• Rachel Martins

    Uma jornalista que ama os animais, assim é Rachel Martins. Não é a toa que ela adotou duas gatinhas, a Frida e a Chloé, que são as verdadeiras donas da casa. Escreve semanalmente sobre os benefícios que uma relação como essa é capaz de proporcionar

Confira 5 dicas para prevenir os problemas nos ouvidos dos pets

Publicado em 30/08/2022 às 02h00
Cachorro coçando a orelha

Cães com orelhas longas e caídas são considerados mais predispostos às otites. Crédito: Shutterstock

Recentemente, no Instagram, uma médica-veterinária postou um vídeo do ouvido de um felino infestado de ácaros (provavelmente a cena foi retirada de imagens de microscópio). Confesso, que me assustei. Até há pouco tempo, minha gatinha Chloé começou a ficar com um mau cheiro nas orelhinhas e logo percebi que tinha algo errado. E realmente foi diagnosticado otite e, por isso, precisou passar por um tratamento durante 10 dias.

Segundo a médica-veterinária, clínica geral de cães e gatos, Amanda Polese da Silva, os tutores de cães e gatos devem ficar atentos aos animais caso comecem a balançar a cabeça com frequência; coçar a região das orelhas (seja com as patinhas nou esfregando-as no chão); perceber que o pet está sentindo dor ao coçá-las; apresentar secreção no local, excesso de cera; e perceber um cheiro forte na região. “Isso, com certeza, pode ser um indicativo de problema no conduto auditivo, e quanto mais rápido tratar, melhor”, alerta.

Ela explica, ainda, que embora algumas raças de felinos tenham predisposição às otites, sua prevalência é muito maior em cães, uma vez que a anatomia da orelha dos bichanos é, comparativamente, menos favorável às infecções.

"Cães com orelhas longas e caídas são considerados mais predispostos às otites, pois tais características dificultam a entrada de ar e a secagem adequada da orelha, o que favorece um ambiente quente, úmido e escuro, ou seja, condições ideais para a proliferação de microrganismos, tais como bactérias e agentes fúngicos

"Cães com orelhas longas e caídas são considerados mais predispostos às otites, pois tais características dificultam a entrada de ar e a secagem adequada da orelha, o que favorece um ambiente quente, úmido e escuro, ou seja, condições ideais para a proliferação de microrganismos, tais como bactérias e agentes fúngicos

Amanda Polese

Ela explica que entre as raças predispostas estão o Cocker Spaniel; o Buldogue, o Chihuahua, o Teckel, o Basset Hound, o Golden Retriever, o Dachshund; o Setter Irlandês; Labrador e o Pastor Alemão.

A médica-veterinária ressalta que são causas primárias para o desenvolvimento de otites as enfermidades alérgicas (principalmente dermatites de contato, trofoalérgica e atópica); parasitárias (Otodectes cynotis, Sarcoptes scabiei, Demodex cati e Notoedris cati); distúrbios de queratinização (adenite sebácea e disqueratinização primária); doenças endócrinas (hipotireoidismo), autoimunes (pênfigo foliáceo, penfigóide bolhoso, lúpus eritematoso discóide, eritema multiforme e farmacodermia), entre outras (produção excessiva de cerúmen, neoplasias, pólipos inflamatórios e corpos estranhos).

Segundo ela, é importante saber que em relação à porção óptica, as otites podem ser classificadas em externa, média e interna. “É bom alertar que há a possibilidade de haver inflamação da orelha externa (otite externa), que se não tratada pode se cronificar e, pela proliferação dos microrganismos aí presentes e evolução do quadro inflamatório, acabar promovendo a ruptura da membrana timpânica, atingindo as orelhas média (otite média) e interna (otite interna)”, explica.

Para a médica-veterinária, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor. “O diagnóstico baseia-se em exames físico geral (na tentativa de identificar, além da alteração otológica, possíveis causas de base) e otológico (inspeção direta e indireta, palpação e olfação). Existem, também, importantes métodos que auxiliam na determinação do tipo de otite: otoscopia, exames parasitológico, citológico, cultura e antibiograma de cerúmen e, quando necessários, métodos de imagem (Raio-X, ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada)”, conclui.

Ela explica, ainda, que a prevenção é o melhor remédio e dá cinco dicas para evitar que cães e gatos sofram com as doenças otológicas:

  1. É primordial realizar a higienização rotineira do pavilhão auricular e conduto auditivo de cães e gatos, ajudando na remoção da sujeira.

  2. Ao dar banho no pet, é muito importante proteger os ouvidos do cãozinho e do gatinho contra a entrada de água.

  3. Jamais remover os pelos da orelha do cão ou do gato, exceto em casos muito específicos recomendados pelo médico-veterinário. Eles conferem uma proteção essencial ao conduto auditivo.

  4. Verificar regularmente as orelhas do animal, seja em um momento de carinho ou brincadeira, observando se há algum tipo de secreção ou cheiro diferente do normal.

  5. Administrar antiparasitários periodicamente, conforme orientação do médico-veterinário, protegendo o cão e o gato de sarna otodécica (que ataca os ouvidos do pet).

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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