12 dias e estava tudo bem, não acharam necessário pedir outro. Mas ao voltar para casa, a situação ficou pior e para completar era feriado. Quando consegui falar com o médico-veterinário, corremos para a clínica veterinária e repetimos o ultrassom e foi constatado uma pancreatite com abscesso, um quadro agudo e grave. Kiara acabou internada e nos comunicaram que ela precisava urgente de uma transfusão sanguínea.”
Priscila Costa explica que neste caso existem duas opções: solicitar ao banco de sangue ou arrumar um cachorro doador.
“Optei pelo banco de sangue, mas não deu certo, eles não tinham o que precisávamos no momento. Enfim, saí desenfreada em busca de um cachorro doador. Uma amiga ofereceu o dela e o levou até a clínica veterinária, mas o tipo sanguíneo não era compatível com o da Kiara. Foi desesperador.”
Enquanto isso, lembra a designer, o próprio laboratório foi fazendo coletas em animais que doavam sangue com frequência e surgiu um que atendia a todas as exigências necessárias e seguras para realizar a transfusão na Kiara. "Graças a Deus deu tudo certo e ela está aqui ao meu lado”.
Doadores animais insuficientes
A doação de sangue entre pets ainda é um tema pouco conhecido, mas essencial para salvar vidas. A falta de esclarecimento sobre o assunto representa um desafio para os médicos-veterinários, que muitas vezes têm dificuldade em encontrar doadores suficientes para atender à demanda.
Priscila Guarnier da Costa e sua mãe com Kiara, que ficou internada e precisou de transfusão sanguínea. Crédito: Acervo pessoal
Kelly Carreiro, médica-veterinária da Special Dog Company, ressalta que apesar da campanha nacional do “Junho Vermelho” ser voltada para a conscientização da importância de doar sangue para os humanos, vale também aproveitar a oportunidade e pensar na situação dos cães e gatos.
“Desde 2018, promovemos o programa ‘Doe Amor’ (@specialdogoficial), que tem como objetivo conscientizar sobre a importância da doação de sangue para pets. O programa tem parceria com mais de 50 bancos de sangue veterinários, distribuídos nos estados de São Paulo, Paraná, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Alagoas e Sergipe, beneficiando mais de 120 mil animais. O compromisso é aumentar esse número para 180 mil até 2025.
Saiba mais:
- Os cães aptos para doação devem ter entre 1 e 7 anos de idade, pesar no mínimo 25 quilos, ser vacinado e desparasitado.
- Os gatos também devem ter entre 1 e 7 anos, pesar mais de 4 quilos, ser vacinado, desparasitado, além de não ter recebido transfusão recentemente.
- Antes da doação, os animais passam por exames hematológicos e físicos detalhados para assegurar que estão saudáveis e em condições ideais para doar sangue. O procedimento de coleta é rápido e seguro e pode se repetir a cada três meses.
- A terapia transfusional em animais é indicada principalmente para: anemias profundas, cirurgias complexas, hemorragias, intoxicações, acidentes ofídicos, coagulopatias e hipoproteinemias.
- Cães e gatos possuem diferentes tipos de sangue, e a compatibilidade é essencial para uma transfusão segura. Os cães têm diversos grupos sanguíneos, com o doador universal canino positivo sendo do tipo DEA 4 e o negativo para todos os outros grupos.
- Os gatos não possuem grupo de doador universal, pois todos têm anticorpos contra o antígeno que não possuem. Por isso, é importante ter conhecimento do tipo de sangue do gato e do receptor.
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