Adoção ou lar temporário: como ajudar um animal resgatado das ruas. Crédito: Acervo pessoal
A cada dia aumenta mais o número de animais em situação de rua nas cidades brasileiras. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são 30 milhões, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros abandonados, que ficam à mercê de todos os tipos de maus-tratos. E sem ter voz para se defender, acabam dependendo de iniciativas do Poder Público, das ONGs, dos protetores independentes e da sociedade engajada com a causa para serem resgatados, cuidados e, posteriormente, disponibilizados para a adoção.
Quando um animal é resgatado das ruas, explica Jussara Monjardim Kenupp, presidente da ONG Vira Lata Vira Luxo (VLVL), independente de sua situação, ele vai diretamente para uma clínica veterinária onde recebe os primeiros cuidados e, dependendo da gravidade, esse tratamento pode envolver cirurgia, internação, medicação, entre outros procedimentos necessários para a sua plena recuperação.
“Quando esse animal sai da clínica, são três caminhos: o nosso abrigo, um lar temporário (pago ou voluntário) e a adoção”, explica.
A melhor opção é a adoção. “É muito importante entender que quando a pessoa adota um gato ou um cachorro ela está levando um novo membro para dentro da família, que deve ser tratado com todo o amor e respeito. É primordial ter responsabilidade e pensar em como proporcionar todas as necessidades desse animal até o fim de sua vida. Ter consciência de que pet não é algo descartável”.
Jussara Monjardim Kenupp, presidente da ONG Vira Lata Vira Luxo (VLVL). Crédito: Acervo pessoal
Segundo ela, quando não existe a possibilidade de uma adoção imediata, ao sair da clínica veterinária, o animal vai para o abrigo da ONG (se tiver vaga), onde receberá dos voluntários todos os cuidados necessários para a sua plena recuperação, ou para um lar temporário.
São dois tipos de lar temporário: o gratuito, oferecido por alguém que se sensibiliza com a situação do animal e resolve abrigá-lo em sua casa (sendo os custos com a sua subsistência e tratamento de saúde por conta da ONG), ou o pago, onde a pessoa cobra uma mensalidade para cuidar do animal por tempo indeterminado (que inclui apenas a estadia, os cuidados, a alimentação e o tratamento de saúde também são custeados pela ONG).
A adoção é sempre melhor, porque supostamente é definitiva. O lar temporário, como o próprio nome já diz, tem uma duração de tempo, mas representa duas experiências de ambientação, porque é apenas um local de passagem até a gente conseguir achar uma família para esse animal
É realizada uma entrevista com o adotante antes dele levar o animal para casa. “A gente conversa, fala sobre o perfil do animal e dá suporte durante a ambientação. Com paciência e amor toda a adoção é perfeita. Quando o cachorro ou gato é devolvido ele entra em depressão, não come, não bebe água, se isola e fica procurando o tutor. É muito triste”.
Clara Broni, protetora de animais, começou a atuar como voluntária em 2018 na VLVL. “Eu lavava as baias e um cachorro chamou a minha atenção. Ele tinha algumas necessidades e precisava de cuidados e decidi dar a ele um lar temporário, está comigo até hoje e mudou a minha vida. É uma troca, uma cura mútua, que envolve gratidão”.
Clara Broni, protetora de animais . Crédito: Acervo pessoal
Já a dona de casa Andrea Maylee Ibarra Maldonado conta que após a perda do seu cachorro Pluto, que viveu com a família durante oito anos, após um tempo começaram a sentir falta de um rabinho abanando e decidiram adotar outro. “Encontramos a Serena na rede social da Ong, ela tinha sido devolvida. Quando vi a sua foto, sabia que ela seria a nossa companheira e nos ajudaria a superar a perda do Pluto. Faz dois anos que está com a gente”.
Atualmente, o abrigo da VLVL está com 70 animais e mais 20 em lar temporário. “Hoje, quando recebemos um pedido de ajuda, só conseguimos fazer o resgate se já tivermos alinhado um lar temporário voluntário. Precisamos muito de pessoas que abram o seu coração e deem uma chance para um animal resgatado, abrigando-o por um tempo, até conseguir uma adoção”, conclui.
Serena com o filho de Andrea Maylee Ibarra Maldonado . Crédito: Acervo pessoal
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