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Publicado em 23 de novembro de 2022 às 16:04
A Copa do Mundo começou. E, em dia de jogo da seleção brasileira, a gente já sabe que o barulho dos fogos de artifícios deixa os animais estressados e atordoados. Segundo geneticista Camilli Chamone, que é consultora em bem-estar e comportamento canino, assim como os humanos, os cachorros também podem sofrer de fobias por vários motivos, como som de fogos.
"No cão, o quadro fóbico equivale a uma crise de síndrome do pânico em humanos. Ou seja, ele se vê em uma situação de risco de morte eminente e sua segurança ameaçada. Com isso, ocorre um disparo muito intenso de adrenalina em seu corpo, pela sensação de estar em perigo", explica.
Neste quadro, começam os comportamentos compensatórios – e até perigosos. "É comum ficar embaixo da cama ou outro lugar para se sentir seguro. Também pode se automutilar, machucar alguma parte do corpo, e destruir a casa, para amenizar a intensa ansiedade. A adrenalina também o faz querer fugir, e aí vem um perigo ainda maior: arranhar portas, a ponto de perder as unhas com isso; ou quebrar vidros e pular janelas, causando fugas e acidentes", diz Camilli Chamone.
Se o cãozinho ainda é filhote, ou mesmo adulto, e não tem medo de fogos de artifício, é importante, mesmo assim, prepará-lo para lidar com esses barulhos. Assim, a chance de se tornar fóbico diminui, pois o medo de fogos é aprendido e pode surgir a qualquer momento na vida do cachorro.
Por isso, uma ideia é habituar o animal a estes barulhos com antecedência. "É possível colocar som de fogos, por exemplo, encontrados na Internet, e fazer companhia a ele. Se permanecer tranquilo, aumente o som e vá fazendo suas atividades normalmente. Se ele ficar desconfortável, abaixe o som e depois aumente gradativamente, fazendo o treino por vários dias. Isso ajuda a naturalizar o barulho", enfatiza Camilli Chamone.
E, quando o som dos fogos começar para valer, em dia de jogo, a geneticista recomenda pegar o animal no colo (se possível e se ele gostar), além de fazer carinho, brincar ou dar comida. "A ideia é redirecionar a atenção dele para algo bom, para que não ocorra uma associação negativa com o barulho. Assim, aquela experiência é transformada em algo positivo", sugere.
Vininha Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios, diz que, por possuírem ouvidos sensíveis e potentes, o barulho dos fogos de artifício deixa os animais estressados e atordoados. "O ser humano ouve no intervalo entre 16 e 20.000 Hertz, já o cão, ouve de 10 a 40.000 Hertz. A capacidade auditiva de um cão é quase quatro vezes maior".
Ela explica que, no momento dos fogos de artifícios, para os animais que ficam dentro de casa, é aconselhável manter o local bem adequado, com um som alto vindo da televisão ou de música ambiente. "O tutor deve agir naturalmente e com tranquilidade. Caso o animal queira se esconder, deve-se permitir, sem forçá-lo a ficar no colo. Colocar algodão nos ouvidos para abafar o som é uma alternativa, lembrando que é preciso retirá-los depois", conclui Vininha.
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