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Publicado em 20 de abril de 2023 às 08:00
Os fãs de agroturismo já podem se preparar para explorar mais um município do Espírito Santo. João Neiva, no Norte do Estado, se torna, oficialmente, um destino gastronômico com o reconhecimento da Rota dos Queijos. Sim, além da produção artesanal de instrumentos musicais, massas, biscoitos, doces e bebidas alcóolicas, a cidade também é referência na produção de queijo, com destaque para a produção do tipo montanhês. Versátil, a iguaria combina com café, vinhos e cervejas.
Voltando ao roteiro turístico, ele havia sido criado através de um decreto municipal e já funcionava há mais de dois anos. No início do mês, o governador Renato Casagrande sancionou o projeto de lei que define a rota como opção turística estadual.
Localizada às margens da BR-259, a rota tem 9,4km e contempla cinco estabelecimentos: Queijos Giacomin, Queijo do Trevo, Vila Veneto, Queijos Bergantini e Del Caro. É uma ótima opção para quem vai seguir para Colatina, demais cidades do Noroeste capixaba e Minas Gerais.
Com o reconhecimento, os comerciantes esperam mais visibilidade, além de investimentos públicos e privados. "Não só de lei a gente vive. A gente precisa da infraestrutura que ainda é muito a desejar por parte do poder público municipal e do Estado. O difícil é você integrar a turma toda e fazer a infraestrutura turística", destaca Roberto Cuzini, um dos produtores de queijo da cidade.
O primeiro ponto de parada da rota, saindo de Vitória em direção a Colatina, é a Queijos Giacomin. A empresa familiar foi criada há 23 anos por Hildo Giacomin. Há três, quem assumiu o comando foi a filha, Gabriela, ao lado do genro, Pedro Henrique Borlini. O que começou com a comercialização de quatro queijos hoje é uma marca que vende mais de 40 produtos.
Além dos tradicionais queijos que acompanham um bom café e das peças temperadas, os destaques da Giacomin são os queijos exclusivos: Monte Negro, Rota Colonial, Bordô, Capixaba Gourmet, Palmitinho 'pega esposa' e 'pega marido', Cabacinha Barbecue e Cabacinha Vinagrete.
São peças que variam na maturação, alguns são feitos em 20 dias e outros levam 2 meses, e que se destacam na acidez específica. A queijaria ainda se encontra em local provisório (no bairro Santa Luzia, próximo à BR 101), já que a nova loja tem previsão de ser inaugurada em junho, mas nada que dispense a visita!
Bem pertinho dali, a apenas 900 metros, quem vende mais de 16 tipos de queijo é a queijaria Queijo do Trevo. Comandada pelo Jocimar Nunes, são mais de 40 anos de história e cerca de 110 kg de massa produzidos todos os dias, atualmente. Os carros-chefes são os queijos da linha para churrasco.
Ao todo, são 6 tipos de cabacinha: normal, com goiabada, com bacon, com azeitona, com ervas finas e defumadas. Além delas, a variedade também inclui os queijos palmitinho, provolone, parmesão meia cura e o clássico da cidade, o montanhês.
A queijaria fica logo no início da BR-259 e abre diariamente das 7h às 17h. Além dos queijos, é possível comprar outros produtos como vinhos, biscoitos e embutidos.
A terceira parada é a Vila Veneto. A loja foi aberta oficialmente em 2020, pouco antes da pandemia da Covid-19. Ao lado da esposa Renata, Roberto Cuzini trabalha com foco em queijos finos. São os queijos de maturação prolongada, o que resulta em sabores intrínsecos.
A loja fica na beira da BR-259 e conta com um café, venda de vinhos biscoitos e, claro, os diversos tipos de queijo. Até famosos pararam para curtir o lugar, como o cantor Fabiano, da dupla com o irmão César Menotti.
Na linha autoral, a queijaria conta com quatro opções: Veneto Gourmet, Veneto Premium, Original Otello Suave e Original Otello Intenso. A linha especial da casa conta com os queijos morbier, asiago, provolone curado e defumado, grana e parmesão reserva. Já os tradicionais são o minas curado e o requeijão.
A novidade da produção da Vila Veneto para o segundo semestre é a intensificação da produção exclusiva de queijos terroir — termo francês que engloba a preparação do queijo a partir do meio ambiente preservado, sol, sombra, conforto animal, manejo do gado e cultura do produtor.
Mais a frente, quase chegando no distrito de Cavalinho, quem espera o turista para servir um bom queijo montanhês é a Queijos Bergantini. Comandado por Carlos Bergantini, o estabelecimento tem 29 anos de história e produz de 25 a 30 kg de massa por dia, comercializando 15 tipos de queijo.
Entre as opções, a Bergantini oferece provolone temperado, defumado e até recheado com salaminho. Na linha para churrasco, é possível encontrar o cabacinha e o queijo coalho. O destaque, porém, é para as diferentes versões do queijo montanhês: mini, recheado com goiabada ou com tomate seco e azeitona, curtido no vinho ou no café.
Além dos queijos, também é possível encontrar no local produtos feitos por outros empreendedores da cidade, como goiabada, biscoitos e mel.
Já na região de Cavalinho, a última parada da rota é na Del Caro. O empreendimento começou com Eldimir Del Caro, que já fazia queijos há mais de 18 anos. Hoje, é a filha dele, Elda Del Caro, que comanda a queijaria ao lado do sócio, Rogério Gardiman. A casa de arquitetura de 1925 que abrigava a venda de requeijão, hoje, sedia a comercialização de mais de 15 tipos de queijo.
Para chegar no local, você tem que sair da BR-259 pouco antes da entrada de Cavalinho e seguir poucos metros pela estrada de chão até chegar num casarão histórico onde funciona a loja. As receitas dos produtos estão há quatro gerações na família Del Caro.
Entre as opções, estão queijos palmitinho, cabacinha, peças condimentadas, provolone e o cavalinho — um queijo tipo parmesão, que leva no mínimo três de maturação. O destaque vai mesmo para o queijo tipo rocambole, com tomate seco e frutas.
Além dos queijos tradicionais do cotidiano capixaba, também é possível encontrar no local mariolas sem açúcar, geleias e biscoitos, tudo feito em João Neiva.
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