Administrador / [email protected]
Publicado em 29 de outubro de 2023 às 10:00
O ano de 2023 entra na sua reta final, o Natal se aproxima, os panetones já começam a aparecer nas prateleiras dos mercados e as programações de férias estão a todo vapor. Seja para descansar, se divertir ou viver novas aventuras, o planejamento envolve uma série de questões, do orçamento, a escolha do destino, programação de roteiros e passeios, até roupas adequadas e a arrumação das malas.
No meio disso tudo, existe um item fundamental que não pode ser esquecido no planejamento das férias: o calendário vacinal. Estar com as vacinas atualizadas é essencial para garantir férias com mais segurança. Afinal, é um período de grande circulação de pessoas de todas as partes e um momento de maior concentração de gente em alguns lugares e atrações.
Além disso, cada destino tem em seu ambiente diferentes doenças e agentes infecciosos com os quais podemos entrar em contato quando viajamos. Então, estar protegido é uma parte importante na hora de se organizar para as férias. Ninguém quer acabar ou ter dissabores em plena festa!
Segundo Ana Rosa dos Santos, médica infectologista e consultora de imunização do Sabin Diagnóstico e Saúde, dependendo do destino escolhido para a viagem, aumentam as chances de uma pessoa adoecer ou propagar doenças devido à exposição a determinados agentes e vetores, principalmente se não estiver vacinada.
“É importante que o viajante esteja atento não só às recomendações de vacinação para a região que irá visitar, mas também às recomendações estabelecidas por seu país e de algumas regiões e continentes para ter uma viagem tranquila e estar protegido contra determinados agentes infecciosos”, recomenda.
Em países tropicais, como o próprio Brasil, vizinhos sulamericanos e africanos, é importante estar em dia com a vacina de febre amarela. O imunizante contra essa doença precisa ser aplicado a cada dez anos por toda a vida. Em determinados lugares, ter a vacina contra certas enfermidades pode até mesmo ser obrigatória para a entrada no país.
“As férias são momentos de lazer e descontração, não vale a pena colocar os planos em risco por ter deixado de se vacinar antes”, destaca a infectologista. “Vale reforçar também que ter o calendário vacinal é importante até mesmo se for ficar em casa”, destaca Ana Rosa dos Santos.
Aqui, no Brasil, o período do verão (dezembro a março) é marcado por chuvas e um aumento da circulação do Aedes aegypti , vetor do vírus causador da dengue, doença que se torna mais frequente nessa época do ano.
A COVID-19 também segue sendo uma preocupação, especialmente em espaços que favorecem a aglomeração e as constantes mutações virais . Para as duas doenças, há vacinas disponíveis. Além delas, para os destinos nacionais, as vacinas contra febre amarela, hepatite A e hepatite B, também vão contribuir para uma viagem mais segura.
A vacinação não apenas protege o indivíduo que recebe a imunização, mas também contribui para a proteção coletiva, evitando a propagação de doenças contagiosas. Portanto, quando for preparar as malas antes da próxima aventura, é importante não se esquecer de incluir a vacinação no checklist de itens essenciais pelo menos 4 semanas antes de sair para curtir a viagem.
Abaixo, conheça 5 doenças e as regiões de maior risco para cada uma delas que já possuem prevenção por meio de vacinas:
Quem embarca para a Europa deve se prevenir contra o sarampo. Desde 2011, o continente enfrenta uma epidemia da doença. Dessa forma, os viajantes não imunizados e aqueles que não têm certeza disso devem rever se estão com esquema completo de duas doses da vacina tríplice viral antes de embarcarem para países europeus. África, Ásia e Oceania também possuem focos da doença.
Inúmeros casos ocorrem em vários países desenvolvidos, acometendo pessoas que, ao longo do tempo, perderam sua imunidade. Se você se vacinou quando criança ou adolescente, hoje precisa tomar uma dose da vacina dTpa, que tem como objetivo preveni-lo contra a coqueluche.
A dTpa protege contra a coqueluche, a difteria e o tétano. Essa imunização é associada ainda à vacina da poliomielite inativada (dTpa/VIP), outra doença que não circula mais nas Américas, mas ainda circula em alguns países da África.
Quem viaja para locais onde a hepatite A é endêmica, como determinadas regiões da América Latina, África Subsaariana e Sudoeste Asiático, deve estar imunizado. Nesses locais, a endemia possui diferentes níveis que vão de alta a média e a vacina é uma proteção segura e eficaz.
Pessoas não imunizadas que viajam para países de alta endemicidade apresentam alto risco para a infecção com o vírus da hepatite B. Essa é uma doença sexualmente transmissível e pode ser disseminada por hábitos como relações sexuais desprotegidas, uso compartilhado de drogas, tatuagens feitas com materiais não descartáveis, entre outros.
A vacina é indispensável para quem vai para a região conhecida do Cinturão da Meningite, na África. A imunização é, inclusive, uma exigência do Ministério da Saúde da Arábia Saudita. O Cinturão corta o continente africano do Senegal à Etiópia.
A meningite meningocócica é uma doença endêmica transmitida por um portador assintomático, ou seja, de pessoa a pessoa, principalmente em aglomerações, e tem grande potencial epidêmico. A vacina da meningite meningocócicaquadrivalente contra os sorogruposA, C, W135, Y é liberada para uso no Brasil e encontra-se nas clínicas de imunização.
Por Anne Candal Pinheiro
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta