Para quem pensa que a cidade de Jerônimo Monteiro é conhecida apenas por ser a Terra da Laranja, está enganado. O lugar, que se revela como aposta para o turismo rural, é também município de porta de entrada para o Caparaó capixaba. Água em abundância e antigas fazendas são algumas das opções para curtir o sossego no município.
Cortado pela BR-482, a cidade fica entre os municípios de Cachoeiro de Itapemirim e Alegre. Os 12.336 habitantes (segundo dados do IBGE) vivem rodeados por uma natureza generosa, entre a Mata Atlântica e paredões de pedra. Tanto que, recentemente, uma área equivalente a 511 campos de futebol foi desapropriada e se transformou em unidade de conservação ambiental.
Unidade de conservação ambiental. Crédito: Filipe Vargas
“A criação da unidade partiu de um projeto de turismo, coordenado pelo Incaper que revelou potenciais, como o Maciço das Andorinhas e a Pedra da Cava Roxa, propícios a escaladas. Aqui, temos espécies de flora raras, mais de 100, que ocorrem apenas aqui’, comentou a engenheira agrônoma do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Marianna Abdalla Prata.
Além de proteger o meio ambiente e assegurar a existência da flora e da fauna, o local se prepara para receber pesquisas científicas e visitação pública.
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Na busca pela preservação da natureza, o Jorge Luís Figueiredo, juntamente com a esposa, cuida há 12 anos de uma área de três hectares, ponto conhecido como Sítio 3 Moinhos. A terra que era coberta de pasto foi reflorestada, as nascentes foram recuperadas e os donos investiram em agroturismo.
Jorge Luís Figueiredo cuida há 12 anos de uma área de três hectares, ponto conhecido como Sítio 3 Moinhos. Crédito: Felipe Vargas
O local, com pequenas cachoeiras, e serviço de bar é aberto aos visitantes. “Minha preocupação era reflorestar e aproveitar a cachoeira para depois termos um agroturismo aqui. No ano passado, o turismo rural cresceu mais bastante”, conta Jorge Luís, em entrevista ao repórter Thomas Albano, da TV Gazeta Sul.
Ponto conhecido como Sítio 3 Moinhos. Crédito: Felipe Vargas
Cultura
Para quem prefere desbravar a história da região, a opção do município é a Fazenda Gironda. A propriedade, que chegou a abrigar 50 famílias no século passado, está na família do engenheiro mecânico Anselmo Severiano Bernardo Neto há 300 anos. Café e cana-de-açúcar eram produzidas na fazenda.
Opção para desbravar a história da região é a Fazenda Gironda
“Tem muita coisa aqui em Jerônimo: tempos um museu, posto de saúde, escola, igreja, biblioteca e todo o casario preservado. Toda a nossa história, nossa raiz está aqui. A Fazenda Gironda fica metade na divisa de Muqui e metade em Jerônimo. A propriedade pode ser visitada e a gente se sente orgulhoso de preservar nossa história”, revela o herdeiro.
O museu possui fotos, uma coleção de relógios de parede feitos em madeira, telas que contam a história da família e os alambiques de cobre, usados na época em que eles fabricavam cachaça. Hoje, a fazenda tem fabricação de cerveja artesanal e até uma lan house, que é mantida pela prefeitura para a comunidade.
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