Cachorro se refresca bebendo água. Crédito: Shutterstock
Com as mudanças climáticas que vem ocasionando temperaturas muito elevadas e, consequentemente, muitas queimadas em todo o Brasil, inclusive no Espírito Santo, a saúde dos humanos e dos animais pode ficar comprometida.
Segundo o médico-veterinário, pneumologista e oftalmologista, Victor Milanez, principalmente os animais braquicefálicos, aqueles com focinho curto, sofrem bastante com essas ondas de calor extremas. “Isso porque a troca de calor neles acontece pela respiração e os braquicefálicos em sua maioria já nascem com problemas respiratórios”, alerta.
Ele explica que cães e gatos em temperaturas elevadas podem apresentar um quadro de intermação (que se assemelha para a gente com insolação). “Trata-se de um aquecimento muito severo, podendo levar a sinais de respiração ofegante, desmaios, convulsões e até mesmo a óbito".
Victor Milanez lembra, ainda, que em relação ao ar em ambientes de queimadas, a situação é ainda mais delicada, pois piora a sua qualidade, concentrando mais gás carbônico e outros poluentes. "Isso aumenta ou agrava casos de sinusite, rinite, bronquite e pneumonia”.
Para ele, o melhor a se fazer nesses casos é evitar que os animais permaneçam nesses locais. Caso isso não seja possível, há outras opções.
"Manter o ambiente com controle de umidade e temperatura, colocar algumas pedrinhas de gelo na água do pet também pode ajudar bastante e, principalmente, caso o animal apresente qualquer sinal respiratório, como tosse, engasgo, espirros, aumento de frequência respiratória, o tutor deve levá-lo imediatamente o médico-veterinário"
Victor Milanez, veterinário
Dicas para proteger o pet nas altas temperaturas
Hidratação constante: mantenha sempre água fresca e abundante à disposição. Troque a água várias vezes ao dia e, se possível, adicione cubos de gelo para mantê-la fria.
Evite passeios em horários quentes: caminhadas devem ser feitas cedo pela manhã ou no fim da tarde, quando o calor é menos intenso. Evite superfícies quentes como asfalto e areia, que podem queimar as patas do pets.
Crie ambientes frescos: garanta que seu pet tenha acesso a locais ventilados ou com sombra. Use ventiladores ou ar-condicionado para refrescar o ambiente interno.
Alimentos leves e frescos: evite oferecer alimentos pesados ou quentes. Considere incluir alimentos úmidos (ração ou comida natural) para aumentar a ingestão de líquidos.
O tutor deve ficar atento com a alimentação do pet. Crédito: Pexels
Banhos e toalhas úmidas: dê banhos regulares com água em temperatura ambiente, ou passe uma toalha úmida pelo corpo dos pets para refrescá-los.
Cuidado com sintomas de intermação: fique atento a sinais como respiração ofegante, fraqueza, vômito, diarreia ou desmaios. Em caso de suspeita, leve o pet ao médico-veterinário imediatamente.
Proteção contra queimadas: em áreas próximas a queimadas, mantenha os pets dentro de casa para evitar a inalação de fumaça, que pode causar problemas respiratórios graves.
Higiene das patas: ao voltar de passeios, limpe as patas dos pets com água ou lenços umedecidos, principalmente se houver cinzas ou resíduos de queimadas no solo.
As patas do animal devem permanecer limpas. Crédito: Shutterstock
Use protetor solar para pets: algumas raças com pelagem curta ou pele clara são mais suscetíveis a queimaduras solares. Consulte o médico-veterinário sobre o uso de protetores solares específicos para animais.
Planeje uma rota de fuga em casos de emergência: se você mora em uma área propensa a queimadas, tenha um plano de evacuação que inclua os pets, com transportadoras e itens essenciais à mão.
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