• Rachel Martins

    Uma jornalista que ama os animais, assim é Rachel Martins. Não é a toa que ela adotou duas gatinhas, a Frida e a Chloé, que são as verdadeiras donas da casa. Escreve semanalmente sobre os benefícios que uma relação como essa é capaz de proporcionar

Entenda como funciona a Comunicação Intuitiva para encontrar animais perdidos

Publicado em 21/11/2023 às 08h00
Gatinhos perdidos ficam muito assustados e procuram se  esconder em lugares inimagináveis

Gatinhos perdidos ficam muito assustados e procuram se esconder em lugares inimagináveis . Crédito: Divulgação

Animais de estimação sempre procuram um jeito de manter uma comunicação com o seu tutor, que, obviamente, nem sempre é fácil de compreensão por parte dos humanos. E a falta dessa “conversa” pode comprometer, às vezes, o comportamento do pet. Pois saiba que existe uma prática chamada Comunicação Intuitiva que serve, justamente, para fazer essa conexão entre os dois lados.

A médica-veterinária Rafaella Pavan, que trabalha com essa prática, explica que a Comunicação Intuitiva é uma conexão com a consciência do animal. “Através da troca de pensamentos estabeleço uma comunicação com eles para entender como estão se sentindo, quais as suas necessidades naquele momento, se precisam expressar algo para o tutor que não estão conseguindo transmitir, entre outras situações”.

Com esse recurso, ela consegue levar mensagens dos animais aos seus humanos e dos humanos aos seus animais, facilitando, assim, a compreensão de situações entre as espécies, auxiliando na resolução de questões que podem parecer muito complexas.

Ela explica, ainda, que essa conexão com os animais auxilia também os tutores na localização de pets perdidos. 

"Nessas situações, ao entrar em contato com a consciência do animal, podemos tentar entender onde ele se encontra, se está bem, se conseguirá ou não voltar sozinho para a sua casa. Conseguimos, ainda, transmitir para aquele animal o quanto seus humanos estão preocupados e esperam muito pelo seu retorno, o que costuma facilitar a volta deles até os seus lares"

"Nessas situações, ao entrar em contato com a consciência do animal, podemos tentar entender onde ele se encontra, se está bem, se conseguirá ou não voltar sozinho para a sua casa. Conseguimos, ainda, transmitir para aquele animal o quanto seus humanos estão preocupados e esperam muito pelo seu retorno, o que costuma facilitar a volta deles até os seus lares"

Rafaella Pavan

Também é possível, explica Rafaella Pavan, utilizar a Comunicação Intuitiva para auxiliar animais doentes, que estão no final da vida ou com dificuldades para realizar a passagem de forma natural. “Transmitimos aos animais enfermos que eles podem ficar em paz, pois existe, claro, uma resistência natural dos humanos de deixá-los partir e isso atrapalha o pet que não consegue se desligar do corpo físico no final da vida por medo de deixar seus humanos sozinhos”.

Além disso, a prática pode ocorrer através da troca de pensamentos, também conhecida como telepatia. “Dessa forma, portanto, pode ser feita à distância, através da foto do animal, entre outras informações. As barreiras físicas não limitam o nosso trabalho. Quanto mais energia colocamos nesses pensamentos, mais rapidamente acontece a transmissão de informações. Atualmente, existem estudos que comprovam o mecanismo da Comunicação Intuitiva e os seus benefícios na relação entre humanos e animais", diz Rafaella Pavan.

Lilo, a gatinha fujona

A médica-veterinária Lívia Fontana Parreira, tutora da Lilo, um dia levou um belo susto. Ela conta que a gatinha escapou para a rua em uma quinta-feira à noite. Geralmente, quando esse tipo de situação ocorria, ela ficava na minha calçada ou no máximo na do meu vizinho da frente, ou seja, nunca andava longe de casa”.

A família, assim que percebeu o sumiço, ficou muito aflita. Até sexta-feira, um dia depois, a Lilo ainda não havia aparecido, foi quando resolveram entrar em contato com a Rafaella Pavan e ela conseguiu realizar a Comunicação Intuitiva com a gatinha. “Durante a conexão, ela percebeu que a Lilo estava extremamente assustada e provavelmente presa na casa de algum vizinho, perto de alguma construção. Comecei a procurar seguindo suas sugestões, até que ouvi um miado, mas não consegui identificar se realmente era ela e nem de onde vinha”, conta.

"Entretanto, no sábado, saí gritando por ela numa rua bem próxima de minha casa, até que de repente o vizinho que mora na residência que faz fundo com a minha, veio ao meu encontro dizendo que estava ouvindo um miado na casa dele já fazia um dia e meio, mas não estava identificando se vinha do telhado ou de um carro antigo que havia na garagem. Quando chamei a Lilo, ela respondeu e constatamos que estava presa no motor daquele carro, sem conseguir sair"

"Entretanto, no sábado, saí gritando por ela numa rua bem próxima de minha casa, até que de repente o vizinho que mora na residência que faz fundo com a minha, veio ao meu encontro dizendo que estava ouvindo um miado na casa dele já fazia um dia e meio, mas não estava identificando se vinha do telhado ou de um carro antigo que havia na garagem. Quando chamei a Lilo, ela respondeu e constatamos que estava presa no motor daquele carro, sem conseguir sair"

Lívia Fontana Parreira

Livia Parreira confessa que quando procurou a Comunicação Intuitiva, uma das primeiras coisas que queria saber era se a Lilo estava bem fisicamente e ainda nesse plano. “E a Rafaella Pavan confirmou que sim, e estava fisicamente bem, ainda que extremamente assustada. Diante dessa conexão, ela pediu para a minha gatinha tentar voltar para casa, mas como estava presa não foi possível. Mas foi extremamente precisa ao dizer que a Lilo estava bem perto de casa”, conclui a tutora.

Para Rafaela Pavan, que tem alguns bons anos trabalhando com essa prática e já realizou centenas de conexões emocionantes com os animais, são muitas as histórias. “Uma das que mais gosto de relembrar foi o caso de uma cachorrinha que estava perdida a 110 dias na cidade de São Paulo. Diversas pessoas procuravam por ela nas ruas e também através de campanhas nas redes sociais, porém sem sucesso. Quando o caso chegou até mim, consegui obter informações de que ela estava bem, viva e nas margens de um rio no meio da metrópole. Com isso, a família da gatinha pode direcionar melhor as buscas e, alguns dias depois, me trouxeram a maravilhosa notícia de que ela tinha sido encontrada às margens do Tietê (um dos principais rios que cortam a cidade). Ao receber a foto da cachorrinha em segurança na sua casa, com sua família, fiquei extremamente feliz e grata por poder utilizar desse recurso para auxiliar as famílias e os animais em situação tão delicadas”, lembra.

Rafaella Pavan, explica, ainda, que esse conhecimento foi sendo transmitido entre gerações até chegar em terapeutas e médicos-veterinários que, atualmente, se utilizam desse recurso para compreender como os animais estão se sentindo e como ajudá-los da melhor forma. “Para se tornar um comunicador intuitivo não é necessário nenhum dom ou habilidade especial. Qualquer pessoa que ame os animais e sinta este chamado pode fazer cursos, buscar por literaturas e iniciar as práticas de conexão. Quanto mais treino, mais fácil se torna o processo de troca de informação com os animais, que passa a ser algo muito natural para os comunicadores mais experientes, conclui. 

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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