O luto por um animal de estimação pode ser doloroso. Crédito: Shutterstock
Já está mais do que comprovado que os animais de estimação são considerados membros da família. Por isso, ao falecerem, a dor no coração dos tutores pode ter a mesma intensidade de quando se perde um ente querido.
A psicóloga clínica Paula Pittelkow Lopes explica que culturalmente as pessoas costumam atrelar o luto apenas à perda de entes queridos. Mas pode ir muito além. “Porém, todos nós atravessamos uma série de outros ‘lutos’ ao longo da vida. Perda de emprego, términos de relacionamentos e perda de um animal de estimação são exemplos de ‘mortes’ capazes de nos levar a sentimentos e sensações similares aos da perda de um ente querido, por mais que isso muitas vezes não seja validado pela sociedade”.
"A vinculação com os bichinhos é capaz de liberar em nós maiores quantidades do hormônio do prazer e do afeto, como a ocitocina, que ajuda a propiciar entre tutores e animais uma relação similar ao vínculo entre cuidadores e bebês"
Paula Pittelkow Lopes, psicóloga
Estabelecer uma relação emocional com os animais proporciona melhora do bem-estar e aumenta os níveis de felicidade, proporcionando momentos de qualidade. Além disso, em alguns casos, torna-se peça-chave em tratamentos psicológicos e momentos de maior fragilidade da vida. Mas quando se perde o bichinho, há uma readaptação da rotina.
“É normal e esperado os tutores sentirem tristeza, raiva, culpa e apresentarem comportamentos de negação perante a perda. De forma geral, inicialmente há uma sensação de choque e negação. Em seguida, o sentimento varia entre raiva, culpa, tristeza e até em humor deprimido, principalmente quando o tutor se aproxima da sensação de vazio que o bichinho deixa na rotina. E, por fim, há a busca pela ressignificação e aceitação da perda, o que somente o tempo irá proporcionar, transformando o que antes era presença física, em memória."
Lidar com o luto infantil suscita um maior cuidado, explica a psicóloga. “A explicação precisa ser sincera (adequada ao entendimento de cada idade) e, a partir disso, deve-se acolher a criança em todas as formas de se expressar. Outra possibilidade para ajudá-las a lidar com a situação é preparar um ritual de despedida para o ‘amigo’ que partiu, de forma a auxiliar na materialização da perda, o que também ajuda os adultos".
Homenagem ao pet
Para o sócio-proprietário do Céu de Patas, crematório para pets, Rene Aride Neto, o processo de despedida do animal de estimação deve ser realizado de forma respeitosa e ecológica. “A cremação de nossos animaizinhos é um processo similar ao de humanos, permitindo que os tutores façam cerimônias e homenagens ao seu querido companheiro. Após a cerimônia, o animal é colocado na câmara crematória, a qual é projetada para evitar a liberação de gases nocivos no meio ambiente, tornando a cremação uma escolha ecologicamente responsável”.
O processo de despedida do pet deve ser de forma respeitosa. Crédito: Shutterstock
São dois tipos de cremações: a individualizada, no qual o tutor recebe apenas as cinzas do seu pet, e compartilhada, em que as cinzas são doadas e usadas como substrato orgânico. Ao final do processo, é emitido um certificado que comprova que a cremação foi realizada de maneira segura e conforme a legislação vigente.
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