A modelo Alessandra Ambrósio. Crédito: Reprodução/Youtube/HBO Max Brasil
É difícil imaginar Alessandra Ambrosio, 40, com um fio de cabelo fora do lugar, mas a modelo garante que já teve sua cota de perrengues quando o assunto é cabelo. "Uma vez quis dar uma clareada, fazer uma luzes, chamei a melhor pessoa da cidade onde era o desfile e ficou tudo laranja", ri em entrevista ao F5. "Daí chamei uma pessoa para mexer na cor e piorou. Fiquei até 2h da manhã do dia seguinte para conseguir arrumar."
A modelo, que está no restrito grupo de ícones da profissão e figura em listas de tops mais lucrativas e sexy do mundo, agora estreia em uma nova função: a de apresentadora. A partir desta quinta-feira (25), ela comanda o reality show The Cut, uma competição de cabeleireiros, na HBO Max.
Sua ligação com esse universo é como alguém que precisa lidar com os mais diversos profissionais da área durante a preparação para os desfiles, editoriais e campanhas que ela estrela. Quando não é obrigada por imposição da vida de modelo, ela prefere deixar as madeixas descansando.
"No meu mundo, de modelo, tem esse negócio de ele ser sempre muito agredido, então quando estou em casa deixo ele bem quietinho, deixo secar naturalmente, sem secador, e tento fazer uma hidratação quando dá", conta. "Eu conheço o meu cabelo, então gosto de mudar mais os penteados e às vezes variar um pouquinho na cor."
Nessas horas, ela diz que o mais importante é a conexão entre cabeleireiro e cliente. "Às vezes as ideias não batem", avalia. "O cabeleireiro precisa se envolver com a pessoa, escutar e entender o que o cliente quer. É com esse tipo de profissional que eu gosto de trabalhar."
A declaração da modelo traz à tona justamente um dos aspectos mais originais do reality show que ela comanda. Apesar de ter um corpo de jurados que opina em todas as provas, são os clientes que dão o veredito final em algumas delas.
Alessandra conta que não pensava em se tornar apresentadora. "Eu já tive alguns convites, mas não tocou no lugar que tinha que tocar e eu falei que não", revela. "Agora, me senti preparada para ter uma experiência nova, para aprender e me soltar nisso."
O convite "deu um pouquinho de frio na barriga", mas teve alguns fatores que ajudaram a "mergulhar de cabeça": o time de jurados abalizados (Daniel Hernandez, Marcos Proença, Monica Salgado e Zica Assis), a confiança no conteúdo produzido pela plataforma de streaming e, por fim, o fato de gravar no Brasil.
"Poder falar em português, para mim, também foi importante", garante ela, que mora em Los Angeles, nos Estados Unidos. "É o meu primeiro trabalho como apresentadora, então poder falar na minha língua nativa conta muito também."
Outra coisa que ajudou na estreia foi ela já ter feito participações rápidas, como convidada, em outras competições famosas mundialmente, como o America's Next Top Model e o Project Runway. Porém, mais do que se inspirar em alguém, a top quer levar a própria personalidade para a telinha.
"Para mim, o principal era ser eu mesma, autêntica, verdadeira, para poder me envolver do jeito que precisava me envolver", diz. "Você acaba pegando carinho, querendo poder ajudar e ver a evolução de todos os participantes, em alguns episódios eu me emociono mesmo."
A experiência já foi aprovada e, caso o público faça o mesmo, ela diz que gostaria muito de repetir. "Todo mundo saiu da gravação feliz, não só eu, mas os jurados, então a gente formou um time maravilhoso e, claro, se rolar uma segunda temporada acho que vai todo mundo ficar muito feliz. Com certeza, quero continuar."
PAPO DE SALÃO
O jurado Marcos Proença, conhecido como cabeleireiro das celebridades, corrobora. O profissional, que já deu seu toque às madeixas de famosas como Deborah Secco, Flávia Alessandra e Marina Ruy Barbosa, entre muitas outras, admitiu que não necessariamente se sairia bem em todas as provas propostas pelo programa.
Ele lembra que não é só executar uma técnica específica, mas fazer isso dentro de um tempo curto e com a pressão de estar sendo avaliado. "Eu ia sofrer um pouco", afirma. "Acho que o participante tem que ser muito estrategista, pensar o que fazer porque tem pouco tempo, então você foca na cor, no corte ou no styling? Ou você corre com tudo para entregar tudo mais ou menos?"
O cabeleireiro diz que ficou muito feliz com o convite, mas não pôde aceitar de cara. "Eu tinha medo da minha agenda", conta. "Tem marcas de que eu sou contratado e tem clientes, até noivas, que marcam com antecedência. Mas a gente conseguiu organizar tudo para eu participar."
Ele diz que foi tranquilo lidar com os participantes, que vinham de diferentes formações. "Eles já têm experiência, às vezes já têm muita opinião formada e não querem escutar muito", diz. "Imagina vir alguém falar como você tem que fazer algo que você já faz há muito tempo. Cada um tem seu jeito de fazer, então para mim o principal era o resultado."
Proença garante que trabalharia com todos os participantes em seu badalado salão. "Eu tenho uma natureza de formar pessoas porque eu comecei a trabalhar numa garagem", lembra. "Meu pai não tinha dinheiro e ele vendeu o carro que ele tinha para a gente montar um salão na garagem da casa da vizinha, porque na minha casa não tinha garagem. Nunca trabalhei em um salão grande, famoso, no começo da carreira. Aí eu desenvolvi essa habilidade de aprender sozinho e de treinar pessoas."
O cabeleireiro diz que, tanto no programa quanto no salão, é importante ter em mente que o trabalho dele está a serviço de alguém. "Existem técnicas para você sentir o cliente", divide. "Essa é a palavra mágica: sentir. E isso independe da profissão, se tem duas pessoas negociando ou uma pessoa prestando serviço a outra, como é o nosso caso, você tem que sentir a pessoa e descobrir o que ela quer."
Porém, nem sempre os participantes do programa conseguem fazer isso. Por vezes, levam nota baixa dos clientes, o que mexe um pouco com os brios deles. Proença diz que, guardadas as proporções, isso não é muito diferente do que acontece na vida real.
"No salão, todos os dias, se a cliente não voltar mais, automaticamente é porque ela avaliou você mal", compara. "Agora, se ela volta sempre é porque está gostando do que você faz. Então a gente também tem esse termômetro."
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