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Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 12:11
Durante a coletiva de imprensa da Seleção Brasileira, nesta quarta-feira (7), no Catar, uma cena se destacou em especial. Enquanto Vinícius Júnior respondia às perguntas dos jornalistas, um gato, que estava em cima da mesa, acabou sendo retirado pelo assessor da CBF, Vinicius Rodrigues. A forma da retirada, porém, gerou polêmica nas redes sociais.
Após fazer carinho no animal, o assessor pegou o gato pelo cangote e o tirou da mesa. O vídeo que mostra esse episódio viralizou e dividiu opiniões acerca do método de abordagem do funcionário da CBF - até mesmo entre especialistas.
Muitos internautas apontaram a forma como ele pegou o gato de agressiva. Até mesmo a influenciadora e ativista dos direitos dos animais Luisa Mel deixou sua reclamação nas redes. "“Acabei de ver esta cena lamentável. A atitude além de desnecessária, é um péssimo exemplo de respeito aos animais. Lembrando que milhões de pessoas acompanham nossa Seleção. Sabemos do poder de influência do futebol em nosso país. Gatos já são animais vítimas de incontáveis maus tratos no Brasil. Certamente uma atitude como esta, acaba servindo de exemplo para crianças e adultos tratarem animais, em especial gatos desta maneira”, escreveu em um post nas redes sociais.
Mas como deveria ser feita a retirada do felino do espaço? Para o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a maneira que o assessor da CBF retirou o gato da bancada foi correta, por conta do assessor não conhecer o histórico comportamental do animal. Em nota oficial enviada ao UOL Esporte, o CRMV afirma que não foram constatados elementos que caracterizam maus-tratos.
"Em análise apenas da cena exposta no vídeo do link enviado, e não havendo mais informações sobre o caso e o histórico do animal, não foi constatado qualquer elemento que possa ser caracterizado como maus-tratos. A cena retratada traz um manejo comum tratando-se de um felino de origem e comportamento desconhecido, tendo o assessor de imprensa da CBF acariciando o animal para ganhar confiança e não sofrer arraduras e mordeduras, e na sequência segurado o animal pelo dorso", diz a nota.
Porém, alguns especialistas discordam da fala do conselho. Em entrevista ao Estadão, a veterinária Laura Ferreira, que trabalha em comportamento animal da Guiavet, disse que a maneira que o rapaz segurou o felino não foi adequada pois "o gato em questão estava extremamente confortável no ambiente e com um comportamento extremamente amigável".
Ouvida por HZ, a veterinária Polyana Paixão concorda com Laura e explica que o manejo pelo cangote, além não ser recomendado, pode gerar sérias consequências para o animal, como dores e possíveis traumas. “Esse manejo não é correto e nem recomendado. Esse tipo de manejo provoca dor, pode promover traumas, agressividade, além de gerar uma aprendizagem negativa do contato com humanos. Os gatos merecem ser tratados de acordo com sua biologia. São animais instintivos e sempre que se sentem ameaçados ficam na defensiva e podem apresentar comportamentos agressivo”, ressaltou a especialista.
Para Laura, "a melhor forma de se segurar um gato é deixá-lo à vontade". "Para mudar ele de local, como foi o do caso do vídeo, a melhor maneira é uma mão no tórax e a outra mão ser usada como suporte para as patas traseiras. O próprio braço da pessoa pode servir como um suporte para todo o tronco do gato, sempre respeitando o jeito que ele se sentir mais confortável”, explicou Laura ao Estadão.
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