Lembra do tamanduá-mirim, Tátá, que vivia no Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), em Guarapari, e precisou passar, em julho deste ano, por duas cirurgias após ser atacado por um cachorro doméstico? Depois de uma longa recuperação, ele foi transferido, nesta quarta-feira (6), para o Rio de Janeiro.
A zootecnista do Iema, Julia Medeiros Mercado, explica que a decisão de transferir Tatá para o Rio de Janeiro foi tomada após uma análise cuidadosa das condições disponíveis no Espírito Santo para abrigá-lo de forma adequada. “Não há no Espírito Santo local com condições suficientes para atender as necessidades específicas do espécime. Possuímos apenas um zoológico autorizado para receber tamanduás-mirins, mas que no momento já abriga um e não possui espaço para recebê-lo. Então, para garantir o bem-estar de Tatá, foi realizada uma consulta à Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), que identificou o local mais apropriado para o animal”.
A transferência foi feita com a anuência do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea), assegurando que todo o processo seguisse as normas ambientais e de bem-estar animal, assim como todos os procedimentos legais e de segurança para garantir a saúde e o conforto de Tatá durante a viagem. A escolha do zoológico Arca de Noah, em Guaratiba, também levou em consideração a experiência da equipe em cuidar de animais da mesma espécie e a infraestrutura adequada.
Ela destaca, ainda, que o zoológico no Rio de Janeiro tem um papel primordial na sensibilização com atividades de educação ambiental, ajudando a conscientizar o público sobre a conservação das espécies e a preservação do meio ambiente, mas a partir de agora com a contribuição de Tatá. " O Iema continuará acompanhando a adaptação de Tatá em sua nova casa”.
O médico-veterinário, cirurgião ortopédico e neurocirurgião, Fabricio Pagani, que participou da equipe de especialistas que realizou as cirurgias de Tatá, ressalta que o estado de saúde de Tatá é ótimo.
Tamanduá-mirim no Parque Paulo César Vinha. Crédito: Divulgação
Ele já recebeu alta, mas ainda necessitará de tratamento fisioterápico até restabelecer por completo o movimento do braço, normal após qualquer fratura. “Mas o que o deixa vulnerável a ambientes externos, de fato, é ele ter desenvolvido um imprinting, ou seja, uma relação muito forte com o ser humano, deixando de ser selvagem, por isso a necessidade de ficar em um local seguro”, explica.
Pagani ressalta, ainda, a necessidade de investimentos no Espírito Santo de locais adequados para receber esses vários exemplos de Tatás, que devido a diversos fatores necessitam viver em recintos adequados.
“Locais com profissionais capacitados, suprindo todas as necessidades desses animais, garantindo as suas características e o seu bem-estar, e destinados à educação ambiental, para conscientizar à sociedade, principalmente crianças e jovens, estabelecendo uma empatia com o meio ambiente. No Espírito Santo temos várias empresas que precisam devolver à população os impactos ambientais que geraram ao longo dos anos e que podem trabalhar nesse sentido, em parcerias público-privadas”, conclui.
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