Pontal do Ipiranga tem trilhas ecológicas próximas ao mar. Crédito: Heber Thomaz
Pontal do Ipiranga, no litoral de Linhares, no Norte do Espírito Santo, é um balneário conhecido por suas belas praias. No entanto, além do mar e da areia, existem trilhas no local para quem gosta do contato com a natureza.
Nesses caminhos, o visitante pode conhecer uma diversidade de vegetação e de espécies de animais, e ainda histórias e curiosidades sobre o povo que viveu e ainda vive na região.
Ao andar por 500 metros, após sair da Trilha da Tartaruga, é possível encontrar uma restinga. Lá, existe uma fruta saborosa, o coquinho guriri. A bióloga e chefe do departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Aline Fernandes, apresentou essa delícia para nossa equipe.
O coquinho guriri é encontrado a 500 metros da Trilha da Tartaruga. Crédito: Heber Thomaz
“O guriri é muito comum nessa área de restinga. Quando ele está bem amarelinho, você pode pegar os favos e chupar toda a parte amarela. Se tiver disposição, pode abrir e comer o coquinho que tem dentro”, disse a bióloga.
Há também plantas como salsa da praia, ipomeia e cacto, e a especialista conta que essas espécies ajudam a evitar a erosão.
O município atua para recuperar a vegetação de restinga onde a areia está mais exposta, cercando a área. "Estamos tentando evitar o deslocamento de pessoas de forma inadequada, o que dificulta o desenvolvimento dessas plantas", relatou Fernandes.
Cacto, salsa da praia e ipomeia são espécies nativas. Crédito: Héber Thomaz
Em outro local, fica a Trilha dos Anjos. Quem caminha por ela vê cruzes fincadas ao chão, e o motivo é a memória. Ali estão enterrados bebês que nasceram mortos ou morreram dias depois do nascimento.
A dona de casa Antonia de Oliveira Silva, conhecida como dona Antonina, conta que o tio-avô dela foi o primeiro a ser sepultado nesse cemitério.
“Era o filho da minha avó, a velha Januária. As crianças do Degredo eram enterradas aqui. Os adultos, na (praia de) Barra Seca. As mães que têm filhos mortos vêm aqui”, falou Antonina.
Aline Fernandes relembra que quem morava na região tinha dificuldades de estrada e não havia um cemitério adequado. Então, essa era a forma de fazer o enterro de crianças. O primeiro registro de sepultamento é de 1915.
Cemitério na Trilha dos Anjos. Crédito: Héber Thomaz
Segundo a Prefeitura de Linhares, não há informação sobre quando aconteceu o último o enterro no local. Os sepultamentos aconteceram há muito tempo.
Na época do feriado de Finados, os moradores acendem velas e limpam as cruzes, respeitando as histórias dos entes queridos.
*Com informações de Cristian Miranda, da TV Gazeta Norte
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